cacauA desvalorização global da commodity, aliada às consequências da lenta recuperação do cacaueiro, que sofreu há dois anos com a forte estiagem, causou forte impacto na rentabilidade do cacauicultor brasileiro. Além disso, a piora da produção na Bahia e os baixos preços da amêndoa fizeram a receita dos produtores de cacau recuar 22,5% no ano passado, ante 2016.

Mesmo assim, o faturamento alcançou R$ 1,146 bilhão, valor calculado com base em uma produção nacional estimada em 162 mil 853 toneladas, que só foi 7,4% maior do que no ano anterior por causa do aumento no Pará.

O levantamento é de uma consultoria e foram divulgados pelo Valor Econômico. Segundo o estudo, a colheita de cacau na Bahia foi de 99 mil 340 toneladas – menor volume desde 1972, quando a consultoria começou a acompanhar a safra.

O trabalho estima que a colheita talvez seja a menor desde a catastrófica temporada de 1962/63, época da criação do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec) da Ceplac. No ano passado, a colheita de cacau no Pará foi de 63mil 512 toneladas, a terceira maior da História e 36,1% acima do ano anterior.

Na segunda, o preço médio do cacau no Brasil ficou em R$ 105,61 a arroba, 27,9% menor do que o preço médio de 2016. O preço médio obtido pelos produtores da Bahia ficou em R$ 107,84 a arroba, queda de 26,5%.

Já no Pará o preço caiu 30%, para R$ 102,13 a arroba. As previsões de uma oferta mundial mais apertada que o esperado deram impulso às cotações na bolsa de Nova York. Os contratos futuros com entrega em maio fecharam em US$ 1.916 a tonelada, valorização de US$ 18. (A Região)