:: 28/out/2012 . 19:47
HADDAD VENCE EM SÃO PAULO: LULA ESMAGA O PSDB E POVO DERROTA A MIDIA PISTOLEIRA
De nada adiantou o circo do Mensalão, reverberado pela mídia pistoleira com o claro objetivo de derrotar o PT.
Em São Paulo, maior metrópole do país, Fernando Haddad, o candidato que Lula tirou da cartola (como havia tirado Dilma em 2012) venceu José Serra com folga e colocou o PT no comando.
A vitória de Haddad, que começou a campanha com menos de 5% das intenções de votos, coloca em cheque, mais uma mais, a “força” dos barões da mídia, que jogou tudo a favor de Serra.
A mídia pistoleira, como aconteceu com Dilma, deu um novo tiro no pé.
SALVADOR RESSUSCITA O CARLISMO
Capital mais libertária do Brasil, Salvador deu hoje uma guinada à direita, ao eleger ACM Neto prefeito, com cerca de 53% dos votos, derrotando Nelson Pellegrino, do PT.
A vitória de ACM Neto é uma espécie de ressurreição do carlismo na capital, já que, confirmada a vitória de Guilherme Menezes em Vitória da Conquista, os partidos aliados do governador Jaques Wagner, o PT à frente, detém a esmagadora maioria das prefeituras baianas.
SAI JORGE AMADO, ENTRA SHAKESPEARE. SAEM GABRIELA E NACIB, ENTRAM ROMEU E JULIETA
Como produto de televisão, a novela “Gabriela”, encerrada no final de semana, esteve a um passo da perfeição. Fotografia magnífica, direção segura, e cenários que reconstituíram a Ilhéus do início do século XX, onde se passou o célebre romance escrito por Jorge Amado. E interpretações antológicas de José Wilker como o coronel Jesuino, Maitê Proença como dona Sinhazinha, Laura Cardoso como a fofoqueira/beata/quenga Dorotéia e Antonio Fagundes como o coronel Ramiro Bastos/ACM.
Gabriela, a novela, é uma adaptação de Gabriela, o livro. E de adaptação, não se deve esperar fidelidade total ao texto original. E nesse quesito, a novela passou longe do livro.
Alguns exemplos: o triangulo Berto-Lindinalva-Juvenal não existe no livro, mas ganhou destaque na trama, da mesma forma que o romance secreto entre Maria Machadão e o coronel Ramiro e o caso entre o coronel Amancio e Miss Pirangi.
No final da trama, em que Gabriela e Nacib viraram quase figurantes, ganhou força a história de amor proibido entre Mundinho Falcão e Gerusa, que não passa de um flerte irrelevante no livro.
Saiu Jorge Amado, entrou Willian Shakespeare. Sairam Gabriela e Nacib e entraram Romeu e Julieta, com direito a prisão no convento, à espera do príncipe salvador. Menos mal que nas cenas finais, rolou o que restou a Nacib e Gabriela no folhetim: cenas calientes de sexo, garantia de audiência.
A história do novo porto, pano de fundo do romance, embate entre estagnação e desenvolvimento, atraso e progresso, essa passou batida mesmo. Novo porto em Ilhéus? Oxe, deixa isso pra lá.
Jorge Amado costumava dizer, com sua fina ironia, que as melhores traduções de seus romances eram as de idiomas que ele não conseguia entender. Em russo, búlgaro, chinês, mandarim, etc.
Vale o mesmo para as adaptações de seus livros.
Como adaptação, há que se pregar à novela Gabriela o adjetivo “espetacular”, mesmo com a cruel e saudosista comparação com a versão original.
Pena que, no quesito turismo, Ilhéus mais uma vez deixou o trem passar, o navio zarpar. Nem com a comemoração do centenário de Jorge soube aproveitar a maré a favor.
Mas isso já é uma história da vida real.
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