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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 29/abr/2010 . 14:35

Por quem choram os deuses e os anjos da bola?


Pelé, maior jogador de futebol de todos os tempos, tricampeão mundial de futebol, o primeiro título conquistado aos 17 anos, campeão de tudo pelo Santos, parou o auge, não sem antes fazer uma escala no incipiente futebol dos EUA, onde foi popularizar o esporte e reforçar a conta bancária.

Zico, craque incontestável, Rei do Maracanã, ganhou tudo pelo Flamengo e até hoje é reverenciado pela torcida, parou no auge, não sem antes fazer uma escala no árido futebol japonês, onde, a exemplo de Pelé, ajudou a popularizar o esporte e reforçou a conta bancária.

Pelé e Zico mantêm na memória de seus fãs os gols de antologia, o talento com a bola nos pés, a genialidade e a postura de ídolos exemplares.

Garrincha, o anjo torto de pernas tortas, foi bicampeão mundial de futebol (a Copa de 62 ele ganhou sozinho) e fez misérias pela ponta direita, destroçando laterais planeta afora com seus dribles de fantasia. Quando o álcool e as contusões roubaram-lhe a magia, perambulou por time marca bufa, como Olaria e Portuguesa Carioca, fantasma de si mesmo, em jornadas deprimentes. Morreu solitário num quarto de hospital, consumido pela cachaça e pelo desespero de não ser o que um dia fora.

Romário, o baixinho capaz de transformar um palmo de grama num latifúndio de dribles e de gols, encantou as torcidas do Vasco, do Flamengo e do Barcelona, onde foi eleito o melhor jogador do mundo. Foi decisivo na conquista da Copa de 94. Quando a idade chegou e o palmo de grama transformou-se num palco vazio de talento, criou a fantasia dos mil gols. Para atingir a marca milenar, contabilizou gols de pebolim, futebol de botão, futebol de areia e babas entre casados e solteiros. Quando saiu de cena, estava prestes a entrar para o folclore, quando seu lugar merecido é no panteão dos grandes craques do futebol mundial.

Ronaldo, craque do Barcelona, campeão do mundo em 2002, maior artilheiro da história das copas, goleador implacável, exemplo de superação, ressuscitou seguidas vezes para o futebol, depois de ser dado como morto. Sua ultima ressurreição, jogando pelo Corinthians naquela que parecia apenas jogada de marketing, merece entrar para a categoria milagre.

Campeão Paulista, Campeão da Copa do Brasil, celebrado por torcidas de todo o país, Ronaldo poderia ter percebido, naquela bafejada da fortuna, que era a hora de seguir a trilha dourada de Pelé e de Zico. Pendurar as chuteiras no auge.

Não parou e o Ronaldo de 2010, o Ronaldo que na noite chuvosa de quarta-feira (seriam lágrimas dos deuses e anjos da bola?) no maior palco do futebol brasileiro, o Maracanã, mais parecia um desengonçado zagueiro do Flamengo do que um cerebral atacante do Corinthians, caminha a passos (lentos, pelo peso) para seguir a trilha da melancolia final de Garrincha e de Romário.

Ele não merece nem precisa disso.

Tiroteio verbal, tiroteio real


Nesta semana, a Câmara de Vereadores de Itabuna produziu um desses episódios que revelam a diferença entra a boa intenção e a ação. É inegável que o vereador Sólon Pinheiro teve uma boa intenção ao realizar uma sessão especial com o objetivo de debater a violência em Itabuna e buscar soluções para reduzi-la.

O encontro, que poderia ser produtivo, já que contava com a participação de diversos segmentos da sociedade organizada, descambou para um tiroteio verbal entre o vereador e o comandante do 15º. Batalhão da PM em Itabuna, tenente-coronel Jorge Ubirajara Pedreira, que está deixando o cargo.

Um diálogo ríspido, que provocou tamanho mal estar entre os presentes que a sessão teve que ser suspensa. As discussões e as eventuais soluções para conter a violência ficaram para depois.

O imbróglio na Câmara de Vereadores é exemplar, na medida em que não é o caso de se buscar culpados pela violência e sim promover uma ampla mobilização para que o cidadão possa ter um mínimo de tranqüilidade.

Não se trata de um problema exclusivo de Itabuna ou mesmo da Bahia.

A violência é uma praga nacional, que atinge desde as mega-metrópoles até as pequenas cidades do interior.

Em Itabuna, é bom que se frise, essa violência tem atingido níveis alarmantes, com assassinatos em série e roubos/assaltos que muitas vezes as vítimas nem se dão ao trabalho de registrar queixa na polícia, de tão inútil que é.

O tráfico de drogas, responsável pela esmagadora maioria dos casos de violência, é uma instituição onipresente na cidade, que não raro conta com uma proverbial cegueira da polícia para atuar as claras.

A violência não é apenas um problema policial.

É, também, o principal subproduto de um sistema em que a exclusão social e a ausência dos serviços públicos básicos (como saúde, educação, lazer e acesso ao mercado de trabalho) acaba levando à criminalidade, embora não seja correto dizer que pobreza é pré-requisito para a criminalidade.

Para evitar que se chegasse ao clímax de violência, seriam necessárias políticas que ofereçam oportunidades às crianças, adolescentes e minorem as carências das pessoas adultas.

É algo tão óbvio, que se torna redundante ficar repetindo isso à exaustão.
Mas, se é tão óbvio assim, porque nossos governantes -e a sociedade organizada como um todo- não tomam as medidas necessárias para coíbir a violência no nascedouro, antes que ela estoure tingindo a todos, sem exceção?
Antes que todos nos transformemos não apenas em vítimas potenciais, mais em vítimas reais?
É o caso, definitivamente, de menos discussão e mais ação.





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