:: ‘Tamis Parron’
Flica debate história e desdobramentos da escravidão no Brasil
Na segunda mesa literária da Flica 2015, realizada da manhã de hoje, os historiadores Tâmis Parron e Cacau Nascimento falaram sobre a temática Etnias, resistências e mitos rememorando o período escravagista brasileiro e seus desdobramentos na sociedade atual. O curador da Flica e mediador, Aurélio Schommer, começou a conversa trazendo à tona a obra do historiador baiano João José Reis, referência da historiografia brasileira sobre os conflitos de resistência negra no Recôncavo Baiano.
De Cachoeira, Cacau Nascimento, lembrou a formação singular da cidade no período escravagista. Com território pequeno em relação às regiões vizinhas, Casa Grande e Senzala estavam muito próximas em Cachoeira, assim, as frequentes revoltas de escravos marcaram a história da cidade, com participação de segmentos específicos da sociedade, como as irmandades religiosas católicas.
Para Tâmis Parron, os ciclos de revoltas escravas influenciaram a forma como se definiu pela primeira vez a cidadania desracializada na constituição brasileira. Todo aquele que tinha carta de alforria e, portanto, podia ser negro, mulato ou mestiço, era considerado cidadão.
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