:: ‘Carta Capital’
O golpe perfeito
VLADIMIR SAFATLE, na Carta Capital
O Brasil não é para amadores, já dizia Tom Jobim. De fato, enquanto vários outros países latino-americanos tiveram longos períodos de conflitos violentos no interior de suas elites, com rupturas muitas vezes traumáticas, o Brasil conseguiu apresentar continuidades impressionantes. Sua elite tem o dom do acordo e da autopreservação. Ela sabe como criar situações nas quais toda tentativa de entrar em confronto contra seus interesses sai perdendo.
Mas há de se reconhecer que existem momentos nos quais a inteligência animal de nossa elite supera toda expectativa, demonstrando laivos de genialidade mefistofélica. Um desses momentos é exatamente o presente. Se eu fosse afeito à teoria da conspiração, diria que estaríamos vendo atualmente o crime perfeito.
No fim da eleição de 2014, o Brasil demonstrou-se radicalmente clivado. Era óbvio que tal clivagem não passaria, pois o nível de descontentamento e expectativa era muito alto para todos voltarem aos negócios de sempre. Em uma situação como essa, a primeira coisa a fazer é fortalecer a mobilização de seu próprio grupo. Você governa primeiro para quem te elegeu, ou seja, levando em conta as expectativas de quem te elegeu, pois são essas pessoas que te defenderão em contextos de tensão.
Mas eis que algum grande estrategista palaciano sugeriu uma manobra radical. O governo deveria esvaziar o discurso da direita, ao realizar o que Lula fez várias vezes, a saber, aplicar ações propostas pelo próprio adversário, colhendo nomes na seara do adversário para construir seu ministério. Assim, Dilma daria um sinal para os opositores e para a elite rentista do País. Algo como: “Fiquem tranquilos, pois não haverá conflitos de interesses com o governo”. A ala de esquerda da população que votou no governo viria por gravidade. Afinal, não haveria nenhuma outra opção para eles, gente que pode gritar, espernear, mas no final vota no governo e ainda faz campanha mobilizada pelo medo de a direita voltar.
Infelizmente, desta vez, o truque não funcionou. Ele foi aplicado de maneira muito farsesca para funcionar. Cansados de confiar em um governo que não temeu abraçar a nata do liberalismo econômico nacional, a ala de esquerda da população virou as costas e se desmobilizou. A ala conservadora sentiu o campo aberto e colocou seu sistema de pressão na rua. Pela primeira vez na história tal pressão não teve contrapressão. O desejo de impeachment cresceu, alimentado pela tentativa desesperada do presidente da Câmara de escapar da Operação Lava Jato.
Mesmo com o governo nas cordas, ficou claro, contudo, que a oposição não tinha unidade, que certamente entraria em fagocitose se assumisse o poder. O estilo brutalizado de Cunha era incapaz de aglutinar. Até que o golpe de mestre apareceu. Aterrorizado pela possibilidade de perder o poder, o governo foi procurado pelo presidente do Senado para um acordo em prol da “governabilidade”, agora defendida abertamente pela Fiesp, pela Globo e pelo sr. Trabuco, o verdadeiro chefe do ministro da Economia.
Na pauta, um conjunto de propostas para explodir de alegria qualquer liberal defensor dos interesses da elite rentista. O que seria visto, em situação normal, como proposições inaceitáveis por colocar em questão a natureza pública de certos serviços e direitos trabalhistas aparece agora como uma agenda positiva e responsável para tirar o Brasil da crise política.
Assim, tudo o que a direita sonhou será aplicado pelo governo dito esquerdista. É ele que pagará todo o preço, alcançando, enfim, o grau zero de apoio popular. Mas como o espantalho Cunha continuará amedrontando, tudo o que vier do agora esteio da responsabilidade da República, Renan Calheiros, será visto como um mal menor.
Assim, o crime perfeito se completa. Toda a pauta mais radical do liberalismo brasileiro será aplicada sem que os liberais tenham de arcar com o peso de aplicar tal política. Ela será aplicada não pelos liberais de plantão, mas por uma esquerda em vias de autoeliminação. Há de se admirar a astúcia da elite brasileira na defesa de seus interesses. Realmente, um trabalho de profissionais.
http://www.cartacapital.com.br/revista/863/o-crime-perfeito-138.html
Meliá Hotels Internacional é a terceira rede mais admirada do Brasil
O ranking “Empresas Mais Admiradas”, elaborado anualmente pela Carta Capital, uma das principais referências em matéria econômica e de opinião no Brasil, destaca as empresas com melhor reputação corporativa, a critério dos mais de 1.200 Presidentes e Diretores das maiores empresas do país que votam neste ranking.
Os fatores valorizados pelos avaliadores foram: qualidade do produto ou serviço, respeito ao consumidor, qualidade de gestão, compromisso com os recursos humanos, solidez financeira, ética, notoriedade, inovação, internacionalização, responsabilidade social e sustentabilidade, além de compromisso com o País.
A Meliá Hotels International figura como a terceira hoteleira mais admirada do Brasil. Para Rui Manuel Oliveira (foto), vice-presidente da Companhia no Brasil, “contar com uma expansiva e impecável trajetória como gestores hoteleiros no país, além de uma intensa atividade e compromisso social e ambiental que desenvolvemos em aliança com organizações como WWF – Brasil, UNICEF, Fundação ABRINQ, CEDECAO – BA têm sido, junto com nosso constante crescimento e internacionalização, as chaves para este importante resultado”.
Gabriel Escarrer , vice-presidente e CEO da Meliá Hotels International, recorda que a Meliá é a primeira Companhia turística em reputação corporativa na Espanha. “Ser a terceira rede mais admirada do Brasil nos satisfaz de forma especial, pela importância e dimensão deste país dentro do mapa da indústria turística mundial, sua alta exigência em matéria de ética e responsabilidade social e ambiental, e o alto potencial que o Brasil oferece para a expansão de nossas marcas”, afirma Escarrer.
Desde sua implementação no país nos anos 90, a Meliá Hotels International não deixa de crescer no Brasil, mantendo atualmente hotéis em operação ou construção em cidades ou destinos de lazer importantes como Angra dos Reis, São Paulo, Guarajuba, Itupeva, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Recife, Brasília e Campinas.
“Facebook: um mapa das redes de ódio”
Pesquisa vasculha território obscuro da internet: as comunidades que clamam por violência policial, linchamentos, mortes dos “esquerdistas” e novo golpe militar. Por Patrícia Cornils.
Veja o texto no blog Outras Palavras http://bit.ly/1kfyzvu
Porto Sul vai triplicar movimentação de cargas na Bahia
“Não devemos competir entre os estados e sim como região”, disse Wagner no seminário da Carta Capital, no Recife
“A prioridade para o Nordeste é não permitir o retrocesso das conquistas sociais obtidas na última década, bem como enfrentar os desafios do crescimento pensando no Nordeste como uma região integrada que tem 25% da população e 13,5% do PIB nacional. Não devemos competir entre os estados e sim como região”, afirmou o governador Wagner, hoje à tarde (25), no Recife, durante palestra de encerramento do seminário Diálogos Capitais – Nordeste, promovido pela Revista Carta Capital.
Na avaliação do governador, que falou para uma plateia de 350 pessoas, entre autoridades, empresários e gestores públicos, é fundamental para a região o investimento em infraestrutura logística e a capacitação de mão-de-obra com educação profissional e ensino superior.
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