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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Balaio do Kotscho’

Objetivo agora é o impeachment e o fim do PT

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho 

ricApós uma brevíssima trégua, as oposições voltaram com tudo esta semana, unindo partidos e “movimentos de rua” em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Só derrubar o governo, no entanto, já não basta. O objetivo agora é simplesmente defender a extinção do PT, como anunciou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, durante o depoimento na CPI da Petrobras feito semana passada pelo tesoureiro do partido, João Vaccari, que foi preso pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira.

Logo após a prisão, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, divulgou nota em que pede abertamente, sem meias palavras, o impeachment da presidente e o fim do partido que governa o país há mais de 12 anos:

“Diante desse cenário, tudo caminha para que o PT perca o registro de partido político. E, comprovado que a presidente Dilma fosse beneficiada por esse esquema em suas campanhas, será mais do que suficiente para ela perder o mandato por corrupção”.

Na mesma linha, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, correu à imprensa para afirmar que as condições estão sendo criadas para o impeachment contra a presidente Dilma: “O povo na rua, a PF, o Ministério Público e o Judiciário agindo. Cada vez o cerco apertando mais. Será inevitável, no final, o processo de impeachment”.

Com medo de perder o bonde, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, já havia saído dos seus confortos, na véspera, ao encontrar motivos “extremamente fortes” para defender o impeachment da presidente Dilma, tese que o partido, aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, havia deixado em stand by, à espera dos pareceres de seus juristas.

Aécio resolveu aderir ao neotucanato xiita liderado por Carlos Sampaio, que foi advogado da sua campanha presidencial, depois de receber representantes do “Vem para a Rua”, um dos movimentos que levantaram a bandeira do “Fora Dilma” nas manifestações do último domingo.

“Impeachment não é uma palavra proibida. Impeachment não é golpe, é constitucional”, justificou o candidato a presidente do PSDB derrotado nas eleições de outubro.

Os tucanos e suas linhas auxiliares não só não desistiram do terceiro turno como agora partiram para eliminar o adversário no parlamento, na mídia e nos tribunais.

Aceleraram o andamento do golpe, sim, pois é este o nome que se dá à tentativa de revogar os resultados das urnas por outros meios.

100 dias: o que está em jogo é o futuro do país

 

Ricardo Kotscho no Balaio do Kotscho

 

ricOs governos, por melhores ou piores que sejam, passam. Os países ficam.

É nisso que deveríamos pensar neste dia 10 de abril de 2015, uma sexta-feira: o que está em jogo no momento não é o destino de um governo, mas o futuro do nosso país.

Na nossa jovem democracia, que acaba de completar 30 anos, nunca tivemos os primeiros 100 dias de um novo governo tão tumultuados, com tantas crises e conflitos ao mesmo tempo, como neste Dilma-2.

A esta altura do campeonato nacional, tão grave é a situação, que não adianta ficar discutindo quem é o culpado e quem tem razão, quem errou ou acertou nas suas previsões, quem roubou mais ou menos. Estamos todos no mesmo barco, à deriva.

O fato é que completamos este período simbólico com uma junta civil formada por Dilma, Temer e Levy no comando do país, um Congresso conflagrado, em que a maioria governista virou minoria, a base aliada em frangalhos e a oposição liderada pelo principal partido aliado, o PMDB de Eduardo Cunha, sem falar nos estragos já causados pela Operação Lava Jato nos principais indicadores econômicos.

Para se ter uma ideia do clima, esta semana, durante um debate promovido pelo Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a primeira pergunta que me fizeram foi sobre o perigo de termos novo golpe militar. Não corremos este risco. Respondi que a maior ameaça à democracia não vem dos quartéis, mas da aliança conservadora jurídico-parlamentar-midiática liderada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ministro do STF Gilmar Mendes, em parceria com o Instituto Millenium.

São eles que determinam a agenda política e inspiram estes grupos cinzentos de indignados e revoltados formados nas redes sociais, que marcaram novas manifestações contra o governo para o próximo domingo, dia 12. Ganharam tanta força nestes 100 dias que, a seguir nesta marcha, daqui a pouco vão querer revogar a Lei Áurea e implantar a pena de morte no país, com o apoio de paneleiras e marchadeiros sem noção mobilizados em torno de um único objetivo: “Fora Dilma!”.

O que os move é apenas o sentimento de vingança, inconformados com a quarta derrota seguida para o PT de Lula e Dilma. O que eles querem, afinal, além de derrubar o governo? Para colocar em seu lugar que projeto de país?

Se o que os mobiliza fosse o combate à corrupção, por que não gritam também “Fora Cunha!” e “Fora Calheiros”, os presidentes da Câmara e do Senado que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato? Será que alguma das suas emergentes lideranças está preocupada mesmo em salvar a Petrobras ou apenas quer rifa-la na bacia das almas para o primeiro gringo que aparecer?

Por que não levam para as marchas faixas e cartazes com os nomes dos bancos e das empresas investigados na Operação Zelotes no maior propinoduto de sonegação fiscal da nossa história? Por que não pedem a lista dos maganos flagrados com contas secretas no HSBC da Suíça? Por que não cobram da Justiça mais agilidade nos processos dos mensalões tucanos e dos trensalões paulistas?

O quadro é tão nebuloso que a oposição oficial dos tucanos e agregados está mais perdida do que cachorro em dia de mudança, sem saber se dá as caras nos protestos ou fica mais uma vez na janela para ver a banda passar, torcendo de longe. Já não sinto neles e nos seus celerados porta-vozes da imprensa o mesmo ânimo dos dias que antecederam o 15 de março, que pode ter sido apenas um tardio espasmo pós-eleitoral.

Seja como for, aconteça o que acontecer no domingo, ainda temos pela frente 1.360 dias de governo Dilma-2, agora sob a direção da dupla Temer & Levy e com a presidente no papel de rainha. Em lugar do flácido “presidencialismo de coalização” da envelhecida Nova República, estamos inaugurando o parlamentarismo monárquico. Pelo menos nisso, ficamos mais parecidos com a Inglaterra…

E vamos que vamos.

A mídia no fundo do poço

Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho

 

kot2002, 2006, 2010, 2014.

Nas últimas quatro eleições presidenciais, a velha mídia familiar brasileira fez o diabo, vendeu a alma e foi ao fundo do poço para derrotar o PT de Lula e Dilma.

Perdeu todas.

Desta vez, perdeu também a compostura, a vergonha na cara e até o senso do ridículo.

Teve até herdeiro de jornalão paulista que deu uma de black bloc e foi sem máscara à passeata pró-Aécio em São Paulo, chamada de “Revolução da Cashmere” pela revista britânica “The Economist”, carregando um cartaz com ofensas à Venezuela.

Antigamente, eles eram mais discretos, mas agora perderam a modéstia, assumiram o protagonismo.

Agora, não adianta rasgar as pregas das calças nem sapatear na avenida Faria Lima. “The game is over”, como eles gostam de dizer em bom inglês.

Se bem que alguns já pregam o terceiro turno e pedem abertamente o impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff, que derrotou o candidato deles, o tucano Aécio Neves, por 51,6% a 48,4%. Endoidaram de vez. E não é para menos: ao final do segundo mandato de Dilma, o PT terá completado 16 anos no poder central, um recorde na nossa história republicana.

Só teremos nova eleição presidencial daqui a quatro anos. Até lá, terão que esperar no banco de reservas do poder os herdeiros dos barões de imprensa e seus sabujos amestrados, inconformados com o resultado das urnas, se é que vão sobreviver aos novos tempos da mídia democratizada. Cegados pela intolerância, ainda não se deram conta de que já nem elegem nem derrubam mais presidentes. Alguns ficaram parados em 1932 ou 1964, por aí. Vivem ainda em tempos passados, dos quais o Brasil contemporâneo não tem saudades. Devo-lhes informar que o país mudou, e não é mais o mesmo dos currais midiáticos de meia dúzia de famílias, hoje abrigadas no Instituto Millenium.

Diante da gravidade dos acontecimentos nas últimas 48 horas que antecederam a votação, a partir da publicação da capa-panfleto da revista “Veja”, a última “bala de prata” do arsenal de infâmias midiáticas para mudar o rumo das eleições, não dá agora para simplesmente fingir que nada houve, virar a página e tocar a bola pra frente, como se isso fosse algo natural na disputa política. Não é.

Caso convoque uma rede nacional de rádio e televisão para anunciar os rumos, as mudanças e as primeiras medidas do seu novo governo _ o que se tornou um imperativo, e deve ocorrer o mais rápido possível, para restaurar a normalidade democrática no país ameaçada pelos pittbulls da imprensa _ a presidente Dilma terá que tocar neste assunto, que ficou de fora do seu pronunciamento após a vitória de domingo: a criação de um marco regulatório das comunicações.

No seu brilhante artigo “Dilma 7 X 1 Mentira”, publicado pela Folha nesta segunda-feira, o xará Ricardo Melo foi ao ponto:

“Além do combate implacável à corrupção e de uma reforma política, a tarefa de democratizar os meios de informação, sem dúvida, está na ordem do dia. Sem intenção de censurar ou calar a liberdade de opinião de quem quer que seja. Mas para dar a todos oportunidades iguais de falar o que se pensa. Resta saber qual caminho Dilma Rousseff vai trilhar”.

A presidente reeleita, com a força do voto, não precisa esperar a nova posse no dia 1º de janeiro de 2015. Pode, desde já, demitir e nomear quem ela quiser, propor as reformas que o país reclama, desarmando os profetas do caos e acabando com este clima pesado que se abateu sobre o país nas últimas semanas de campanha.

Pode também, por exemplo, anunciar logo quem será seu novo ministro da Fazenda e, imediatamente, reabrir o diálogo com os empresários e investidores nacionais e estrangeiros, que jogaram tudo na vitória do candidato de oposição, especulando na Bolsa e no dólar, e precisam agora voltar à vida real, já que eles não têm o hábito de rasgar dinheiro. Queiram ou não, o Brasil continua sendo um imenso mercado potencial para quem bota fé no seu taco e acredita na vitória do trabalho contra a usura.

O povo, mais uma vez, provou que não é bobo.

Valeu a luta, Dilma. Valeu a força, Lula.

Vida que segue.

 





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