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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2024
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:: ‘Notícias’

O CARTAZ OFICIAL DO FILME

Esse é o cartaz oficial do filme “Lula, o Filho do Brasil”, que estréia em janeiro de 2010.

É a história do retirante nordestino Luiz Inácio, que virou Lula e depois virou “o cara”, como diria um tal de Barack.

DONA ENEDINA NO JN

Dona Enedina, a ilheense que aos 100 anos se alfatebizou pelo TOPA, encerrou o Jornal Nacional de quinta-feira, e foi citada como um exemplo de perseverança.

Enfim, boa notícia também é notícia. Veja o vídeo do JN

Adivinhem quem paga o pato?

O Pacto conta a Violência, uma proposta que envolve (ou deveria envolver) todos os segmentos da sociedade civil organizada em Itabuna, é uma dessas ótimas ideias, dignas de apoio e aplausos.

No papel, o pacto tem o objetivo de promover ações conjuntas que envolvem projetos de inclusão social, melhoria da infra-estrutura urbana e combate à criminalidade.

Tudo dentro de uma visão correta de que ninguém nasce bandido e que muitos dos facínoras que matam, estupram e roubam são subprodutos perversos do meio em que vivem; onde o mundo do crime é o único caminho, diante da completa falta de perspectivas de vida.

Em sendo assim, é salutar que todos se mobilizem, já que o combate à violência não passa apenas pela ação dos órgãos públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais.

Trata-se de um trabalho árduo, que exige dedicação, desprendimento e espírito público.

Não se trata de um hobby de alguém entediado e nem de uma maneira fácil de ganhar os holofotes da mídia.

É algo para quem sabe que terá imensos desafios pela frente e está disposto a encará-los.

O Pacto contra a Violência é mais do que necessário, num momento em que a cidade se vê às voltas com uma onda de violência sem precedentes em sua história quase centenária, com assassinatos diários, assaltos e arrombamentos contados às centenas e com o tráfico de drogas impondo o medo e o terror nos bairros mais carentes da periferia.

Uma cidade assustada e que necessita justamente de uma ação desse porte, capaz de a médio e longo prazos trazer um pouco de tranqüilidade a uma população que se tornou refém da bandidagem.

O problema é que, realizadas várias reuniões, o Pacto contra a Violência ainda não conseguiu superar a barreira que separa a boa intenção da ação.

Pior ainda: já começam a surgir acusações mútuas de boicote e desinteresse, partindo justamente daqueles que deveriam conduzir o processo.

Em vez do consenso e da união em torno de um objetivo nobre, o desentendimento e a desunião.

Não é por ai.

É preciso que cada um faça a sua parte e que as partes se tornem um todo, para que a violência seja combatida em todas as suas vertentes.

Para que um dia, quem sabe, o Pacto contra a Violência se torne num Pacto pela Manutenção da Paz.

Se o caminho a ser seguido não for esse, adivinhem quem paga o pato?

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Quarta-feira, dia 14, por volta das 16 horas, numa rua próxima à Santa Casa de Misericórdia, bairro Pontalzinho, Itabuna.

Quatro jovens tentam assaltar duas estudantes, exigindo a carteira e os telefones celulares.

Um morador presencia a cena e, sem titubear, saca o revólver e atira.

Poderia ter atingido os bandidos como poderia ter atingido as estudantes ou alguém que passasse pela rua.

Felizmente não atingiu ninguém, mas a cena dá bem uma dimensão do estado a que chegamos diante de insegurança em Itabuna.

Uma triste dimensão.

Ainda é preciso perguntar quem pago o pato caso o pacto fique no blablablá?

Os sem terra, os sem juízo e os sem escrúpulos

As avaliações sobre a depredação de uma fazenda que produzia laranjas no interior de São Paulo, comandada por irresponsáveis travestidos liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras, o MST, estão meio fora de foco.

Tudo bem que algumas lideranças do MST, como João Pedro Stedile e José Rainha, mereciam estar bem trancados numa camisa de força em um hospício, mas jogar a culpa pelos recentes atos de vandalismo no presidente Lula, acusando-o de, no mínimo, ser conivente com os ataques a propriedades rurais, é de um primarismo tolo, uma tentativa nada sutil de provocar estragos na imagem do presidente e, por tabela, afetar a candidatura de Dilma Roussef em 2010.

A associação a que pertencem os lunáticos que destruíram máquinas, casas e laranjais em São Paulo, recebe recursos do Governo Federal assim como centenas de outras ONGs ligadas aos sem-terra recebem.. Não é por isso que todo mundo vai sair por aí destruindo o patrimônio público ou privado.

Os atos de vandalismo cometidos sob a vasta bandeira do MST devem ser condenados com veemência, incluindo punição para os responsáveis, mas não se pode, por conta da eleição que se avizinha, tentar transformar em regra o que é exceção.

Como se toda ONG ligada ao MST que recebe recursos do Governo Federal tivesse como único fim promover a baderna.

A regra são mobilizações pela Reforma Agrária e assentamos em que as famílias tem condições de produzir e levar uma vida digna, mesmo que parte da mídia tente mostrar esses assentamentos como uma espécie de “favelas rurais”.

É a mesma mídia que chega ao absurdo de comparar o MST com as FARCs, as terríveis Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que de movimento guerrilheiro, passou a atuar como bando, promovendo seqüestros e se associando ao narcotráfico.

Não há nenhuma, repita-se aqui, nenhuma evidência de que o MST tenha derivado para esse tipo de atividade. Mais do que isso, embora defenda o socialismo, o movimento não prega nenhuma revolução, até porque isso não teria o menor sentido num país que tem como presidente um ex-operário metalúrgico.

Sair “fabricando” bandidos e quadrilhas com o claro interesse eleitoreiro não é o melhor caminho, nem vai dar o resultado esperado. Lula já apanhou o que tinha de apanhar, com acusações bem mais pesadas do que financiar, por vias indiretas, um ato de vandalismo.

Continua com sua imagem sem arranhões e deve ser um cabo eleitoral decisivo numa eventual candidatura de Dilma, mas parece que a oposição, amparada pela mídia, não aprende.

Nessa história de sem terras, há que se condenar os sem juízo, mas também alertar para os sem escrúpulos, que mudam o filme, mas mantém o mesmo roteiro, como se fantasmas trazidos repetidas vezes à tona tivessem o dom de assustar.

A história recente mostra que não assustam, visto que fantasmas, como as bruxas, não existem, embora haja os que creiam e apostem neles.

FUTEBROXANTE


Tudo bem, a Seleção Brasileira já estava classificada, ganhou do Uruguai em Montevideo, da Argentina em Rosário, venceu a Copa das Confederações, tal e coisa, coisa e tal.

Mas fechar as Eliminatórias perdendo da Bolívia e empatando com a Venezuela, duas galinhas mortas, é o que pode se chamar de final broxante.

Enfim, vamos ao Mundial da África do Sul e seja o que Deus quiser, até porque tem pouca galinha viva e nenhum galo mestre no futebol atual.

Arataca, minas e frutos de ouro


Conta a lenda, que o tempo e a falta de esperança estão tratando de manter viva apenas na memória dos moradores mais antigos, que em Arataca, pequena cidade da Região Cacaueira da Bahia, existe um veio de ouro que começa no pé da serra, corta uma parte da área urbana e termina exatamente no subsolo da Igreja Matriz.

A lenda conta ainda que tamanha riqueza permanecerá eternamente nas profundezas enquanto a igreja não for demolida, coisa que os padres que cuidam do templo nem cogitam fazer.

As sagradas paredes da Igreja Matriz e tudo de mais sagrado que ela abriga em seu interior não correm o risco de serem postos abaixo para que caçadores de fortunas arranquem do ventre do solo o ouro que, a julgar pela indiferença com que o assunto é tratado na cidade, só existe mesmo na imaginação.

Ou no desejo contido -e impossível de realizar- de que o tempo ande para trás.

E que a cidade reviva um tempo em que existia ouro e ele não estava sob o solo, mas brotava do solo.

Mais precisamente um “fruto de ouro” que atendia pelo nome de cacau.

Arataca, a exemplo de outras tantas cidades do Sul da Bahia, como Jussari, Santa Luzia, Camacan, Buerarema, Uruçuca, Coaraci, Itajuipe, Una e Ubaitaba viveu, sim, o seu ciclo de ouro.

Eram tempos, que hoje igualmente parecem lenda, em mesmo que a maior parte dos ganhos fizesse a riqueza nababesca dos produtores de cacau, o dinheiro circulava e, de uma forma ou de outra, todos se beneficiavam com aquele fruto fantástico, que exigia poucos cuidados e dava duas safras por ano.

Um ciclo de riqueza que parecia interminável e que uma doença fulminante chamada vassoura-de-bruxa tratou de encerrar com tons apocalípticos.

Em menos de uma década, o que era riqueza se transformou em pobreza.

Cidades cheias de gente e de vida, a exemplo de Arataca, viram a população diminuir, com o êxodo rural e a migração dos moradores para bolsões de miséria de Itabuna e Ilhéus, ou para o inexistente paraíso paulista, onde os potes de ouro das oportunidades de trabalho se tornaram cada vez mais escassos.

Nas fazendas semi-abandonadas, cacaueiros antes carregados de frutos valiosos, hoje exibem as cicatrizes da vassoura-de-bruxa, com seus galhos mortos e seus frutos podres.

A mata virou pasto e onde havia cacau, hoje há predominantemente gado. No quesito emprego, a conta é perversa: numa fazenda onde 30 trabalhadores cuidavam das roças de cacau, e ali viviam com a família, hoje trabalham apenas dois vaqueiros.

Numa situação dessas, não há mesmo como acreditar em potes de ouro no final do arco-íris e nem em minas de ouro sob o chão da Igreja Matriz.

Talvez dê para acreditar que exista, não apenas no papel mas também na prática, uma política de recuperação que, se não tenha o dom de transformar novamente o fruto em ouro, que pelo menos ofereça condições para que esse fruto, aliado a outros cultivos, à agroindústria e ao turismo sustentável, alavanque um novo ciclo, em que não dependamos de veios de ouro descendo das serras, nem nos atemorizemos com as bruxas e suas vassouras devastadoras.

ILUSTRÍSSIMO SENHOR BANDIDO

Em vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, Pedro Paulo Rocha, dono de uma lan house encontrou um jeito sui generis para tentar reduzir a onde de assaltos a seu estabelecimento comercial: tascou na entrada uma faixa com os dizeres “Senhores assaltantes, peço-lhes um tempo… Fui roubado três vezes em 20 dias. Respeitosamente, Cyber Conquista”.

Segundo ele, os ladrões precisam ter paciência e parar de roubá-lo senão, assim, não haverá condições dele ter dinheiro sequer para abastecer os marginais que praticamente viraram “sócios” da lan house.

A foto e as informações são do Correio da Bahia.

Cômico, não fosse trágico.

PEGA LEVE


Os acidentes com vítimas fatais continuam banhando de sangue as rodovias que cortam o Sul da Bahia, como a BR 101.

Na maioria esmagadora dos casos, os acidentes são provocados pela imprudência, potencializada pelo consumo de álcool.
Como se sabe, beber e dirigir são práticas absolutamente incompatíveis.

O problema, é que apesar de inúmeras campanhas orientando para os riscos de beber e dirigir, incluindo os comerciais de cerveja que fazem o alerta por determinação legal, muita gente continua ignorando os riscos e arriscando a própria vida e a vida dos outros.

Na noite da última quarta-feira, três dos quatro ocupantes de um Golf morreram quando o carro se chocou violentamente com um caminhão.

As vítimas, com idades entre 18 e 29 anos, vinham de Eunápolis para passar o feriado de Nossa Senhora Aparecida em Ilhéus.

O que seria alegria e lazer, se transformou-se em dor e tragédia. Mais uma, entre as tantas tragédias que se tornaram rotina nas estradas brasileiras.

Para reforçar a hipótese de imprudência, foram encontradas várias garrafas vazias de cerveja no Golf, que ficou completamente destruído. A comprovação da ingestão ou não de álcool vai depender de exames, mas isso não trará de volta à vida os três mortos na colisão.

Somados às campanhas educativas, esses acidentes brutais deveriam servir de alerta para os demais motoristas, mas lamentavelmente parecem ao ter efeito algum.

Além do consumo de bebida, é comum verificar o excesso de velocidade e ultrapassagens irresponsáveis, como se ganhar alguns minutos na viagem compensassem o risco de acidentes.

Não compensa, e aí estão os acidentes para demonstrar isso.

Como educação no trânsito parece não funcionar, o jeito é aumentar a fiscalização e punir com rigor os motoristas que forem pegos consumindo bebidas alcoólicas ou cometendo infrações de graves.

Mas tem que ser punição grave, com a apreensão da carteira de motorista e a retenção do veículo, única maneira de evitar que assassinos em potencial travestidos de motoristas continuem espalhando sangue pelas estradas.

Feriadão chegando, resta clamar que os motoristas peguem leve e entendam de uma vez por todas que beber e dirigir não desce redondo nem quadrado.

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Durante o feriadão a Polícia Rodoviária vai realizar a Operação Nossa Senhora Aparecida.

Que a santa padroeira do Brasil nos proteja!

Fitinha do Senhor do Bonfim, mãozinha do Senhor Luiz


Depois de participar uma celebração evangélica em agradecimento por ter vencido aquela que certamente foi a mais dura de suas batalhas, a luta contra o câncer, a ministra da Casa Civil e pré-candidata a presidência da República pelo PT, Dilma Roussef, encerra a semana em Salvador, uma das cidades de maior religiosidade de Brasil, onde, diz a lenda, se todos os pedidos aos santos e todos os despachos fossem atendidos, o Campeonato Baiano terminaria empatado. E as eleições também.

Dilma, ex-guerrilheira e vítima de lancinantes torturas cometidas nos porões da ditadura militar brasileira, vai à tradicional Igreja do Bonfim, onde participa de uma Missa de Ação de Graças. De lá, deve sair com a fitinha que ilustra o pulso de dez entre dez personalidades que visitam a Bahia e item obrigatório no kit de qualquer turista que se preze.

A fitinha de Dilma deve ser vermelha, per supuesto.

A visita à Igreja do Senhor do Bonfim, respeitado o fervor religioso e a gratidão pela cura, tem um olho no santo e outro no eleitor.

Superada a incerteza da doença, a drástica redução de suas atividades na Casa Civil e o afastamento compulsório das visitas a obras do PAC em todo o Brasil, Dilma Roussef busca voltar à cena política e se consolidar como uma alternativa viável para derrotar o tucano José Serra, que aparece como favorito na disputa presidencial.

Esse posto, que até pouco tempo atrás era exclusivo de Dilma, atualmente é dividido com Ciro Gomes, do PSB. Menos mal que Serra empacou no patamar em que estava e até oscilou um pouco para baixo, o que por sinal também ocorreu com a ministra.

Daí que, além a dar um alô para o Senhor do Bonfim e comparecer até em festa de aniversário, no caso, o presidente da Agência Nacional do Petróleo, o comunista (ainda existe isso?) Haroldo Lima; Dilma Roussef acompanha o governador Jaques Wagner numa visita as obras do Hospital da Criança, em Feira de Santana, e na solenidade de autorização da concessão das rodovias federais na Bahia.

Tem mais: sempre ao lado do governador, candidatíssimo à reeleição e às voltas com atritos com o aliado nacional e ex-aliado estadual PMDB, embarca na Caravana de Erradicação do Trabalho Infantil na cidade Cipó. Deve haver espaço ainda para outro aniversário (vida de candidato não é mole!), desta vez o do presidente da Petrobrás, o baiano José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. Para fechar o périplo baiano, uma inspeção às obras do PAC em Salvador.

É, enfim, agenda de quem quer voltar à luta.

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A ajuda dos céus é bem vinda (e é bem vinda em qualquer situação), mas a ministra Dilma Roussef vai contar mesmo com outra ajuda, que não tem nada de divina, mas que anda fazendo verdadeiros milagres.

E que atende pelo prosaico nome de Luiz Inácio Lula da Silva.

Duvidar, quem há de?

A bala perdida encontrou Maria Eduarda

Na mesma semana em que um infarto fulminante impediu Ferreirinha de chegar aos 100 anos, uma bala perdida impediu a pequena Maria Eduarda Ribeiro Dias de ultrapassar seu primeiro ano de vida.

O quase um século de Ferreirinha, morto no domingo; e o apenas um aninho de Maria Eduarda, assassinada com um tiro no peito na segunda-feira, formam o contraste de uma cidade capaz de garantir a longevidade de uns, mas incapaz de impedir a morte mais do que precoce de outros.

O fazendeiro Ferreirinha, morava na Zildolândia, um bairro classe média de Itabuna. Viveu o suficiente para, aos 85 anos, casar-se com a estudante Iolanda, então com 16 anos, uma paixão arrebatadora e ao mesmo tempo inusitada, que lhe rendeu fama internacional e o título de “Garanhão de Itabuna”, que ostentava com indisfarçável orgulho.

Ao morrer, após lutar bravamente contra uma seqüência de enfermidades, Ferreirinha já tinha seu nome inscrito na história de Itabuna. Seu sepultamento reuniu centenas de pessoas, entre familiares, amigos ou simples curiosos, que o conheciam apenas por conta da fama.

Maria Eduarda morava no bairro São Pedro, um dos mais carentes de Itabuna, onde a violência impõe a lei e o medo aos moradores, gente trabalhadora e decente. Não viveu nem o suficiente para dar os primeiros passos, nessa caminhada incerta rumo a um futuro que para ela agora é apenas uma interrogação ou uma abstração.

Ao morrer de forma abrupta e violenta, ganhou o noticiário policial das rádios, televisões e jornais. Seu sepultamento reuniu apenas gente simples do bairro, que cobrou Justiça, mas sabe dos riscos que é abrir a boca para protestar contra a impunidade dos marginais.

Maria Eduarda, sem fama nem fortuna, está fadada a virar apenas estatística, um número a mais no elevadíssimo número assassinatos em Itabuna.

Maria Eduarda foi vítima de uma dessas balas perdidas que por uma dessas coisas inexplicáveis só encontram gente inocente.

Baleada dentro de casa numa rua chamada, suprema ironia, Liberdade.

Liberdade é justamente o que falta para os moradores do São Pedro e de outros tantos bairros da periferia de Itabuna, prisioneiros em suas próprias casas.

De Ferreirinha se pode dizer que teve a sorte de, a despeito de duas guerras mundiais, ter nascido num tempo em que a violência cotidiana não produzia tantas vítimas fatais. Viu o mundo dar um salto tecnológico, o homem pisar na Lua e virou não apenas o século, mas também o milênio. ´

Amou e foi amado, teve filhos, netos, bisnetos e ainda viveu uma bela paixão outonal.

De Maria Eduarda se pode dizer que não teve sorte alguma, mas o azar de ter nascido num tempo em que nem um bebê inocente está seguro dentro de casa, quando essa casa está localizada numa área de guerra urbana, onde sobreviver é quase um milagre.

O intervalo de apenas um dia separou as mortes de Ferreirinha e Maria Eduarda.

Quase um século separou as vidas de Ferreirinha e Maria Eduarda.

Personagens diferentes, vidas diferentes, que talvez nem coubessem na mesma história.

Mas que se encaixam perfeitamente quando inseridos na história de uma cidade que celebra Ferreirinha mesmo na morte e chora a Maria Eduarda sem vida.

Uma cidade que num intervalo de 24 horas alçou Ferreirinha a condição de mito e empurrou Maria Eduarda à condição de anjo caído.

Balas perdidas, vidas perdidas.

Até quando?





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