Enem PPL 2017 (2)Uma oportunidade de transformação da realidade. É com esse pensamento que 45 internos que cumprem pena no Conjunto Penal de Itabuna (CPI) encaram, nessas terça e quarta-feiras (12 e 13), a maratona de provas do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem-PPL). Cerca de 60 internos se inscreveram para as provas, mas alguns deles já ganharam a liberdade. A aplicação das provas foi supervisionada por Heitor de Morais Sobrinho, coordenador local do Enem.

Apesar de ser dirigido ao público do sistema carcerário, as provas do Enem-PPL em nada diferem, em grau de dificuldade ou mesmo em relação às competências exigidas de cada candidato, do exame aplicado a todos os  demais estudantes do país. Por isso mesmo, na semana passada (quinta-feira, 7), a coordenação de Educação do CPI promoveu um aulão preparatório, com apoio pedagógico e até psicológico para os candidatos.

O Conjunto Penal de Itabuna possui escola de Ensino Médio (Colégio Estadual de Itabuna), cujos concluintes foram sensibilizados quanto à necessidade de se fazer o Enem. Além desses, foram inscritos outros internos que já possuíam a formação em nível médio quando entraram no sistema prisional, bem como outros candidatos que já passaram pelo crivo de Enem em anos anteriores, sem sucesso, mas que não desistiram de tentar mais uma vez.

Para a coordenadora de Educação do CPI, Maria do Carmo Vasconcelos, é importante ressaltar o esforço de todos, dos candidatos aos aplicadores, assim como os professores que ao longo dos anos se dedicam, em todas as modalidades ofertadas na unidade, ao desenvolvimento de cada indivíduo, na reconstrução de sua cidadania, a partir da educação.

“Temos alguns egressos que alcançaram o acesso à universidade aqui dentro, e isso prova que a educação e o conhecimento, mesmo no ambiente de cárcere, é o caminho para a cidadania plena. A capacidade eles tem, e a oportunidade está aí. Basta juntar a vontade de cada um para fazer essa transformação acontecer”, afirma a coordenadora.

Para essa aplicação, foram utilizados 20 fiscais, que aplicaram as provas em 10 salas especialmente preparadas para o certame. A empresa Socializa, que administra a unidade em regime de cogestão com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), garantiu a estrutura de pessoal