O charuto da Bahia, assim como a culinária e o cacau, é uma marca que eleva o nome do Estado, e nós reconhecemos o seu valor cultural, social e econômico, afirmou o secretário estadual da Fazenda, Luis Alberto Petitinga, ao anunciar que levará para decisão do governador Jaques Wagner um conjunto de medidas tributárias para desonerar a indústria de charutos e preservar milhares de empregos no Recôncavo baiano.

O anúncio foi feito durante reunião com o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, produtores e lideranças do Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia. Entre as medidas que podem ser confirmadas pelo governador está a retirada do produto charuto da substituição tributária, e a cobrança do ICMS na indústria, estabelecendo-se o crédito presumido em percentual a ser definido.

O impacto dessas medidas na arrecadação do Estado não é significativo, analisou Petitinga. Para Salles, as ações são estruturantes e podem garantir a sobrevivência das indústrias e a manutenção de milhares de empregos. Ele lembrou que só a Bahia produz charuto no Brasil.

Participaram da audiência na Sefaz o presidente do sindicato, Odacir Strada, e o secretário executivo da entidade, Marcos Augusto Souza; o diretor da empresa Menendes e Amerindo, Felix Menendes, e Hans Leusen, diretor da indústria Dannemann, além de assessores das empresas.

Hans Leusen disse que a crise que se abateu sobre o segmento nos últimos 10 anos reduziu a empregabilidade, e afirmou que “essas medidas que estamos reivindicando é uma questão de sobrevivência, para evitar que as empresas que resistem até hoje fechem as portas”.

O presidente do sindicato, Odacir Strada, agradeceu o empenho dos secretários Luiz Petitinga e Eduardo Salles, e declarou que ter a certeza de que o governador entende a importância do segmento e aprovará as medidas que lhes serão apresentadas pela Sefaz.

Desde que assumiu a Secretaria da Agricultura, Eduardo Salles vem buscado, passo a passo, soluções para os problemas apresentados pelo setor. Por duas vezes esteve na República Popular da China, em parceria com o Ministério da Agricultura buscando abrir o mercado chinês para os charutos baianos, resultado alcançado depois que o Estado provou aos chineses que é livre do Mofo Azul, praga que afeta o fumo e impede as exportações.

Agora o governo chinês já autorizou a exportação dos charutos baianos, fato que vai recuperar a economia de toda uma região.