eduardo-salles“Venceu o bom senso dos servidores e a sensibilidade do governo”, afirma o ex-secretário estadual da Agricultura e candidato a deputado estadual, engenheiro agrônomo Eduardo Salles (PP), comemorando o fim da greve de 114 dias dos servidores da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), e o fechamento de um acordo histórico entre trabalhadores e governo. Pelo pacto celebrado, o governo assegura o pagamento do passivo trabalhista dos dissídios coletivos dos anos 1997, 1999 e 2003, no valor de R$ 90 milhões, montante que será pago, proporcionalmente, a 1.351 servidores do quadro efetivo da empresa. O pagamento para os trabalhadores com menores valores a receber, até R$ 70 mil bruto, será feito de forma integral no próximo mês de agosto, medida que contempla 127 funcionários. Para os demais empregados com valores superiores, o pagamento será parcelado em 59 meses. O acordo também prevê a reestruturação da EBDA, outra reivindicação antiga dos trabalhadores.

“Não pude assinar esse acordo porque já não sou mais secretário, mas estou muito feliz porque sei que batalhei muito para que isso fosse efetivado”, disse Salles, lembrando que uma de suas primeiras iniciativas como secretário foi abrir o diálogo, colocando na mesa trabalhadores e governo para discutir e negociar uma questão que vinha se arrastando havia mais de 15 anos. Foi assim que Salles conseguiu avanços como o pagamento dos aumentos reais de um nível (5,5%), a manutenção dos aposentados no plano de saúde, e o aumento real de 30% concedido pelo governo do Estado. “Meu sonho como agrônomo e colega dos servidores da EBDA, que dedicaram sua vida à agropecuária baiana, era resolver essa questão, e garanto que me dediquei muito a isso”, afirma.

Para Salles, além de por fim à greve, resolvendo a questão dos dissídios, o acordo celebrado nas últimas horas abre as portas para um novo capítulo da empresa. “Agora será possível elaborar o Plano de Cargos e Salários com valores dignos para esses verdadeiros heróis”, disse Salles, que sempre se recusou a realizar concurso público porque “nunca achei justo um agrônomo ser contratado para realizar um trabalho tão importante para a agropecuária do Estado ganhando salário menor que R$ 1mil”.

“Parabenizo o governador Jaques Wagner, pela sensibilidade de resolver definitivamente um problema que não foi criado no seu governo, a atual diretoria do sindicato dos servidores, que compreendeu que não adiantava o radicalismo, e teve a serenidade para discutir sempre em alto nível, e aos funcionários que souberam avaliar que, apesar de não ser o acordo sonhado e desejado, era o possível de ser feito”, finaliza o ex-secretário.

Salles destaca também as participações importantes do então secretário da Fazenda Luiz Alberto Petitinga, da Administração, Manoel Vitório, e da Casa Civil, Rui Costa, e o chefe da Procuradoria do Estado, Rui Moraes, com os quais negociou e conseguiu a separação dos dissídios, conciliando depois com o Tribunal Regional do Trabalho o cálculo do passivo cobrado pelos trabalhadores. “Esse foi o passo decisivo para o acordo que acaba de ser celebrado”, comemora Salles.