:: ‘cacau gourmet’
Sistemas online podem reinventar a produção industrial de cacau gourmet na Bahia
Com o poder de digitalizar os processos, a internet é responsável pelo o que alguns estudiosos chamam de a 4º revolução industrial, na qual novas tecnologias fundem o mundo físico, digital e biológico. Trazendo esta realidade para a Bahia, o professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Jauberth Abijaude, aplica um sistema baseado em Internet das Coisas para otimizar a produção do cacau, uma das maiores riquezas do estado. O intuito é montar uma cadeia de monitoramento, a fim de avaliar os processos do fruto com foco nas fases de fermentação e secagem das amêndoas, período no qual se desenvolvem características fundamentais do cacau gourmet.
Jauberth explica que o conceito de internet das coisas veio para facilitar tarefas do cotidiano que passam a ser realizadas com o auxílio de sensores e atuadores. “A tecnologia cria uma rede de objetos inteligentes que reúne e transmite dados para otimizar a vida das pessoas. O uso da Blockchain e dos contratos inteligentes adiciona uma camada de segurança nos dados coletados pelos sensores. A inspiração de trazer esta realidade virtual para o mundo do cacau veio do anseio de valorizar o fruto, que é uma joia baiana. Eu e meu grupo de pesquisadores buscamos também driblar o declínio na produção causado por infestações como a Vassoura de Bruxa, fungo que atingiu a produção brasileira de cacau no final dos anos 1980”, contou o pesquisador.
O Globo destaca produção de chocolate gourmet em Ilhéus
O jornal O Globo deste domingo trouxe uma reportagem especial sobre Ilhéus. O texto, “Do cacau dos coronéis ao chocolate gourmet, uma viagem a Ilhéus”, da jornalista Natasha Mazzacaro, mostra as belezas naturais e a rica história que inspirou Jorge Amado e como o Sul da Bahia está dando superando a crise com a produção de chocolate gourmet, além de destacar a realização do Festival Internacional do Cacau e Chocolate, um marco nesse processo.
“Do casarão colonial avarandado, é quase possível ver, contra o pôr do sol alaranjado, a imagem do coronel Domingos Adami de Sá montado no lombo de seu cavalo. Chapéu na cabeça, paletó fino, sapato italiano e bigodão lustroso, ele se afasta pelo caminho de pedras que o leva para fora da Fazenda Provisão, nos arredores de Ilhéus, na Bahia. Pelo passo da montaria, é possível chutar que seu destino é o Centro da cidade, onde sete dias depois — hoje, em 15 minutos de carro se faz os mesmos 25 quilômetros — chegaria ao Bataclan, a famosa casa de quengas de Maria Machadão.
Coronel Adami — notório “raparigueiro e o terror do bordel”, segundo seu tataraneto Roberto Novaes — fez parte de uma geração do século XIX nutrida a pão de ló: transformou cacau em ouro e, com o ouro, fez as estripulias que povoam o imaginário popular e as histórias do escritor Jorge Amado. Acender charuto com nota de US$ 100, dizem os nativos, era rotina entre os poderosos chefões”.
Leia a reportagem completa em http://oglobo.globo.com/boa-viagem/do-cacau-dos-coroneis-ao-chocolate-gourmet-uma-viagem-ilheus-17119700#ixzz3iR7YkZKb
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