Borépete? (foto Taís Viscardi)

Depois de mais de seis meses de pesquisa, criação e produção, o Teatro Popular de Ilhéus (TPI) estreia seu novo espetáculo, Borépete?, que na língua tupinambá significa Uno, o que tudo contém e está contido em tudo.

 

Em cena a potência dos povos originários (foto Antonio Vicente)

A montagem propõe a retomada do sentido de humanidade, e a capacidade dos seres humanos de ver para além do que sua vista alcança. Diante da distopia que o país viveu nos últimos anos, quando pensamentos reacionários, exercícios de autoritarismo e cultos à desinteligência dominaram o cotidiano, o TPI apresenta um experimento cênico que evidencia a potência dos povos originários.

 

Com texto de Romualdo Lisboa, tradução de Consuelo Costa, o espetáculo traz no elenco Tânia Barbosa, Márcia Mascarenhas, Aldenor Garcia, Pablo Lisboa e Antônio Vicente, Ely Izidro como técnico atuador, participações em vídeos e áudios de Katu Tupinambá, Cacique Ramon, Nádia Akauã, Pytuna, Îagwara e Casé Angatu. A montagem tem direção musical e composições de Pablo Lisboa, edição e montagem de vídeos de Carlos Ortlad, direção de Emmovimento de Luis Alonso-Aude, preparação vocal de Antônio Melo, figurinos, adereços, cenário e dispositivos cênicos de Shicó do Mamulengo, direção de Romualdo Lisboa e Luís Alonso-Aude. O espetáculo é uma parceria do Teatro Popular de Ilhéus com o Observatório Astronômico e Núcleo de Artes da UESC e tem coprodução da Celeiro Cultural e Praça Produções Culturais.

Borépete?. Uno, é a montagem que comemora os 28 anos do Teatro Popular de Ilhéus, uma companhia que desde sua fundação, em 1995, busca aprofundar o relacionamento com as comunidades de Ilhéus e região, em busca da própria identidade cultural. Falar para os seus e para o mundo a partir de sua aldeia, esse é o legado de Équio Reis, fundador do grupo. Atualmente abrigado na UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz, o TPI tem se dedicado à construção de sua sede própria, sem deixar as atividades de criação e difusão de suas obras.

 

Romualdo Lisboa, diretor, fundador do Teatro Popular de Ilhéus, ressalta que “a montagem busca nos reconectar aos povos originários e seus ancestrais que aqui estavam quando os europeus invadiram e tomaram de assalto o território sagrado de humanos e não humanos, de encantados, suas formas e sons”. E ainda, “temos uma tarefa complexa, e assumimos a responsabilidade de substituir a violência pelo afeto e promover um abraço no tempo”.

 

Borépete?. Uno estreia dia 27 de maio, às 18 horas, no estacionamento do Balneário Tororomba, em Olivença, território ancestral Tupinambá.

 

Serviço:

27.05.2023 – Estreia (Olivença)  – 18h

29.05.2023 – UESC – 18h

05.06 2023 – UESC  – 18h

12.06.2023– UESC – 18h

19.06.2023 – UESC – 18h

 

O espetáculo tem duração de aproximadamente 70 minutos.

As apresentações são gratuitas e abertas para todos os públicos.

Agendamento para grupos, escolas ou universidades, através do email ascomtpi@gmail.com

 

O TPI está sediado temporariamente nas instalações da UESC, em parceria realizada através da Pró-reitoria de Extensão, Departamento de Letras, Núcleo de Artes e Observatório Astronômico da UESC.

O Teatro Popular de Ilhéus é uma instituição cultural privada, parcialmente mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia e Governo do Estado da Bahia.