:: ‘lagarta’
Praga na lavoura provoca estado de emergência no oeste baiano
O Ministério da Agricultura declarou estado de emergência fitossanitária no oeste da Bahia, por causa da praga Helicoverpa armigera, lagarta que causa prejuízo principalmente às lavouras de milho, soja e algodão. O anúncio foi publicado na edição desta segunda-feira (4) do Diário Oficial da União e tem validade de um ano.
O estado de emergência permite rapidez na adoção de medidas em casos que necessitem de controle imediato de pragas e o governo da Bahia terá autoridade para adotar ações de controle à lagarta nos próximos dias, que serão detalhadas no Diário Oficial ainda nesta semana. A legislação prevê, inclusive, autorização para uso de agrotóxicos. No entanto, não podem ser usados produtos que causem graves danos ao meio ambiente ou para os quais o Brasil não disponha de métodos de desativação de componentes. (da Agência Brasil).
Ameaçado de prisão e multa, secretário de Agricultura alerta para gravidade do posicionamento do Ministério Público
Questão será levada à presidente Dilma Rousseff e à Procuradoria Geral do Estado
“Vou continuar defendendo o que é correto. Tenho a tranquilidade de que estamos buscando o caminho da sustentabilidade, preservando as questões sociais e a economia de todo o País, além dos cuidados com o meio ambiente e com a saúde da população”, afirmou o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao saber que, em face de Ação Civil Pública movida contra ele pelo Ministério Público Estadual, a 1ª Vara da Fazenda Pública, Comarca de Barreiras, proibiu a aplicação do Benzoato de Emamectina, único produto eficaz para combater a lagarta Helicoverpa Armigera, que está destruindo as lavouras de milho, soja e algodão de nove municípios do Oeste baiano e que já avança em mais quatro estados do Brasil.
Em reuniões com os MPs Estadual e Federal, ficou clara a ameaça de prisão do secretário caso o produto fosse aplicado. Salles disse que tão logo seja notificado oficialmente, encaminhará o assunto à Procuradoria Geral do Estado (PGE) para defendê-lo na Justiça. Na última terça-feira, ao participar da abertura da Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães, o governador Jaques Wagner afirmou que levará o pleito dos produtores à presidente Dilma, e que os apoiará na busca de solução definitiva para esse problema.
“O Benzoato de Emamectina já é utilizado em 70 países, entre eles os Estados Unidos, Austrália e até o que possui uma das legislações mais rigorosas do mundo, oJapão, e muitos aplicam inclusive em plantações de tomate, sem qualquer efeito danoso registrado. Será que esses países são irresponsáveis?”. Será que só o Brasil e os promotores do MP estão corretos?, questiona Salles, lembrando que o produto foi importado com autorização expressa do Ministério da Agricultura (MAPA).
Sem acordo com MP, produtores do Oeste baiano não vão aplicar produto contra ataque da lagarta Helicoverpa
Depois de meses de muitas discussões com o Ministério da Agricultura e com os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho, buscando solução para a praga que está destruindo as lavouras da soja e algodão em nove municípios do Oeste da Bahia, os produtores, representados por suas associações, resolveram não bater de frente, neste momento, com o MP, que vetou o uso do Benzoato de Emamectina, e não aplicar este produto, único capaz de combater a lagarta Helicoverpa Armigera. Eles decidiram também que vão solicitar uma reunião com todas as instâncias do MP para posicioná-los sobre a gravidade do problema, e levar o assunto à presidente Dilma Rousseff. “O prejuízo já está consolidado este ano e não temos como recuperar o que foi perdido. Vamos buscar alternativas para a próxima safra”, disse a presidente da Associação dos Produtores de Algodão da Bahia, Izabel da Cunha.
Os presidentes da Associação de Produtores de Algodão da Bahia (Apaba), Izabel da Cunha; da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Buzato, e do Fundo de Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão, Ademar Marçal, se reuniram com o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, e com os diretores geral e de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab/Seagri), Paulo Emílio Torres e Armando Sá, buscando um caminho a ser seguido em relação a esse grave problema, que agora tem novo agravante. A lagarta Helicoverpa Armigera já está atacando também o feijão de corda, produzido basicamente pelos agricultores familiares da Bahia, e ataca também o feijão Gurutuba e o Fradinho, utilizado no preparo do acarajé. A lagarta já está presente nos estados do Paraná, Goiás, Piauí e Mato Grosso, e pode chegar a outras regiões.
O secretário Eduardo Salles explicou todos os passos que foram dados, desde que a praga foi descoberta até a última reunião com o MP, quando ficou acordado que o produto seria aplicado, num projeto piloto, em dez fazendas nos municípios de Luis Eduardo, São Desidério e Barreiras, atendendo a todas as exigências dos órgãos reguladores e dos promotores. Esse piloto geraria um relatório, demonstrando a eficiência e a segurança na aplicação da Emamectina. Mas agora, o MP fez novas exigências, impossíveis de serem observadas, diante do avanço da safra e exiguidade de tempo. A questão era aplicar à revelia ou não aplicar o produto.
Ataque de lagarta a algodão e soja no Oeste Baiano pode ser bioterrorismo
Segundo informações chegadas ao secretário estadual da Agricultura (Seagri), e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri), engenheiro agrônomo Eduardo Salles, há suspeitas de que o ataque da lagarta Helicoverpa Armigera, que está destruindo as plantações de algodão e soja em nove municípios do Oeste baiano e mais quatro estados seja resultado de bioterrorismo. Foi o que ele disse nesta sexta-feira (10), em Barreiras, durante reunião com produtores, secretários de Agricultura, Meio Ambiente e Saúde dos municípios afetados e promotores do Ministério Público Estadual e do Trabalho. De acordo com Salles, a suspeita estaria sendo investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A praga já causou prejuízos superiores a R$ 1 bilhão e está comprometendo 228 mil hectares de algodão somente na Bahia.
Além do Oeste baiano, a lagarta Helicoverpa, praga quarentenária A1, até então inexistente no Brasil, já está presente nos estados do Paraná, Goiás, Piauí e Mato Grosso, e pode chegar a outras regiões.
A reunião pública realizada nesta sexta-feira no auditório do Inema de Barreiras, com a participação do secretário Eduardo Salles, promotores do MPE e do Trabalho; do diretor geral e do diretor de Defesa Vegetal da Adab, Paulo Emílio Torres e Armando Sá; produtores e secretários de Agricultura, de Saúde e do Meio Ambiente dos municípios de Barreiras, São Desidério, Luís Eduardo Magalhães, Baianópolis, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves, Correntina, Jaborandi e Cocos, teve o objetivo de alinhar as ações e definir regras para a aplicação do produto agroquímico Benzoato de Amamectina, de comprovada eficiência em outros países, no combate à lagarta Helicoverpa spp.
O produto, importado, já está em solo brasileiro e chega ao município de Luís Eduardo Magalhães até quarta-feira (15), onde ficará armazenado e autorizado o uso sob o monitoramento da Adab. Os promotores dos Ministérios Públicos aguardam ainda as recomendações da Anvisa e Inema para assim dar sequência ao processo de aplicação.
“Estima-se que com a utilização deste produto específico para a Helicoverpa aconteça redução populacional para assim podermos agir no manejo da lavoura”, afirma o secretário Eduardo Salles, destacando que o governo federal deve aprofundar as investigações para detectar as causas do surgimento da Helicoverpa no Brasil.
Inicialmente, o produto será utilizado em 10 propriedades, seguindo diversas regras e cuidados, numa ação conjunta dos governos federal e estadual, prefeituras, entidades de classe e produtores. Esse projeto piloto vai gerar a elaboração de um relatório, que será a base para a segunda fase de aplicação do Benzoato de Emamectina em todas as propriedades atingidas pela praga, ao longo de 90 dias, conforme ficou acordo em reunião com o MP Federal.
Essa reunião aconteceu na semana passada, em Brasília, quando a questão foi debatida com o Ministério Público Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, Seagri/Adab; Secretaria de Saúde/Vigilância Sanitária; Secretaria do Meio Ambiente/Inema.
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