Daniel Thame

dt panamáEm janeiro de 2016, os chineses passaram pelo futebol brasileiro como um tsunami, levando de jogadores de ponta (para os padrões nacionais) como Jadson, Paulinho, Ralf, Ricardo Goulart, Luis Fabiano e Diego Tardelli, atletas medianos como Junior Urso, Elkeson,  Kléber, Jucelei e Geuvânio, além de ´notórios` zé ninguém.

A China, com seus salários estratosféricos, parecia o novo Eldorado da Bola para os jogadores brasileiros, a garantia de uma aposentadoria tranquila.

Parecia.

Em janeiro de 2017, a realidade é outra. Os chineses e seus salários do outro mundo simplesmente viraram as costas para o outrora (e coloca outrora nisso!) melhor futebol do mundo.

Não houve o tsunami, nem ao menos um ventinho. No máximo uma ou outra consulta, alguns supostos interesses plantados por empresários para valorizar seus jogadores.

E para por aí.

Ou melhor, não para.

china china

Além de não contratar, os chineses estão abrindo mão, sem verter uma mísera lágrima, de `estrelas` contratadas a peso de ouro, casos de Jadson e Luis Fabiano e dos argentinos que fizeram nome no Brasil, como Conca e Montillo.

Há explicações para o fenômeno?

Duas são as análises a serem exploradas.

Uma é que com dinheiro saindo pelo ladrão (ops!) os chineses fizeram um upgrade e já estão buscando estrelas de primeira grandeza ano mercado europeu (outrora só comprador)  e craques outonais mas ainda capazes de atraírem holofotes, como Carlitos Tevez, que foi pra China ganhar mais do que Messi e Cristiano Ronaldo. A tendência deve se confirmar já na temporada 2018. Manchester United, Manchester City, Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique e outros gigantes que se preparem.

A outra questão é inerente ao jogador brasileiro. Na hora do contrato, só pesam as cifras milionárias. Chegando no exterior (e aí não se trata apenas da China) é um tal de saudade da comida, saudade da família, saudade do pagode, saudade do  cachorrinho de estimação. Rendem pouco ou quase nada e, óbvio, se tornam descartáveis e voltam ao Brasil, onde são tratados como craques que jamais voltarão a ser. Claro que existem exceções, mas elas são exceções mesmo.

O Negócio Bola da China acabou.

E gol- Brasil x Colômbia, com renda revertida para os familiares das vítimas da tragédia que dizimou a Chapecoense, é um desses momentos de celebrar a solidariedade, de mostrar que o futebol pode ser mais do que um jogo.

É pênalti: há algo no ar além de urubus e aviões caindo no mar. É uma rima (e para alguns) uma solução.