Daniel Thame

 

DT lacoste 2Não há no futebol brasileiro, que vive uma entressafra terrível, nenhum jogador que chegue aos pés do talento de Neymar, que caminha a passos, dribles e gols largos para se tornar um dos três melhores do planeta, abaixo de Messi e no mesmo patamar ou um pouco acima de Cristiano Ronaldo.

Na Seleção Brasileira, Neymar é imprescindível, insubstituível e indispensável para resgatar o orgulho da outrora gloriosa camisa amarela, desbotada após a Copa do Mundo 2014, que incluiu aquele vexaminoso, inolvidável e eterno 7×1 sapecado pela Seleção Alemã. Ponto.

Mas, a pergunta é: na Seleção, Neymar pode tudo?

Pode ser o capitão do time, o jogador para quem todas as bolas devem ser passadas, o craque que não marca ninguém, o atacante que tenta definir todas as jogadas sozinho, mesmo com um companheiro melhor colocado?

Pode ser o intocável que nem o técnico Dunga e nenhum outro jogador podem questionar? A resposta não está no vento, está na Copa América. E a resposta é: não pode.

Neymar pode ser o craque que desequilibra, a luz nas trevas do futebol brasileiro. O gênio da bola que ainda não é mas inevitavelmente será.

Mas não pode tudo.

Seu comportamento na Seleção Brasileira é inversamente proporcional ao que tem no Barcelona, onde mais por esperteza do que por modéstia, aceitou o papel de coadjuvante de luxo, porque lá tem Messi, tem Xavi, tem Iniesta, tem Pique, tem Luiz Suarez e não tem ninguém que lhe passe as mãos na cabeça.

Todos reconhecem seu talento, sua importância para o time, mas não o tratam como um menino mimado.

E é justamente esse menino mimado, imaturo e (no melhor estilo Cristiano Ronaldo) louco por um holofote, por seu o centro das atenções, a única estrela, que caracteriza o Neymar da Seleção Brasileiro.

Some-se a isso um nervosismo exacerbado, uma série de chiliques contra árbitros e adversários, que lhe custaram, após dois cartões amarelos, um vermelho, uma tentativa de cabeçada num jogador da Colômbia e um xingamento ao arbitro já a caminho dos vestiários (“seu filho da puta, você quer aparecer às minhas custas?”), a suspensão de quatro jogos que o deixou fora da Copa América e vai deixá-lo fora de  dois jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo 2018.

Neymar tem apenas 23 anos e essa lambança na Copa América (que no frigir dos ovos é um omelete de segunda linha), pode servir de lição.

Não custa nada, deixando de lado o Narciso que só olha o próprio rosto, pegar emprestado o espelho de um tal de Lionel Messi, que Neymar conhece muito bem, per supuesto.

É pênalti – Bahia e Vitória vem fazendo campanhas irregulares na Série B do Campeonato Brasileiro e até agora deram mais motivos para desconfiança do que esperança aos torcedores. Parece que vão embalar e empacam.
Perdem pontos bobos, que podem fazer falta no final e, mania sublime do futebol brasileiro, trocam de treinador e de jogadores ao sabor do humor da torcida.

Posto que uma vaga para a Série A é do Botafogo, restam três vagas em disputa.

Dá para os dois, da para um ou não dá para nenhum dos dois?

Por ora, o que não dá para arriscar palpite algum.

É gol – Depois de surgir no Itabuna, ter uma rápida passagem pelo Vitória, alternar bons e maus momentos no Atlético Mineiro e mergulhar no anonimato e na grana farta do futebol árabe, Neto Berola está de volta ao futebol brasileiro.

Contratado pelo Santos, tem a chance de mostrar que é o atacante talentoso e diferenciado que parecia ser e até agora não é.