:: 9/jun/2010 . 16:55
Vai começar a festa
A partir desta quinta-feira e pelos próximos trinta dias, os olhos do mundo estarão voltados para a África do Sul.
O país que se isolou do planeta por conta do vergonhoso “apartheid”, renascido para a igualdade racial graças ao mitológico Nelson Mandela, agora é o palco do maior espetáculo esportivo da Terra: a Copa do Mundo de Futebol.
Trata-se da primeira copa no continente africano, misto de pobreza, disputas tribais, ditadores de fancaria, mas de uma alegria contagiante.
A África do Sul é quase uma ilha em meio ao continente miserável. Ainda assim convive com graves problemas sociais, fruto de décadas de segregação racional.
Isso deixa de ter importância a partir do momento em que começa a festa de abertura da Copa e em seguida a bola comece a rolar.
São 32 seleções divididas em oito grupos. Em tese, o que há de melhor no mundo do futebol. Na prática nem tanto, já que a divisão de vagas por continentes, exclui equipes tradicionais e inclui times marca-bufa.
África do Sul, México, Uruguai e França.
Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia.
Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia.
Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana.
Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões.
Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia.
Brasil, Portugal, Costa do Marfim e Coréia do Norte.
Espanha, Suíça, Honduras e Chile.
Não precisa de bola de cristal para afirmar que algumas dessas seleções, como Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha entram em campo na condição de favoritas.
Outras, como Nova Zelândia, Coréia do Norte, Austrália e Honduras serão meras coadjuvantes, candidatas a goleadas monumentais.
E há ainda candidatas a surpresa, como Itália, Holanda, França, Inglaterra e, talvez, Costa do Marfim e Gana.
No continente africano, talvez aja espaço para uma “zebra”, com uma seleção que rompa o seleto grupo de seleções que já ganharam a Copa, composto pelo Brasil (cinco), Itália (quatro), Alemanha (três), Argentina (duas), Uruguai (duas) Inglaterra (uma) e França (uma).
Ou talvez seja o ´mais do mesmo´ com a vitória de uma seleção tradicional, como o Brasil.
O que se espera, com tantas seleções em ação, é que tenhamos bom futebol, artigo raro em copas recentes.
Que os deuses da bola sejam generosos e que essa seja a copa do talento e não da correria.
Da arte e não da força.
Enfim, que esta seja uma festa do futebol!
Cacau & Chocolate
O espírito empreendedor é uma das marcas do Sul da Bahia. Desde os tempos imemoráveis, crises foram superadas com trabalho e espírito inovador.
É verdade que, durante muito tempo, o excesso de individualismo atrapalhou e retardou o desenvolvimento regional, mas é verdade também que os cidadãos grapiúnas, como são chamados os habitantes da Região Cacaueira, jamais deixaram de fazer da adversidade o trampolim para o salto adiante.
Tanto é que, a despeito de uma hiper-crise que já dura duas décadas, provocada pela vassoura-de-bruxa, o Sul da Bahia encontrou alternativas como o turismo, a prestação de serviços, o comércio, os pólos de informática, ensino superior e de saúde.
Uma região e uma gente capazes de se reinventar e encontrar novos caminhos pode olhar o futuro com otimismo.
Desde que, é claro, esse futuro comece a ser construído agora.
Nesse sentido, é necessário que se destaque uma iniciativa meio ousada/meio visionária, mas absolutamente consistente, como o Festival Nacional do Chocolate, que acaba de ter sua segunda edição encerrada em Ilhéus, coroada do mais absoluto êxito.
Ousada e visionária porque, ao ser pensada e colocada em prática pelo publicitário Marco Lessa, diretor da Costa do Cacau Convention Bureau, parecia algo irrealizável ou fadado ao fracasso pelas dimensões a que se propunha, não apenas um evento local e/ou regional, mas de caráter nacional.
Consistente porque é fruto de planejamento, de estratégia, com objetivos bem definidos. E com o firme propósito de contribuir para a retomada desse que ainda é o nosso principal produto, o cacau, que pode se converter num verdadeiro fruto de outro se transformado nessa maravilha chamada chocolate.
O festival, nesses seus dois anos de realização, através de workshops, palestras e exposição de iniciativas bem sucedidas, tem focado justamente nas imensas possibilidades econômicas que a industrialização proporciona, pegando uma matéria prima que custa menos de 10 reais o quilo para transformar num produto que pode chegar a 300 reais o quilo.
Mais que um espaço para lazer e entretenimento, o Festival Nacional do Chocolate se consolida como um espaço para a difusão de novas tecnologias, a troca de experiências e a realização de negócios.
É como a semente que, bem cultivada, dará bons frutos a uma região que busca novos caminhos, mas que não pode nem deve abrir mão de um produto que foi e ainda base ser não a única, mas uma das bases de um modelo de desenvolvimento sustentável, permanente e que gere riquezas para todos os seus habitantes.
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