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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 22/jul/2010 . 15:37

Centenário macabro


Na próxima semana, Itabuna comemora 100 anos de emancipação. Uma data história, que apesar do anticlímax criado pela falta de obras importantes a serem inauguradas, merece ser comemorada.

Itabuna é uma cidade pujante, de uma gente empreendedora, capaz de driblar e superar todas as crises vividas ao longo desse seu primeiro século.

É, entretanto, um outro número 100 que incomoda e ele nada tem a ver com o centenário da cidade. Ou até tem, visto que é uma relação de causa e evento.

100 é o número de assassinatos cometidos em Itabuna nos primeiros seis meses de 2010, de acordo com dados fornecidos pela 6ª Coordenadoria de Policiamento do Interior, portanto insuspeitos.

100 assassinatos em seis meses, uma média de quase dois assassinatos por dia. Um número alarmante, que dá a exata dimensão do nível a que chegou a violência em Itabuna.

Destas 100 mortes, a maioria envolve pessoas entre 18 e 25 anos. Na jovem centenária cidade nascida às margens nem tão plácidas do caudaloso Rio Cachoeira, muitos de seus cidadãos não vivem para alcançar a idade adulta.

São jovens, às vezes crianças, que abandonaram a escola ou nem chegaram a conhecer uma sala de aula e que acabaram se envolvendo primeiro com o consumo e depois com o tráfico de drogas. O tráfico é, também de acordo com a polícia, responsável direto por 85% dos homicídios verificados em Itabuna.

Soldadinhos descartáveis e facilmente recrutados nas periferias carentes de serviços básicos, que tombaram nessa guerra cotidiana, que a polícia não consegue combater.

Eles são apenas números, estatísticas. 100 assassinatos em seis meses, 16 por mês, 2 por dia. Na incapacidade de enfrentar o tráfico, reduzir a violência, à polícia só resta somar os mortos em série, tombados diariamente, em emboscadas, execuções sumárias e até em chacinas.

A barbárie em estado bruto.

Não é propriamente o presente que a cidade e seus moradores gostariam de receber neste primeiro centenário.

Na verdade, é uma vergonha.

Uma grande vergonha!





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