A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, desembarcou em Ilhéus nesta segunda-feira, 22, para acompanhar de perto a situação envolvendo o conflito entre ruralistas e indígenas na região de Potiraguá. Ela foi recebida pelos deputados Rosemberg Pinto (PT) e Valmir Assunção (PT).

Iniciativa vem após assassinato de uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, após ataque de fazendeiros, na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia. Além dela, seu irmão, o cacique Nailton Muniz, foi atingido no rim.

A ministra seguiu para a região de Pau Brasil, no Sudoeste da Bahia, onde ocorreu o conflito e acompanha o sepultamento de Maria de Fátima.

Representantes do Ministério, que estiveram recentemente no Sul da Bahia, discutindo questões territoriais com as lideranças Pataxó Hã Hã Hãe, também estão em contato com a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, para garantir o cuidado com os feridos.

Cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado, 20.

Eles cercaram a área com dezenas de caminhonetes. Dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Nega, além de um indígena que portava uma arma artesanal. Segundo a Polícia Militar (PM), um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.