Depois de apreender 1.100 camisetas, bolsas, bonés, saias, bermudas e cangas, entre outros artigos falsificados com a logomarca do Olodum,  a Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) intensificou as ações de combate à pirataria de produtos que trazem a marca de entidades carnavalescas e grupos culturais, cujo faturamento das vendas de peças originais, muitas vezes revertido em ações sociais, vem sendo prejudicado. As apreensões aconteceram em 31 pontos comerciais no Mercado Modelo e no Pelourinho,

            A diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegada Emília Blanco, e a titular da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), delegada Carla Santos Ramos, apresentam parte das 1.100 peças apreendidas à imprensa, na manhã desta sexta-feira (27), no auditório do edifício sede da Polícia Civil, na Piedade. Confeccionadas com material de baixa qualidade e pintura grotesca, as roupas e acessórios eram vendidos por valores entre R$ 20 e R$ 40, preços semelhantes aos cobrados pelas peças originais nas lojas.

Segundo a delegada Carla Ramos, a Decon já identificou alguns falsificadores e distribuidores das confecções de origem clandestina, estabelecidos em Salvador e no interior do estado. “As investigações prosseguem, visando apreender mais peças e também responsabilizar criminalmente os falsificadores por violação de direito autoral”, informou a titular da Decon.

Seis lojistas foram ouvidos na Decon, na tarde de quinta-feira (26), e outros 22 já foram convocados para serem interrogados, nos próximos dias. Assim como os falsificadores, esses comerciantes também podem ser indiciados em inquérito policial por violação de direito autoral. As 1.100 peças falsificadas do Olodumficarão sob  a guarda da Polícia Civil, devendo ser destruídas, mediante autorização judicial.

Audiência

A Trip Camisetas, localizada no município de Lauro de Freitas é a empresa oficialmente responsável pela fabricação das peças de vestuário colocadas no mercado pelo grupo cultural Olodum. Os produtos ali confeccionados diferem nitidamente das peças de origem clandestina, pela qualidade do tecido e a utilização da técnica de silk screen na aplicação da logomarca.

Durante audiência com o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, no gabinete da SSP, no Centro Administrativo, no dia 2 de setembro, representantes do Olodum pediram que a polícia apurasse a falsificação de produtos com a marca do grupo. Por determinação do secretário, a Decon passou a investigar o caso.

Para a diretora do DCCP, delegada Emília Blanco, entidades como o Olodum, que revertem o lucro da venda de produtos com suas marcas em ações sociais e educacionais, passam a investir menos nesses projetos, à medida que o faturamento diminui, em virtude da concorrência com artigos pirateados. “As operações de combate à pirataria serão reforçadas no Verão, quando crescem as vendas desses artigos”, assegurou.

Ascom/PC