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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Livia Natalia’

Em debate na Flica, Livia Natália diz: ‘Eu digo como quero ser representada’

flica livia

 

Não há mais o que se contestar sobre a legitimidade da literatura negra. Duas mulheres, escritoras, negras, feministas e o desafio da militância em campos invisibilizados historicamente. De um lado, a poeta e professora baiana Livia Natália. Do outro, Sapphire, escritora norte-americana autora do clássico “Preciosa”, levado para o cinema. Duas vozes capazes de prender a atenção do público que lotou o Claustro do Convento do Carmo neste sábado (17), na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). A mediação ficou por conta do jornalista Mário Mendes.

“Estamos em um momento em que a literatura tem nome e sobrenome. Voz, elas sempre tiveram, mas não podiam se fazer ouvir. Por exemplo, a homossexualidade deixa de ser doença no final do século passado, assim como negros eram tidos como sem alma, que podem ser mortos. Infelizmente a polícia ainda não pegou isso, eles acham que ainda podem nos matar”. A fala de Livia Natália arrancou aplausos calorosos da plateia. Apesar de não se considerar militante como escritora, Sapphire destacou que a vida dos negros tem sido reduzida por causa do racismo.

Para Livia Natália, a formação acadêmica brasileira rechaça a literatura de uma das escritoras negras mais conhecidas da história, Carolina de Jesus. Enquadrada como uma literatura menor, a escrita visceral da autora em “Quarto de Despejo” foi ressaltada pela poeta no debate, reforçando o valor literário da clássica escritora da literatura negra.

“Tem uma intensidade, uma construção de um universo simbólico, formal, todo mediado pela fome. E ela escreve de uma outra forma por causa dessa fome. É uma mulher que vai do topo de uma carreira literária e morre no mesmo lugar de onde saiu, que foi a favela”.  Complementando a poeta baiana, Sapphire destacou a influência de Carolina de Jesus em suas obras.

“Todos os livros de Carolina que foram traduzidos para o inglês faz parte do que falei, escrevi. Tudo isso eu estudei”, revelou.

Entre outros assuntos, como processo literário, poesia, prosa, racismo, outro aspecto foi abordado pelas autoras. De acordo com Sapphire, a literatura escravagista foi a base dos primeiros livros dos afro-descendentes. “Antes não era algo muito popular. Entrou em discussão há pouco tempo, com o livro 12 anos de escravidão. Tem uma literatura fora da literatura, que são diários, cartas. Você tem que pegar a linguagem do povo mesmo, das ruas, a mulher afro-descendente busca essas cartas para criar uma voz que possa ser ouvida”, explica.

Nesse contexto, a poeta baiana defende o poder da palavra nas mãos dos sujeitos “invisíveis”. “Se todas as minorias se apossarem da palavra, a palavra é poder, eu digo quem eu sou. Eu digo como quero ser pensado, representado. Escrever é dizer quem eu sou e como eu quero ser pensada. Vamos continuar lutando, livre e simbolicamente. Literatura negra sim”, afirmou. (do G1)

 

 

Flica 2015 celebra a literatura universal em debates com autores do Brasil e do mundo

Cachoeira, 17.10.2012 Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Foto: João Alvarez/Sistema FIEB

Em sua 5ª edição, a Flica- Festa Literária Internacional de Cachoeira, na Bahia, já está consolidada na agenda cultural do País. São cinco dias de imersão literária em mesas de debates com temas que perpassam política, economia, história, biografias e dramas humanos a partir dos olhos e das palavras de importantes autores do Brasil e do mundo.

A abertura das mesas acontece na quarta-feira, 14 de outubro, às 19 horas, com o autor homenageado dessa edição, Antônio Torres. O baiano de Junco, imortal da Academia Brasileira de Letras, estará ao lado do jornalista especializado em cobertura de conflitos e autor do romance Ariana, Igor Gielow. A mediação dessa conversa será feita pelo letrista e poeta Jorge Portugal, sobre a temática Gentes Brasileiras.

flica 1Os historiadores Tâmis Parron e Luiz Claudio Dias Nascimento compõem a primeira mesa literária do dia 15 de outubro, às 10 horas, falando sobre Etnias, resistências e mitos. A conversa será mediada pelo curador geral da Flica, Aurélio Schommer.

Às 15 horas, o escritor e cronista João Paulo Cuenca encontra-se com o autor brasiliense Lima Trindade para falar sobre a temática O superficial da profundidade. No mesmo dia, às 19 horas, Martha Medeiros e Verônica Stigger comandam a conversa intitulada Paisagem Múltipla. As duas mesas serão mediadas pelo pernambucano Cristiano Ramos.

Versos, diversos é o encontro que abre a sexta-feira, dia 16 de outubro. Às 10 horas, as autoras baianas Clarissa Macedo e Rita Santana conduzem a discussão sobre o lirismo dos sentimentos sob a mediação do poeta e ficcionista Roberval Pereyr.

Do interior da Bahia, o jornalista, crítico literário, ensaísta e romancista Adonias Filho é o autor homenageado da mesa composta pelos especialistas Carlos Ribeiro e Silmara Oliveira. Adonias Filho, 100 anos acontece no dia 16 de outubro, às 15 horas, com mediação de João Adonias Neto.

Flica 3Guerra de civilizações traz a paquistanesa Kamila Shamsie e o crítico literário Rodrigo Gurgel, dois prosadores que não fogem da arena do argumento reto quando o tema é a guerra entre Islã e Ocidente. Essa conversa será mediada por Aurélio Schommer, às 19 horas do dia 16 de outubro.

O sábado, dia 17 de outubro, traz cinco mesas literárias e começa com o tema Hansen Bahia, xilogravuras literaturas, às 9 horas. Tendo como mediador Aurélio Schommer, a conversa será entre Rubem Grillo e Antonio S. Costella. Às 11 horas, a portuguesa Mariana Trigo Pereira e Bruno Garschagen falam sobre Os desafios e os limites do Estado. O diálogo entre autores com opiniões opostas sobre o tema será conduzido por Evandro Sybine.

Diálogos é a temática a ser desenvolvida, às 14 horas, pelo encontro entre o nigeriano Helon Habila e o baiano José Carlos Limeira. A poesia negra estará em pauta com esses dois autores em mediação de Maria Anória de Jesus Oliveira. Às 17 horas, Sapphire, autora norte-americana do premiado best-seller Preciosa, e a doutora em Literatura, Lívia Natália, conversarão mediadas por Celmar Batista na mesa Em trânsito. O encontro inédito da revelação Ana Beatriz Brandão com o experiente André Vianco acontece no sábado, às 20 horas.

Fechando a programação da Flica 2015, a premiada escritora norteamericana Meg Cabot e Paula Pimenta conversarão Sobre palavras e princesas, mediadas por Cristiano Ramos.

A Flica 2015 tem o apoio do Governo da Bahia, Coelba e Oi.





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