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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2025
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:: ‘Notícias’

Era decisão e nem parecia


Com três times lutando diretamente pelo título enfrentando equipes rebaixadas e/ou desestimuladas, a última rodada do Campeonato Brasileiro prometia fortes emoções.

Foi um anticlímax, que só valeu pela festa do Fluminense.

No Rio de Janeiro, o Fluminense não conseguia derrotar a própria ansiedade e sofria diante do rebaixado, mas surpreendentemente aguerrido Guarani, certamente motivado por uma mala de dinheiro oferecida pelo Corinthians.

O time carioca não era nem uma pálida sombra daquele que derrotou com facilidade o São Paulo e o Palmeiras nas rodadas anteriores, em partidas marcadas por marmeladas memoráveis.

Enquanto a agonia do Flu atravessa os primeiros 45 minutos, Cruzeiro e Corinthians faziam ainda pior, mantendo os cariocas com as mãos na taça mesmo sem sair do 0x0.

O Corinthians seguia empatando em 1×1 com os reservas do também rebaixado Goiás, mais interessado na conquista do titulo da Copa Sulamericana e de uma vaga na Libertadores, com direito a uma pixotada de seu goleiro. 1×1 estava e 1×1 ficou até o fim.

O Cruzeiro virou o primeiro tempo perdendo de 1×0 para um Palmeiras sonolento. Na segunda etapa, o time mineiro virou para 2×1, mas aí o Fluminense já havia achado o golzinho salvador contra o Guarani.

O magrinho 1×0 diante de 40 mil torcedores foi suficiente para garantir a taça aos cariocas e perpetrar em Muricy Ramalho, com toda a justiça, o título de Rei da era dos pontos corridos. Foram quatro títulos nos últimos cinco campeonatos. Sem contestação.

O troféu de melhor jogador do Brasileirão 2010 é do argentino Conca. Não é nenhum fora de série, tanto que seu nome nem é cogitado para a Seleção Argentina, mas num campeonato mediano, sobressaiu-se pela regularidade. Justo também.

Para os demais torcedores, é um campeonato a ser esquecido.

E, para os torcedores do Vitória, para ser esquecido e chorado.

Jogando em casa, com o Barradão lotado, o Vitória não conseguiu fazer um mísero golzinho no Atlético de Goianense, com quem lutava pela última vaga entre os sobreviventes.

Com o 0x0, o Vitória vai disputar a 2ª. Divisão em 2011.

O Elevador Lacerda, que subiu para o Bahia desceu para o Vitória, que terá que suar muito para voltar à elite da bola em 2012.

BA-VI em 2011, só no Baianão.

E a vida segue, feito uma bola, dando suas voltas…

O FUTURO CHEGA DE TREM


O presidente Lula desembarca na próxima semana em Ilhéus. Acompanhado do governador Jaques Wagner, ele vem participar da solenidade que marca o início das obras da Ferrovia Oeste-Leste.

Certamente será recebido com muxoxos por parte de ambientalistas, mas é merecedor de aplausos de toda a população sul-baiana, pelo que a construção da ferrovia representa, num Complexo Intermodal que envolve também a implantação do Porto Sul, do novo aeroporto de Ilhéus e de uma Zona de Processamento de Exportações.

A Ferrovia Oeste Leste, com 1.500 quilômetros de extensão, vai ligar o Sul da Bahia ao Oeste do Estado e às regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, trazendo o minério e a produção agropecuária de uma área que se estende de Caitité a Barreiras, para serem embarcados via Ilhéus. Além disso, estabelece um canal de ligação com a Ferrovia Norte-Sul, a Estrada de Ferro Carajás e o Oceano Pacífico, via Peru.

Os investimentos para a construção da ferrovia, incluídos no Plano Aceleração do Crescimento (PAC), chegam a R$ 6 bilhões até 2012. O Complexo Intermodal vai trazer desenvolvimento, pois terá a capacidade de atrair um pólo industrial, que por extensão atrairá pólos comerciais e prestadores de serviços, com potencial para gerar milhares de empregos.

O Complexo Intermodal é um daqueles empreendimentos capazes de mudar para melhor a história de uma região.

E torna-se fundamental numa região como o Sul da Bahia, mergulhada há duas décadas numa crise provocada pela vassoura-de-bruxa, doença que afetou drasticamente a lavoura cacaueira, com as conseqüências típicas de uma economia lastreada na monocultura.

Com a presença Lula em Ilhéus para dar início às obras da ferrovia, pode-se dizer que o futuro chega de trem.

Um futuro que cabe a cada um de nós construir, dentro daquele espírito empreender que é característico dos sulbaianos.

O que não se pode nem se deve é ficar observando a vida da janela, enquanto a locomotiva do desenvolvimento passa, puxando os vagões das oportunidades que surgirão nos trilhos da ferrovia, nas esteiras do porto e nas potencialidades da ZPE, além da própria recuperação da lavoura, a partir da eliminação de entraves burocráticos que empacam o PAC do Cacau.

O CÃO NÃO MORDEU A DONA E NEM A DONA MORDEU O CÃO


Sou jornalista do tempo em que se o cão mordia o dono não era notícia, mas se o dono mordia o cão aí sim era notícia.

Hoje, vivemos num mundo em que até quando uma ex-BBB semi-anônima chupa um sorvete sai na internet.

Pois em Canavieiras, no Sul da Bahia, como revelou o site Itabuna City (excelente por sinal), nem o cão mordeu a dona, nem a dona mordeu o cão.

O que temos é uma bela prova de lealdade. A dona do cão, Beatrice dos Santos Reis, está detida na Casa de Detenção, acusada de tráfico de drogas.

E o que fez o seu cão, um vira-latas chamado Taurus?

Em vez de abandonar Beatrice, foi morar na cadeia, servindo de consolo para a sua dona, nesse momento de infortúnio.

A dona está presa, o cão está solto, mas preso à dona.

A vida às vezes é uma droga, mas nos dá cada lição.

TV MERCADO-RECUPERAÇÃO DA LAVOURA CACAUEIRA

A recuperação da lavoura do cacau é o tema da entrevista concedida pelo
secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, à TV Mercado. Confira.

NOSSO BLOG NA CABRÁLIA

O Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães é o assunto do NBlogs nesta sexta-feira
(dia 3) O programa, que reúne blogueiros da região, vai ao ar às 19 horas, na TV Cabrália Record News.

Foram convidados para debater o tema os blogueiros Ricardo Ribeiro (Pimenta na Muqueca,) Walmir Rosário (Cia da Notícia), Afonso Mendes (Ipiaú Notícias) e este blogueiro que ora vos escreve.

O NBlogs é apresentado por Tom Ribeiro.

Minha meia duzia de quatro ou cinco leitores está convidada a assistir.

NBlogs, hoje, 19 horas, na TV Cabrália.

DESCANSE EM PAZ, JORGE AMADO


Se um dos muitos romancistas de talento, que em tempos outros brotavam no Sul da Bahia como o cacau brotava generoso do chão, escrevesse um romance (drama? comédia?) sobre uma câmara municipal de uma grande cidade que primeiro elegeu sua mesa diretora com dois anos de antecedência, depois ´deselegeu´ pelos mesmos que a haviam eleito e elegeu outra mesmo com o pleito suspenso; tudo isso às voltas com um escândalo de desvio de recursos que ultrapassa a casa dos milhões de reais, dir-se-ia que a ficção ultrapassou todos os limites da imaginação.

Deixemos os romancistas com seus romances.

Não se trata aqui de ficção, mas de algo que está acontecendo em Itabuna, que ombreia com Ilhéus na condição de principal cidade do Sul da Bahia.

A Câmara Municipal, em tese a casa que representa os interesses da população e que tem o papel de fiscalizar e colaborar com o Executivo na elaboração de projetos que beneficiem a comunidade, está envolvida num imbróglio que, qualquer que seja o resultado, provocará uma fissura irreversível.

Tudo começou quando Roberto de Souza foi eleito presidente do Legislativo a partir de 2001 já em 2009. Na terra do Carnaval Antecipado, inovou-se com a Eleição Antecipada.

Nesse, digamos, interlúdio, surgiram as denuncias de malversação de recursos do Legislativo. Roberto de Souza, o ´futuro presidente´, trombou de frente com o atual, Clóvis Loiola, apontado por uma Comissão Especial de Inquérito como o principal beneficiário dos desvios.

A reação de Loiola para retaliar Roberto: anular a eleição antecipada e fazer outra eleição, com a chancela do Poder Executivo, que transformou o Legislativo numa espécie de quintal.

Surgiu, então, o nome de Ruy Machado, apoiado por vereadores do PT, PC do B e PSB, além do aval de parte da bancada do prefeito. Com maioria folgada, a eleição de Ruy Machado tornou-se favas contadas.

Eis que, num lance de puro nonsense, Roberto de Souza aliou-se a Clóvis Loiola, na tentativa de melar a nova eleição, já previamente marcada.

O roteiro incluiu a desconvocação da nova eleição, com direito a nota pública nos jornais, mas a chapa de Ruy Machado simplesmente ignorou a decisão, por considerá-la despropositada.

Com as portas do plenário trancadas a mando de Loiola, recorreu-se à providencial ajuda de um chaveiro (arrombamento seria demais!), para que a eleição fosse realizada relativamente dentro dos trâmites regimentais.

E Ruy Machado, como se esperava, é o novo presidente da Câmara de Itabuna.

É mesmo?

Pois Roberto de Souza apregoa que a eleição de Ruy não tem valor legal, deu queixa na delegacia acusando seus nobres colegas de arrombarem o plenário, e garante que será ele o empossado no dia 1º. de janeiro de 2011, pelas mãos do agora amigo de infância Clovis Loiola.

Aguardemos os próximos capítulos.

E descanse em paz, Jorge Amado!

Definitivamente, não precisamos de você aqui.

LULA BOTA O SUL DA BAHIA NOS TRILHOS


Agora é oficial: o presidente Lula estará em Ilhéus no próximo dia 9 de dezembro, quinta-feira.

Acompanhado do governador Jaques Wagner, Lula assina a ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia Oeste-Leste, que ao lado do Porto Sul, significa um novo ciclo de desenvolvimento para o Sul da Bahia.

Com a visita a Ilhéus, Lula cumpre a promessa feita quando veio à Região Cacaueira para inaugurar o Gasoduto da Petrobrás: iniciar as obras da ferrovia ainda em 2010.

No meio do caminho tinha uma pedra…

Quem trafega pela rodovia BR 101, no trecho que corta o Sul e o Extremo Sul da Bahia, depara-se com carretas transportando enormes blocos de mármores e granitos.

O destino das pedras é preferencialmente o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.

Nesses estados, as pedras são manufaturadas e comercializadas em várias partes do Brasil e do Exterior.

Alguns tipos de mármores e granitos encontrados no Sul da Bahia tem mercado certo na Europa, que absorve boa parte da produção capixaba.

Os blocos de mármores e granitos saem do Sul da Bahia para virar produto com a marca do Espírito Santo.

Não é preciso ser economista para perceber quem é que fica com a maior parte do lucro desse negócio.

É mais um caso emblemático numa região mundialmente conhecida pela qualidade do cacau que produz, mas que, paradoxalmente, só agora dá os primeiros passosna produção de chocolate.

Ao longo de quase um século, como ou sem crise, nos limitamos a produzir cacau em amêndoa, meros geradores de matéria prima, enquanto regiões que não cultivam um mero pé de cacau se especializaram na produção de chocolates de grife, a exemplo da Serra Gaúcha.

Conta simples: enquanto um quilo de cacau em amêndoa custa cerca de seis reais, um quilo de chocolate fino pode chegar a 200 reais.

É quase como o tapuia que entregava seu ouro aos colonizadores em troca de espelhinhos.

Cara pálida é tão bonzinho!

No caso dos mármores e granitos, repete-se a história do cacau, com perdas significativas na geração de emprego e renda para o Sul da Bahia.

Nos últimos anos, falou-se na implantação de um Pólo de Mármores e Granitos, inclusive com a possibilidade de exportação através do Porto de Ilhéus.

Como é praxe por essas plagas, falou-se muito e fez-se nada.

O tal Pólo de Mármores e Granitos continua sendo apenas uma miragem, para o gáudio de empresários de outros estados.

Já passou da hora de fazer com que nossos principais produtos gerem desenvolvimento aqui e não em outras regiões.

As fábricas de chocolate, para produção em média e grande escala, estão prestes a se tornar realidade.

O pólo marmoreiro e graniteiro ainda tem que driblar as muitas pedras que existem pelo caminho.

A Fazenda


“A gente passava várias semanas colhendo cacau, levando para as barcaças, ensacando, os caminhões saindo lotados para Ilhéus. Tinha um monte de gente trabalhando aqui…”

A Mata Atlântica é exuberante, o verde chega a doer nos olhos, enquanto caminhamos em meio aos cacaueiros. Amaro, o autor da frase, é administrador de uma fazenda localizada numa estrada vicinal em Pau Brasil, no Sul da Bahia.
Ou, o que restou dela.

“A gente chegou a colher três mil arrobas de cacau. Esse ano vamos colher 120 arrobas. E olha que já colhemos menos. O dono só vem aqui uma vez por ano. Ainda bem que tem outras atividades, porque o que tira daqui não paga nem os trabalhadores…”

Por “os trabalhadores”, entendam-se oito pessoas, quase todos da mesma família. A maioria ficou na fazenda por absoluta falta de opções. Amaro entre eles. Com a mulher e os filhos, cuida da pequena área de cacau e cultiva produtos de subsistência.

“O dono da fazenda fez clonagem, mas as árvores não eram resistentes e a vassoura voltou com tudo. Agora estamos tentando novos clones para ver se a produção aumenta de novo, mas nunca será como antes, isso eu sei…”

Por “antes” entenda-se duas décadas. Antes da chegada da vassoura-de-bruxa, doença que por absoluta falta de cuidados e de conhecimentos praticamente dizimou a lavoura cacaueira e que num par de anos empobreceu uma região absurdamente rica. O que Amaro sabe, o que todos já sabem, é que nunca será como antes.

“Olhe esse jacarandá, deve ter mais de cem anos. Essa árvore aqui é pau-brasil. O fazendeiro não permitiu que a gente derrubasse a mata, tá tudo conservado. Mas o cacau, a vassoura levou embora…”

Amaro acaricia os poucos frutos sadios, aponta para as plantas semi-mortas, espera que dessa vez a clonagem seja bem sucedida, para que pelo menos o cacau pague as despesas da fazenda. O receio, evidente, é que o dono tenha um limite para arcar com os prejuízos, ano após ano.

“Quanta gente foi embora e hoje eu nem sei por onda anda. A gente vai nas outras fazendas e dá pena. Muitas delas estão abandonadas, as casas depredadas, onde tinha cacau, hoje só tem mato. Tenho 50 anos, nasci e cresci nas roças de cacau. Nunca pensei que iria ver isso…”

Amaro sai da plantação de cacau e se dirige para casa, onde a mulher, também nascida e criada nas roças de cacau, serve um café ralo. A impressão é de que, ao transpor aqueles cacaueiros, deixou para trás um sonho.
Ou, um pesadelo, que insiste em atormentar o sono de Amaro e de ilhares de pessoas que esperam pelo fim de uma crise como quem espera pelo fim de uma longa noite tenebrosa.

Um dia que insiste em não amanhecer…

A rodada dos mortos-vivos


Após duas rodadas com um festival de entregas, chega-se finalmente à última rodada do Campeonato Brasileiro de 2010 com três times com chances de conquistar o título.

O maior beneficiado pelas entregas foi o Fluminense, que mesmo jogando fora de casa, ganhou do São Paulo e do Palmeiras, em partidas que os paulistas visivelmente facilitaram, para prejudicar o Corinthians.

Mas, fala-se muito na amolecida do São Paulo e do Palmeiras e pouco na amaciada do Vasco diante do Corinthians, com direito a um gol contra ridículo, para prejudicar o Flu.

Enfim, uma tabela maluca, que não previa a possibilidade de que, na reta final, um time se visse na condição de poder ajudar ou prejudicar o rival.

Ajudar?

Nem acreditando em papai noel, saci pererê e mula sem cabeça.

Dos três times que chegam a ultima rodada na briga pela taça, apenas o Cruzeiro não teve ´mãozinha´ alguma e talvez por isso mesmo seja o que tenha menos chances.

Encerrada a fase de ajudas, entra-se na fase da ironia, como se bastasse mais alguma coisa para marcar o campeonato da marmelada.

Fluminense e Corinthians vão decidir quem ganha o campeonato contra duas equipes mortas, sepultadas e condenadas à 2ª. Divisão em 2011.

Guarani e Goiás, que já estão na sepultura da bola, serão os mortos-vivos que podem fazer a sorte pender para um lado ou outro.

Jogarão sem nenhuma responsabilidade, além daquela baboseira de sair da elite do futebol com dignidade.

Que dignidade há em ser rebaixado, cara-pálida?

Serão franco-atiradores, insuflados muito provavelmente por malas cheias de dinheiro oferecidas por Fluminense e Corinthians, estímulo extra para quem não tem estímulo algum.

Ao Goiás, resta o consolo de disputar a final da Copa Sul-Americana, com chances de jogar a Libertadores em 2010. Ao Guarani, não resta nada.

A tabela do Campeonato lhes dará enterros de luxo.

O imponderável do futebol pode fazer um deles se transformar num fantasma assustador.

No lado de baixo da tabela, Vitória e Atlético decidem quem fica na 1ª. e quem cai para a 2ª. Divisão.

Nesse caso, haverá apenas um vivo.

E um morto.





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