:: ‘Nação Grapiuna’
Nação grapiúna – uma síntese da literatura, identidade e povo
Efson Lima
Foi pelas mãos da literatura que o termo nação grapiúna ganhou dimensão maior. Jorge Amado, quando da posse de Adonias Filho na Academia Brasileira de Letras, em 1965, ao proferir o discurso de recepção, entabulou por 10 vezes os termos grapiúna(s). Qual razão teria para ser tão enfático? Certamente para colocar a civilização do cacau no patamar que tanto almejou. Tanto o discurso de Jorge Amado quanto o de Adonias Filho foram organizados naquele mesmo ano no livro “A Nação Grapiúna”.
Mas, afinal, o quê possa ser Nação Grapiúna? No passado, recorríamos aos dicionários, enciclopédias, atualmente, recorremos ao Google no momento da dúvida. Eu ainda, em matéria sobre a região do cacau, prefiro voltar ao historiador, que traduz tão bem a História regional, Arléo Barbosa, que em “Notícia Histórica de Ilhéus” sintetiza sobre o termo grapiúna. “Na toponímia do sul da Bahia sempre se sobressaiu a palavra “grapiúna”. Anteriormente o termo abrangia a todos os autóctones da região. :: LEIA MAIS »
Nação grapiuna, uma síntese da literatura, identidade e povo
Efson Lima
Foi pelas mãos da literatura, que o termo nação grapiúna ganhou dimensão maior. Jorge Amado, quando da posse de Adonias Filho na Academia Brasileira de Letras em 1965, ao proferir o discurso de recepção, entabulou por 10 vezes os termos grapiúna(s). Qual razão teria para ser tão enfático? Certamente para colocar a civilização do cacau no patamar que tanto almejou. Tanto o discurso de Jorge Amado quanto o de Adonias Filho foram organizados no livro “A Nação Grapiúna”, 1965.
Mas, afinal, o quê possa ser Nação Grapiúna? No passado, recorríamos aos dicionários, enciclopédias, atualmente, recorremos ao Google no momento da dúvida. Eu ainda, em matéria regional, prefiro voltar ao nosso historiador, que traduz tão bem a História regional, Arléo Barbosa, em “Notícia Histórica de Ilhéus”, informa sobre o termo grapiúna.
Na toponímia do sul da Bahia sempre se sobressaiu a palavra “grapiúna”. Anteriormente o termo abrangia a todos os autóctones da região. Atualmente foi monopolizado pelos itabunenses para designar somente os nativos daquela cidade. Entretanto, ainda é comum o seu uso como gentílico de todos os habitantes da região Cacaueira, (BARBOSA, 2013, p. 93).
Penso que é de bom tom utilizar a palavra para se referir a todo o complexo cultural, inclusive, os habitantes, da civilização do cacau sulbaiana. Aliás, registra-se que foi Afrânio Peixoto que pela primeira vez descreveu a paisagem do cacau, como conhecemos, em obra romancista, sem prejuízo de mencionar Inglês de Souza paraense, que em 1876 publicou “O Cacaulista”.
Para o professor Arléo, a palavra grapiúna tem natureza tupi e está relacionada ao grande número de aves de plumagem preta, como jacus, macucos, mutuns e diversas outras que enriquecem a região da costa do cacau. Por falar em Macuco, lembra a cidade de Buerarema, do cronista Antônio Lopes.
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