:: ‘Reporteres Sem Fronteiras’
Brasil está em 111º no ranking de liberdade de Imprensa, diz Ong Repórteres Sem Fronteiras
O Brasil ficou na 111ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa, que avalia 180 países, e foi divulgado nesta terça-feira, dia 20, pela Ong Repórteres Sem Fronteiras. A informação é da agência de notícias Ansa.
Em relação ao último levantamento, o país caiu quatro posições e entrou na zona vermelha da lista, continuando como uma das nações mais violentas para a prática do Jornalismo.
De acordo com a Ong, a situação do Brasil é considerada pior que países como Etiópia, Paraguai, Libéria, Mauritânia, Haiti, Hong Kong e Serra Leoa. A nação também se aproximou de Nigéria, Nicarágua, Afeganistão e Palestina.
Na edição de 2015, o Brasil chegou a ocupar a 99ª posição, mas despencou na classificação. Em 2018, antes da entrada de Jair Bolsonaro ao poder, o país estava na 102º colocação, situada na faixa laranja da tabela.
O Repórteres Sem Fronteiras criticou Bolsonaro e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por promoverem medicamentos cuja eficácia nunca foi comprovada pela medicina, como a cloroquina.
Governo de Paulo Souto foi marcado por assassinatos de jornalistas e radialistas
A violência tem sido um dos temas mais explorados na campanha do DEM nas eleições baianas. Violência é algo que os profissionais de comunicação sentiram na pele durante os governos de Paulo Souto e ACM na década de 90. “Foi um período sombrio para os jornalistas e radialistas da Bahia”, lembra o vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa, Ernesto Marques.
Na Bahia, onze profissionais de imprensa foram assassinados em dez anos, a maioria deles em crimes de mando, ligados ao exercício da profissão e quando faziam denuncias de corrupção envolvendo políticos ligados ao carlismo.
Os casos mais notórios de assassinatos de profissionais de imprensa envolveram os radialistas Ivan Rocha, em Teixeira de Freitas, Ronaldo Santana, em Eunápolis, e o jornalista Manuel Leal, diretor do jornal A Região, em Itabuna. ”O corpo de Ivan Rocha não foi encontrado até hoje e nos casos de Ronaldo Santana e Manuel Leal investigações mal feitas impediram que se chegassem aos mandantes, porque a regra era a impunidade”, diz Ernesto Marques.
Entidades como o Comitê de Proteção aos Jornalistas (EUA) , Sociedade Interamericana de Imprensa (EUA) e Repórteres Sem Fronteiras (França) cobraram oficialmente a apuração dos crimes, mas o governo carlista ignorou os pedidos. “A liberdade de expressão inexistia e quem se atrevia a denunciar sofria ameaças e em alguns casos pagava com a vida. Não podemos retroceder diante dos avanços que conquistamos com Wagner. Hoje a Bahia tem uma imprensa livre e o direito de opinião é respeitado”, afirma Ernesto Marques.
Reporteres Sem Fronteiras cobra providências sobre assassinato de tres jornalistas no Brasil
Morto a tiros a 8 de março de 2013 em Ipatinga (Minas Gerais), Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, é o terceiro jornalista assassinado desde o início do ano no Brasil (http://es.rsf.org/brasil-pista-do-narcotrafico-equacionada-26-02-2013,44132.html). A hipótese de uma execução planejada, provavelmente relacionada com a atividade profissional da vítima, parece ser a linha preferencial das autoridades federais, como alegou pelo tweeter a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Ao sair com um colega de uma lanchonete que frequentava habitualmente, Rodrigo Neto foi abatido a tiro por dois indivíduos quando se dirigia ao seu automóvel. Os assassinos não levaram nada do material profissional da vítima.
Especialista em questões policiais de dois meios de comunicação regionais – Rádio Vanguarda AM e o diário Vale do Aço –, o jornalista já havia relatado ter sido ameaçado e vigiado por pessoas suspeitas. Suas reportagens o haviam levado a denunciar à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa estadual o envolvimento de policiais em crimes.
Comentarista esportivo pode ter sido assassinado por ter feito críticas a time de futebol
A organização Repórteres sem Fronteiras está acompanhando a investigação sobre o assassinato de Valério Luiz de Oliveira. O comentarista esportivo da estação privada Rádio Jornal 820 AM, de 49 anos, fora baleado mortalmente na tarde do dia 5 de julho de 2012 em Goiânia, capital do estado de Goiás. Valério Luiz foi um dos cinco jornalistas assassinados no Brasil em 2012 por razões vinculadas com suas atividades profissionais.
A detenção de Maurício Sampaio, antigo vice-presidente do Atlético Goianiense, parece confirmar a hipótese de represálias relacionadas com as críticas proferidas na rádio por Valério Luiz contra os dirigentes do clube.
A prisão, no dia 1º. de fevereiro de 2013, de três homens suspeitos de terem participado na execução de Valério Luiz permitiu chegar até ao nome do empresário Maurício Sampaio. Marcus Vinícius, um açougueiro conhecido como “Marquinhos”, confessou imediatamente ter sido o autor do crime. Um policial militar e um terceiro indivíduo, amigo e parceiro de negócios de Maurício Sampaio, teriam supostamente contratado o primeiro para matar o jornalista em troca de 200 mil reais.
Maurício Sampaio, o presumível mandante, foi detido em sua casa no dia 2 de fevereiro. Até agora, o ex-vice-presidente do Atlético-GO negou qualquer relação com os fatos. Ele foi alvo de fortes críticas por parte do jornalista, que estava proibido de entrar na sede do clube, junto com sua rádio.
JORNALISTA QUE DENUNCIOU VIOLENCIA POLICIAL É AMEAÇADO NO FACEBOOK
Um artigo publicado na edição de 14 de julho de 2012 nas colunas do diário Folha de São Paulo denunciava as declarações brutais e de apologia da violência publicados na conta de Facebook do ex-comandante da polícia militar de São Paulo (a chamada Rota), Adriano Lopes Lucinda Telhada, atualmente candidato a vereador nas eleições municipais de 7 e 28 do próximo mês de outubro (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/54441-ex-chefe-da-rota-vira-politico-e-prega-a-violencia-no-facebook.shtml). Desde esse dia, o autor do artigo, André Caramante, passou a ser também ele alvo das ameaças do antigo policial e de seus seguidores. Contatado pelos familiares do jornalista, Repórteres sem Fronteiras reclama a abertura de uma investigação.
“Tendo em consideração os comentários tecidos no Facebook contra André Caramante, o candidato Adriano Lopes Lucinda Telhada deverá prestar contas perante a justiça por suas declarações. As mensagens publicadas pelo ex-policial não só maculam a reputação do jornalista, como também incitam ao ódio contra ele e colocam em risco sua integridade física. Tais comportamentos, contrários ao Estado de Direito, justificariam que a justiça examinasse a elegibilidade do coronel Adrino Telhada”, considerou Repórteres sem Fronteiras.
Comandante da Rota até novembro de 2011, Adriano Lopes Telhada concorre ao cargo de vereador da prefeitura de São Paulo pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Centrando toda sua campanha na repressão daqueles que ele trata de “vagabundos” e “bandidos”, o ex-policial publicara na sua conta Facebook, no passado dia 22 de junho, a fotografia de dois jovens negros “suspeitos”, segundo ele e sem provas, de serem os responsáveis de um ataque a uma base da polícia militar. O post já foi partilhado quase mil vezes no Facebook.
Especialista da Rota, da qual por vezes critica os abusos, André Caramante não parou de receber ameaças desde seu artigo de 14 de julho. “Quem defende bandido é bandido também! Bala nesses safados!” foi uma das invetivas dirigidas contra o jornalista e visível na conta do ex-comandante, que apelida André Caramante de “notório defensor de bandidos”. Noutra mensagem colocada no Facebook, um policial militar chamado Paulo Sérgio Ivasava Guimarães atesta todo seu apoio ao seu antigo superior com essas palavras: “Esse Caramante é mais um vagabundo. Coronel, de olho nele.”
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