Vinte mil toneladas de milho, das 80 mil anunciadas pela presidente Dilma Rousseff para atender aos criadores familiares da Bahia, chegarão de navio ao Estado, conforme decisão tomada durante reunião do secretário estadual da Agricultura e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri), engenheiro agrônomo Eduardo Salles, no Palácio do Planalto, com os secretários executivos de diversos ministérios e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e dos secretários de Agricultura dos estados nordestinos. O total de 80 mil toneladas de milho, (das 340 mil destinadas ao Nordeste), chegarão à Bahia entre os meses de abril e maio.

As 20 mil toneladas que virão de navio serão administradas pelo governo baiano, que adotará as providências para a venda balcão aos criadores familiares, ao preço de R$ 18,12, com o limite máximo de 6 mil quilos por produtor. Os recursos gerados com a venda de parte dessas 20 mil toneladas serão aplicados na produção de volumosos para distribuição aos criadores familiares. “Nesse momento, alimentar os animais somente com milho é como querer engordar uma pessoa com caviar. Nós precisamos viabilizar também o volumoso para juntar ao milho, e dar sustentabilidade ao rebanho destes produtores”, disse o secretário.

Salles explicou que o encontro no Palácio do Planalto, que teve como pauta a questão do milho, a compra de volumoso para alimentação animal, ações preparatórias para o pós-seca e ações permanentes da agropecuária “foi uma importante e proveitosa reunião de trabalho para operacionalizar as medidas anunciadas na véspera pela presidente Dilma, durante a 17ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Fortaleza (CE), da qual participaram o governador Jaques Wagner e o secretário Rui Costa, Casa Civil, coordenador do Comitê da Seca”. Ainda neste mês, uma nova reunião será realizada para discutir o cenário depois do mês de junho.

O secretário agradeceu ao governo federal pela sensibilidade diante dos graves problemas enfrentados pelos estados nordestinos com a seca prolongada, e afirmou que o transporte de milho por meio de navio vai facilitar a remoção dos grãos. A utilização do sistema de cabotagem, a partir do Porto de Paranaguá para os portos nordestinos vinha sendo reivindicada pelo Conselho Nacional de Secretário de Agricultura desde junho do ano passado.