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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 27/abr/2010 . 18:11

A locomotiva escolhe cada maquinista…


São Paulo é considerado, com muita propriedade, a Locomotiva do Brasil. Um estado que, se fosse um país, estaria no mesmo patamar de algumas nações européias.

Potência econômica, responsável pela maior parte do PIB do Brasil, o interior de São Paulo possui algumas cidades interioranas, como Ribeiro Preto, Araraquara, Barretos, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente que mais parecem municípios do 1º. Mundo, pela pujança econômica e qualidade de vida que ostentam.

Durante décadas, São Paulo foi o “objeto de desejo” de milhões de norte/nordestinos, que fugindo da seca e da pobreza, buscaram no Eldorado Paulista uma chance de vida melhor.

Hoje, esse Eldorado não é tão dourado assim e a capital paulista, uma das maiores cidades do mundo, paga o preço da falta de planejamento urbano, da expansão desenfreada e da superpopulação.

Vez por outra, explode o caldeirão de violência e miséria nas periferias desassistidas, que ao contrário do Rio Janeiro onde praia-rica e morro-favela convivem lado a lado, estão espalhadas pelas bordas da capital e de quase três dezenas de cidades que formam a Grande São Paulo.

Uma área onde vivem/sobrevivem cerca de 15 milhões de pessoas.

A potência de desenvolvimento, que resiste a despeito da expansão econômica para outras regiões do país, é um desastre quando se entra no quesito preferência política, com escolhas que oscilam entre o mais deslavado conservadorismo e o bizarro.

A observação se dá diante da opinião de alguns cientistas políticos (?) de que São Paulo pode decidir a eleição presidencial de 2010 em favor de José Serra, compensando com uma diferença de votos esmagadora, as perdas que o candidato do PSDB terá nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e partes do Sul/Sudeste, em que o peso político e a popularidade de Lula podem favorecer Dilma Roussef.

Era exatamente isso o que pensavam os paulistas (e os tucanos) em 2006, quando jogaram o peso de São Paulo para eleger Geraldo Alckmin e derrotar Lula.

O resultado já é conhecido: Lula teve a maior votação da história e Alckmin conseguiu a proeza de ter, no segundo turno, menos votos do que no primeiro.

Tudo bem: Dilma não é Lula, Serra não é Alckmin. Para sermos justos, não há nem comparação.

Mas, na ferrovia da política, São Paulo também não pode se jactar de ser a locomotiva que puxa para onde quer os demais vagões de eleitores.

E de mais a mais, não custa lembrar que São Paulo já elegeu Jânio Quadros e Celso Pitta prefeitos da Capital, além de aberrações e ou excentricidades como Afanasio Jazadi, Agnaldo Timóteo, Frank Aguiar, Netinho e Biro Biro para deputado e vereador.

É melhor ficar sempre com um pé atrás, diante das opções de maquinista dessa locomotiva. O trem Brasil, que anda nos trilhos, não pode correr o risco de descarrilar.

A MÃE

Algumas mães, de tão devotadas, costumam dar a vida pelos filhos.

O instinto maternal se manifesta de forma tão intensa que eles não hesitam em submeter-se ao sacrifício para preservar aqueles a quem, numa das mais sublimes manifestações da natureza, deram a vida.

Mães, invariavelmente, sonham que seus filhos e filhas se tornarão homens e mulheres respeitáveis e levarão uma vida digna.

Mães, se pudessem, teriam seus filhos e filhas junto delas, como se fossem eternamente crianças necessitando de afeto e proteção, como se o ciclo da vida ficasse paralisado, quando na verdade segue seu curso natural.
É de se imaginar, portanto, a dor de uma mãe quando um filho se desvia do caminho que ela idealizou.

Mais do que isso, quando o filho se transforma em ameaça.

Foi isso que o aconteceu num episódio ocorrido em Itabuna, exemplar pela desagregação que a droga, especialmente o crack, vem provocando como fator de desestrutura familiar.

Primeiro, a mãe percebeu que o filho, até então um dedicado estudante de uma das mais rigorosas escolas públicas de Itabuna, estava mudando de comportamento.

O menino carinhoso se tornara ausente e até agressivo com ela.

Abandonou a escola e passou a andar naquilo que mães zelosas costumam definir vagamente como “más companhias”.

Não demorou muito para ela descobrir que o filho, de 17 anos, estava viciado em crack e, pior, acumulando dívidas com traficantes, que têm o hábito nada ortodoxo de quitar esse tipo de débito com a execução do devedor. Por “execução”, entenda-se assassinato.

A mãe fez um imenso sacrifício e pagou um débito de R$ 800,00 que o filho tinha com o tráfico, mas novas dívidas foram contraídas.

Quando os apelos para que largasse o vício se tornaram inúteis, a mãe, num gesto de desespero, avisou que iria procurar a polícia.

“Se você fizer isso, eu te dou um tiro na cara”, foi a resposta do filho.

O rapaz não estava blefando.

Ao encontrar um revólver no quarto do filho, ela constatou que ele havia subido mais um perigoso degrau na escala natural do vício: ele provavelmente estava cometendo assaltos para conseguir dinheiro ou qualquer objeto (relógios, celulares, tênis, etc.) para trocar pelas pedras de crack.

Deve ter percebido também que a expressão “eu te dou um tiro na cara” não era apenas um desabafo de quem já perdeu qualquer respeito pele mãe.

Era uma ameaça real.

Tão real que, ao dar pela falta do revólver, que a mãe havia escondido, o rapaz passou a quebrar objetos da casa e a agredi-la fisicamente.

Solução: a mãe chamou a polícia e entregou o próprio filho. Como é menor e não pode ficar preso, ela pediu que ele seja internado num centro de reabilitação, instituição de efeito duvidoso, mas que se apresenta como única alternativa.

“É melhor ver meu filho preso do que ver ele morto”, desabafou a mãe, incapaz de admitir (de novo pelo instinto maternal) de que nessa história havia grandes chances de que poderia morrer pelas mãos do filho a quem deu a vida.

Essa história da vida real, que se repete à exaustão, só terá fim quando as autoridades (in)competentes e a sociedade (dês)organizada se derem conta de que o crack é um caso de calamidade pública.

Uma imensa, ameaçadora, e devastadora calamidade.





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