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O vice-prefeito e secretário de Planejamento de Ilhéus, José NAZAL, emitiu nota pública para questionar a estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre o município. Nazal observa que a redução pode afetar Ilhéus na atração de investimentos.

nazalNazal observa equívocos dos últimos censos feitos pelo IBGE em Ilhéus. “No ano 2000, a população do bairro da Conquista era de 22.045 habitantes e o bairro possuía 5.703 domicílios. Já em 2.010, o mesmo bairro possuía 6.379 domicílios e registrava apenas 18.892 habitantes. Então, segundo o IBGE, ao tempo em que o número de residências cresceu 11%, houve uma redução da população em torno de 15% por cento. Portanto, o IBGE nunca conseguiu explicar razoavelmente os dados relevantes e incongruentes, constantes do censo do ano 2000”.

Confira a nota, na íntegra.

NOTA PÚBLICA

Os números projetados e divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição nacional responsável pela guarda, controle e contagem da população brasileira, mais uma vez mostraram o crescimento populacional negativo no município de Ilhéus.

Chama a atenção da opinião pública, especialmente dos ilheenses, a significativa diminuição populacional ocorrida no município entre as contagens do Censo de 2000 e o de 2010.

Há sete anos, representando Ilhéus na Comissão de Geografia e Estatística, fui informado pelo coordenador que a projeção que estava sendo feita, com base nos dados levantados até aquele momento, daria ao município algo em torno de 185 mil habitantes, o que se comprovou com o registro oficial de 184.236 habitantes.

A perplexidade ocorreu ao compararmos aqueles números com os do Censo de 2000, que identificou uma população de 222.127, ou seja, 37.891 habitantes a menos, num período de 10 anos.

Por conta desta significativa diferença, auditores do IBGE fizeram uma aferição nos dados coletados entre os censos, quando se verificou que, em várias localidades do município, especialmente na zona rural, o número de domicílios e de habitantes contados era inferior ao que havia sido coletado pelo mesmo Instituto, no ano 2000. Por razões que desconhecemos, os números do censo do IBGE do ano 2000, irreais, superestimaram a nossa população.

No ano 2000, a população do bairro da Conquista era de 22.045 habitantes e o bairro possuía 5.703 domicílios. Já em 2.010, o mesmo bairro possuía 6.379 domicílios e registrava apenas 18.892 habitantes. Então, segundo o IBGE, ao tempo em que o número de residências cresceu 11%, houve uma redução da população em torno de 15% por cento. Portanto, o IBGE nunca conseguiu explicar razoavelmente os dados relevantes e incongruentes, constantes do censo do ano 2000 e que, a partir desse logro, vem gerando desdobramentos igualmente desacreditados, contrariando a lógica, a matemática e a percepção geral.

É considerando os números do ano 2000/2010, e utilizando os vetores resultantes desses levantamentos, que o IBGE vem fazendo a cada ano essas projeções, chegando a uma estimativa da população do município. Ora, se o vetor 2000/2010, revela decréscimo demográfico, atribui-se o mesmo declínio aos anos subsequentes, alheio às possibilidades de estagnação do decréscimo, ou mesmo reversão do vetor. Assim, a população de Ilhéus continuará definhando, mesmo que não seja verdade, até que um novo censo populacional seja efetuado.

Outros sintomas, como o aumento do número de domicílios e a quantidade expressiva de novas construções, além do considerável crescimento da “mancha urbana”, são fatos incontestáveis e que contrariam as projeções do IBGE. Ou seja, a incongruência se evidencia, mais uma vez: enquanto o município se expande e a população decresce.
Oficializamos a reclamação de Ilhéus no escritório do IBGE na Bahia, à metodologia questionável do Censo de 2000. Uma demanda jurídica para anulação do referido censo chegou a ser cogitada, mas demonstrou-se inviável, pois seria demasiadamente longa e os efeitos buscados se perderiam.

A título de esclarecimento, os novos números apresentados não representam nenhum tipo de prejuízo financeiro direto, mas, eventualmente, podem gerar consequências danosas nas avaliações sobre o nosso município, conquanto a prováveis investimentos pelos quais nos empenhamos diuturnamente, mas cujo decréscimo populacional pode vir a representar um dado desestimulante.

Por isso, em que pese a queda nos índices populacionais, faz-se necessário informar que Ilhéus se manteve com uma boa margem de segurança na faixa de transferências constitucionais a que teríamos direito, sobretudo o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Externo as minhas convicções de que esse erro será desmistificado em 2020 – quando está previsto a realização de um novo Censo Demográfico Nacional – e a verdade restabelecida.

Ilhéus, 31 de agosto de 2017

José Nazal Pacheco Soub
Vice-prefeito e secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável