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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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JOGO DE VOLTA


O Vitória deve erguer as mãos para os céus a agradecer por ter perdido de 2×0 para o Santos, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil.

Alguém tomar o sacrossanto tempo de Deus por causa de um jogo e ainda por cima agradecer por ter perdido?

Sim, porque perder de 2×0, diante do que se viu durante a partida, foi um presente, digamos, divino para o Vitória e ao mesmo tempo um castigo para o Santos, que poderia ter aplicado uma goleada monumental nos baianos e transformar o jogo de volta em mera formalidade.

Como não houve a goleada, o jogo de volta, semana que vem em Salvador não terá nada de formalidade, ainda que o Santos desembarque na Bahia com ares de favorito.

É que, em casa, o Vitória costuma enfrentar de igual para igual -e na maioria da vezes levar vantagem- contra os chamados grandes times do Brasil.

Não será fácil tirar uma diferença de dois gols, ainda mais com a obrigação de não tomar nenhum para levar a decisão para os pênaltis. Ou então abrir uma diferença de três gols para levar o título sem a agonia das penalidades máximas.

Mas, se tiver sobrado ao Vitória um restinho da imensa sorte do jogo de ida, o time baiano pode até conquistar o mais importante título de sua história. O jogo de volta é também o jogo da vida do Vitória.

Das finais da Copa do Brasil para as semifinais da Copa Libertadores.

Deus deveria estar muito afim de futebol na quarta-feira. Porque o São Paulo também tem que erguer as mãos para os céus e também agradecer por ter perdido só de 1×0 do Internacional. Os gaúchos mereciam, no mínimo, um 3×0.

O São Paulo, tricampeão do Mundo, tricampeão da Libertadores, pentacampeão do Mundo, jogou como um timezinho mulambento de décima categoria, rezando para o jogo acabar num 0x0 e levar a decisão para o jogo de volta, no Morumbi.

Levar até que levou, porque dá para reverter o placar magro que o Inter fez em Porto Alegre. Mas, vai ter que reaprender e jogar como o time grande que é.

Não será o jogo da vida do São Paulo, com seu rosário de títulos. Será sim, o jogo para apagar aquela vergonha do jogo de ida.

Não é sempre que se pode contar uma providencial mãozinha do além.

JOGO SEM VOLTA

Será que o caso Bruno, com tantas contradições providencialmente orientadas pelos advogados e sem um corpo para confirmar o homicídio, vai acabar numa imensa marmelada, como se diz no futebolês?

Mesmo com o indiciamento de todos os envolvidos, não duvidem, não duvidem.

Esse é um jogo que não tem volta apenas para Eliza Samudio.

A diferença entre 2010 e 2006


Faltando praticamente dois meses para a eleição que vai definir quem governará a Bahia entre 2011 e 2014, três nomes se apresentam com chances reais de vencer a disputa.

A julgar pelo que apresentam os números dos principais institutos de pesquisas do país, a eleição será disputada para valer entre o atual governador Jaques Wagner, do PT, Paulo Souto, do DEM e Geddel Vieira Lima, do PMDB.

Esses números, com pequenas variações, apontam Wagner como favorito, capaz de vencer já no primeiro turno, ao passo que Souto e Geddel protagonizam uma disputa pelo segundo lugar, o que só terá alguma serventia se ambos tiverem votos suficientes para levar a disputa para o segundo turno.

Pesquisa é apenas pesquisa, números são apenas números, retratos de um momento.

Eleição se define é nas urnas e a prova disso é o próprio Jaques Wagner, que em 2006 sepultou todos os prognósticos e venceu Paulo Souto, então tido como imbatível, já no primeiro turno.

É esse o argumento que hoje, diante da liderança de Wagner, vem sendo utilizado pelos aliados de Souto e Geddel.

Se os prognósticos falharam uma vez, porque não poderão falhar de novo?

Mas, ainda que o raciocínio seja plausível, existe pelo menos uma diferença: em 2006, Souto representava um projeto de governo que comandava a Bahia por quase duas décadas, com visíveis sinais de desgaste junto à população e Wagner catalisou o desejo latente de mudança.

Já em 2010, Jaques Wagner representa um projeto em fase de consolidação, com inegáveis avanços sociais e econômicos, e uma profunda transformação no estilo de governo.

Evidente que existem problemas, como a segurança pública, por exemplo, mas essa é uma área onde não se produzem milagres, pois não se trata de uma questão meramente policial e passa também por programas de inclusão, que demandam tempo para que se colham os frutos.

São, portanto, situações distintas

A propaganda eleitoral no rádio e na televisão, considerada fundamental pelos três candidatos, servirá como reforço para que Wagner apresente esses avanços de forma objetiva para a população.

Servirá, também, para que Paulo Souto tente desconstruir Wagner e mostre que a Bahia andava bem mesmo nos tempos do carlismo. E para que Geddel se apresente como uma alternativa a Wagner e Souto, de olho num eventual e imprevisível segundo turno com o atual governador.

Apesar o favoritismo de Jaques Wagner, os próximos sessenta dias prometem fortes emoções, até que as urnas sejam abertas e prevaleça aquilo que é a essência da democracia: a vontade do eleitor.

Uma revista nota 100


Revista Primeiras & Melhores
destaca os 100 anos de Itabuna

A editora Via Litterarum lançou a edição especial da revista Primeiras & Melhores, que além de uma nova configuração gráfica e temas variados, traz um caderno que marca a passagem dos 100 anos de Itabuna. A publicação apresenta textos como Pesquisa & Estatística, em que um artigo de Irene Maurício Cazorla e Franciana Castro revela as armadilhas da estatística e sua relação com a cidadania; e destaca as pinturas do mestre Walter Moreira, que traçou com pinceladas singulares sua percepção da Itabuna em seus primórdios. Integram também as matérias sobre Itabuna, fotos históricas na perspectiva da professora e historiadora da UESC, Janete Macedo.

A revista é ilustrada por belas imagens aéreas colhidas pelo fotógrafo José Nazal, além de imagens aéreas destaca-se o mapa urbano da cidade, elaborado pela Cads Copiadora. Neste ano marcado por tragédias provocadas pelas águas das chuvas em várias regiões do país, Antonio Fontes de Faria Filho e Quintino Reis de Araujo, pesquisadores do CEPEC da Ceplac, reconstroem a trajetória das chuvas na cidade de Itabuna, situando as grandes enchentes. Outros temas abordados são “Como é viver em Itabuna?”,”O que mostraria a um turista em Itabuna?”, e o resgate do texto “De birra com Jorge Amado” sobre tentativa de mudança frustrada do nome dessa avenida no início desta década. “Esta edição da revista Primeiras & Melhores é especial pela homenagem que pretendemos fazer à cidade de Itabuna no seu primeiro centenário”, afirma Agenor Gasparetto, diretor da Via Litterarum.

A revista já está disponível nas bancas de jornais de Itabuna, Ilhéus, Vitória da Conquista, Prado, Eunápolis, Itapetinga, Guanambi e muitas outras cidades baianas.

CHICLETE COM BANANA…E LAMA


Como estava escrito nas estrelas e na previsão do tempo, o show do Centenário de Itabuna, com Fabio Junior e o Chiclete com Banana transformou-se num lamaçal, com as pessoas afundando em meio a uma montanha de barro e cascalho.

O mais lógico seria que o show tivesse ocorrido na Praça Rio Cachoeira.

Mas aí não seriam necessários os serviços de terraplenagem e encascalhamento…

NASCIDA EM 28 DE JULHO


E já se passaram 100 anos, desde aquele dia histórico em que a então promissora Vila de Tabocas, emancipada de Ilhéus, se tornou a cidade de Itabuna.

Dez décadas, tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco tempo.

Cidade centenária e ainda cidade menina, despertando para um futuro que às vezes parece fugir, mas que está ao alcance das mãos.

As mãos que fazem de Itabuna uma cidade única.

Mãos de uma gente diferenciada, porque Itabuna é uma cidade diferenciada.

Quando a palavra empreendedorismo nem estava na moda, os itabunenses já eram, desde e todo o sempre, empreendedores.

Que inicialmente fizeram de um arraialzinho nascido às margens de um rio de pedras pretas e águas caudalosas uma pequena vila.

E de uma pequena vila, fizeram uma cidade que é construída dia após dia, ano após ano, num processo continuo.

Itabuna, terra de uma gente capaz de superar qualquer crise, dar a volta por cima e exibir uma pujança que impressiona.

Itabuna que cresceu em torno do cacau e que sobreviveu para ressurgir ainda mais forte quando a região mergulhou na pior de todas crises da lavoura cacaueira.

Itabuna que se redescobriu como pólo comercial, prestador de serviços, lazer e entretenimento e que se firmou com centro de excelência nas áreas de saúde privada e de ensino superior.

Itabuna que pulsa a cada amanhecer, escrevendo e reescrevendo a sua história, feita das histórias de seus mais de 200 mil habitantes.

Itabuna, que a despeito de tantas carências no setor público, é uma cidade que orgulha quem aqui mora, trabalha e toca a vida com dignidade.

Itabunenses que aqui nasceram ou que aqui foram acolhidos como seus filhos, cidade hospitaleira que é, outra de suas características marcantes.

Se é verdade que cada cidade tem uma marca que lhe confere uma característica especial, a marca de Itabuna é a sua gente.

É a essa gente que merece ser festejada no centenário de Itabuna.

Porque é essa fantástica gente grapiuna quem dá continuidade e transforma em realidade aquilo que 100 anos atrás, era apenas um sonho.

Um sonho que sonhado junto, fez brotar a semente plantada pelos pioneiros e que regada com as águas sacrossantas do Rio Cachoeira, gera os frutos dessa cidade que é nossa e que cabe a cada um de nós torná-la cada vez melhor para se viver.

E viva a Itabuna que em que vivemos!

PORQUE O LOBO É VERMELHO?


Essa me mandaram por email. Interessante!

Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdade, como ela seria contada
na imprensa no Brasil?

Veja as diferentes maneiras de contar a mesma história.

Jornal Nacional
(William Bonner):
“Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem…” (Fátima Bernardes): “…mas a atuação de um lenhador evitou a tragédia.”

Programa da Hebe
“…que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi
retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?”

Cidade Alerta
(Datena): “…onde é que a gente vai parar,
cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra
casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte
público! E foi devorada viva…
… um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!”

Superpop
(Luciana Gimenez): “Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do
lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos
há mais de um ano. Abafa o caso”

Globo Repórter (Chamada do programa): “Tara? Fetiche?
Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente? O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta. E uma
revelação: casos semelhantes acontecem dentro dos próprios lares das vítimas, que silenciam por medo.. Hoje, no Globo Repórter.”

Discovery Channel
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

Revista Veja
Lula sabia das intenções do Lobo.

Revista Nova
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama!

Revista Isto É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

Revista Playboy
(Ensaio fotográfico do mês seguinte): “Veja o que só o lobo viu”.

Folha de São Paulo
Legenda da foto: “Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador”. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O Estado de São Paulo
Lobo que devorou menina seria filiado ao PT.

O Globo
Petrobras apoia ONG do lenhador ligado ao PT, que matou um lobo para salvar menor de idade carente.

O bispo, o fogo do inferno e uma tal de Medicilândia


Vejo no Jornal Nacional uma reportagem mostrando que policiais do Corpo de Bombeiros desviaram donativos destinados às vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco, uma tragédia de proporções bíblicas. É preciso ser desumano para surrupiar coisas que serviriam de alento a quem perdeu tudo e que só sobrevive da solidariedade alheia.

O desvio de donativos me remete a um fato ocorrido no início da década de 90. Santa Catarina enfrentava uma enchente apocalíptica e o Vale do Itajaí foi arrasado pela fúria das águas. A Rede Manchete, da qual a TV Cabrália era afiliada, fez uma campanha para arrecadar alimentos, remédios, roupas e cobertores para os flagelados.

A Cabrália, da qual era diretor de jornalismo, entrou na campanha e em poucos dias arrecadou toneladas de donativos, que seriam enviados a Santa Catarina. Uma noite, por volta das 20 horas, entro no estúdio abarrotado de generosidade, onde mal havia espaço para as câmeras e a mesa dos apresentadores. De repente, veio o estalo.

Naquele mesmo ano, moradores da Bananeira, do Gogó da Ema e de Nova Ferradas estavam sofrendo com as cheias do Rio Cachoeira. Nada que se comparasse à tragédia de Santa Catarina e nem de longe se equipare ao atual drama dos nossos irmãos nordestinos, mas centenas de famílias perderam seus parcos pertences e muitas estavam desabrigadas.

O raciocínio foi óbvio. Se a gente pedisse donativos pras vítimas das enchentes em Itabuna, é provável que o retorno seria quase nenhum. Já para os catarinenses, em função da comoção nacional que se criou, mal havia espaço para armazenar tantas doações. Com a cumplicidade do então bispo diocesano de Itabuna, o saudoso Dom Paulo Lopes de Faria, uma parte dos donativos foi entregue para uma igreja e dali seguiu para os flagelados das enchentes em Itabuna, que deles fizeram ótimo proveito.

A outra parte, é bom que se diga, foi entregue aos catarinenses, que sem saber e por águas tortas, haviam proporcionado um gesto de solidariedade aos itabunenses, irmãos de pátria e de infortúnio.

Dom Paulo, nosso querido bispo, depois sagrado arcebispo, por esse e por outros gestos de uma grandeza divina, hoje com certeza habita um local idêntico ao que se convencionou chamar de Reino dos Céus.
Já esses bombeiros que envergonham uma profissão tão digna e todos aqueles insensíveis que desviam donativos que em alguns casos podem salvar vidas, merecem mesmo é arder no fogo do inferno.

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Aliás, o noticiário da semana foi farto. Além da novela do goleiro suspeito de mandar resolver um problema com a amante (e que seus amigos parecem ter resolvido da maneira mais radical e monstruosa possível) e do advogado suspeito de matar ex-namorada e jogar o corpo numa represa porque ela não queria retomar o romance; tivemos ainda a história do filho adotivo que mandou matar o pai, dono de uma rede de restaurantes, para receber uma bolada de 8 milhões de reais, e numa seqüência macabra, mandou matar outras seis pessoas, do pistoleiro ao advogado e ao pai de santo a quem ele confessou o crime.

Do jeito que esse mundo anda, vai ter liquidação por excesso de vagas no céu. E reserva com antecedência para uma vaga no inferno.

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Pelo Jornal Nacional fica se sabendo também que o município que mais produz cacau no Brasil é Medicilândia.

Antes que alguém corra ao mapa do Sul da Bahia para descobrir onde fica essa tal de Medicilândia, aconselha-se recorrer ao mapa do Pará.

Sim, Medicilândia, nome que é uma homenagem ao ditador Emílio Garrastarazu Médici, fica lá nos confins do Pará.

Pode pará, pode pará

Centenário macabro


Na próxima semana, Itabuna comemora 100 anos de emancipação. Uma data história, que apesar do anticlímax criado pela falta de obras importantes a serem inauguradas, merece ser comemorada.

Itabuna é uma cidade pujante, de uma gente empreendedora, capaz de driblar e superar todas as crises vividas ao longo desse seu primeiro século.

É, entretanto, um outro número 100 que incomoda e ele nada tem a ver com o centenário da cidade. Ou até tem, visto que é uma relação de causa e evento.

100 é o número de assassinatos cometidos em Itabuna nos primeiros seis meses de 2010, de acordo com dados fornecidos pela 6ª Coordenadoria de Policiamento do Interior, portanto insuspeitos.

100 assassinatos em seis meses, uma média de quase dois assassinatos por dia. Um número alarmante, que dá a exata dimensão do nível a que chegou a violência em Itabuna.

Destas 100 mortes, a maioria envolve pessoas entre 18 e 25 anos. Na jovem centenária cidade nascida às margens nem tão plácidas do caudaloso Rio Cachoeira, muitos de seus cidadãos não vivem para alcançar a idade adulta.

São jovens, às vezes crianças, que abandonaram a escola ou nem chegaram a conhecer uma sala de aula e que acabaram se envolvendo primeiro com o consumo e depois com o tráfico de drogas. O tráfico é, também de acordo com a polícia, responsável direto por 85% dos homicídios verificados em Itabuna.

Soldadinhos descartáveis e facilmente recrutados nas periferias carentes de serviços básicos, que tombaram nessa guerra cotidiana, que a polícia não consegue combater.

Eles são apenas números, estatísticas. 100 assassinatos em seis meses, 16 por mês, 2 por dia. Na incapacidade de enfrentar o tráfico, reduzir a violência, à polícia só resta somar os mortos em série, tombados diariamente, em emboscadas, execuções sumárias e até em chacinas.

A barbárie em estado bruto.

Não é propriamente o presente que a cidade e seus moradores gostariam de receber neste primeiro centenário.

Na verdade, é uma vergonha.

Uma grande vergonha!

CONSERTOS PARA A JUVENTUDE


O Festival Anual da Canção Estudantil é, ao lado do programa Todos pela Alfabetização (o TOPA), um dos grandes projetos do Governo da Bahia na área educacional.

O FACE, que envolve toda a rede pública de ensino na Bahia, é uma daquelas raras oportunidades de integração escola-comunidade e, mais do que isso, um espaço privilegiado para que os jovens possam passar sua mensagem através da música.

A despeito da qualidade musical revelada nas composições, é de mensagem e não de música que vai se tratar aqui.

E a mensagem deixada pelos estudantes é clara.

Tome-se, como exemplo, a etapa regional do FACE, realizada neste meio de semana em Itabuna, com a participação de quinze escolas dos municípios sulbaianos abrangidos pela Direc 7.

Das 15 canções classificadas, escolhidas entre mais de 300 composições nas etapas classificatórias em cada escola, cinco falam de violência/drogas, três de agressões à natureza, três de amor, e as outras quatro falam de corrupção, belezas da Bahia e de louvor a Deus.

Violência/drogas e natureza, além do amor (essa descoberta típica da idade, embalada em sonhos edulcorados e paixões eternas), estão portanto na ordem do dia.

A violência porque faz parte do dia a dia desses jovens, que não raro moram em bairros extremamente carentes e violentos, onde o tráfico de drogas impõe a lei e o terror e que a morte está sempre à espreita.

Para esses jovens, a violência está longe de ser algo abstrato, subjetivo. É uma coisa real, objetiva, com a qual eles convivem inclusive no próprio ambiente escolar. E para a qual eles querem uma solução, que passa por uma educação de qualidade, acesso ao esporte e ao emprego e programas de inclusão social.

A preocupação com a natureza, mostra que eles estão antenados com o pensamento mundial (que infelizmente fica apenas na boa intenção), de que é preciso conter a devastação do meio ambiente para salvar o planeta da destruição.

Uma destruição que também é sentida na rotina dos estudantes, com a redução das áreas verdes, a poluição dos rios, as enchentes provocadas pela falta de planejamento urbano. Não por acaso, a canção que ficou em segundo lugar contém frases como “a seca aumentando/e também a poluição/da água e do ar/desmatamento das florestas/animais e extinção” e o refrão mobilizador “depende de você/depende de mim/vamos preservar/vamos reagir”.

Com muita propriedade, a música vencedora, um libelo contra a expansão avassaladora do crack, fala de “crianças que são vistas/nas esquinas com o cachimbo na mão/enquanto políticos/são flagrados em atitude de corrupção/porém também somos culpados/por admitir essa situação”.

A canção, de Ailton Menezes, um jovem de Ubaitaba que refez sua história de vida através da escola, traça um paralelo entre a mobilização nacional em torno da seleção e a passividade diante de questões relevantes. O refrão brada: “por isso vamos jogar como uma seleção/unidos para fazer valer a nação/marcar um golaço estilo Robinho/salvando as crianças do nosso Brasil”.

Ouvir a juventude e torná-la mais participativa é certamente uma ferramenta eficiente para consertar esse mundo tão maltratado e tão desigual, pra que talvez um dia os nossos jovens e as canções possam viver/falar mais do amor do que de violência.

PÁRA-CHOQUE DE CAMINHÃO

O horário político é o único momento em que
os ladrões ficam em cadeia nacional.





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