Luciano Veiga  

 

A Região Sul da Bahia, através do seu Cavalete Intermodal (Porto, Aeroporto, Rodovia e Ferrovia), em desenvolvimento, passará por transformações socioeconômico, ambiental e estrutural, com novos vetores econômicos e consolidação de alguns segmentos da economia – turismo, serviços, educação e tecnologia.

 

O arranjo de investimento da pluralidade do seu escopo, requer um olhar, perceber, informar dos seus agentes público e privado, em diagnóstico, planejamento estratégico e de governança ampliada. Esse olhar deve vim em especial, dos entes federados, com destaque para a convergência metropolitana de planejamento e ações dos municípios envolvidos, através das suas instituições associativa, consorcial e agência de desenvolvimento, em perfeita integração com as Universidades e Faculdades, na construção de um ambiente inovador, inclusivo e sustentável.

 

A capacidade de abertura de novos empreendimentos e serviços (com ênfase para exportação e importação) e a excelente localização geográfica (porta de entrada para o Nordeste e Sudeste), cria novas caravanas de oportunidades que precisam ser bem equilibradas, evitando bolsões dispares de riqueza e pobreza, verticalizando, economicamente, uns municípios em detrimento de outros. Percebe-se, assim, um dos grandes desafios: calibrar a balança do desenvolvimento a nível regional.

 

A diversidade desenvolvimentista do Cavalete Modal (ferrovia e porto), viabiliza os corredores de commodities agrícola e mineral, das regiões Oeste-Leste. Segundo o Sr. Antônio Carlos Tramm, Presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), o Porto Sul vai possibilitar que a Bahia, dentro de 01 ano, passe a exportar 30 milhões de toneladas de minério.

 

Os dois outros importantes pés deste cavalete (Aeroporto e Rodovia), permitirá a consolidação e ampliação de vetores econômicos diversos, com destaque para o crescimento exponencial do turismo, diminuição da sazonalidade, com melhor distribuição anual de turistas e fortalecendo um setor rico e diversos da nossa região.

 

O AEROPORTO INTERNACIONAL DO SUL DA BAHIA será uma peça fundamental desta estrutura logística, e precisa urgentemente voltar a ser pauta prioritária dos debates resolutivos dos entes federados, instituições públicas e privadas, pela necessidade da definição do seu local de instalação, levando em consideração o escopo ampliado das estruturas moldais e metropolitanas.

 

Uma região com grande potencial turístico e agora com investimentos na cadeia logística internacional, com surgimento de novas indústrias, centro de distribuição e logística, exigirá dos governantes, e especialmente do setor privado, a construção desta importante perna do Cavalete Modal, permitindo, impacto direto sobre a eficiência econômica da região.

 

O Aeroporto Internacional do Sul da Bahia, vai viabilizar e consolidar a cadeia industrial, logístico e do turismo, ao prover agilidade e possibilitar o transporte aéreo de curta e longa distância de carga e passageiros, possibilitando a instalação de indústrias de ponta, Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Ilhéus, turismo de negócios e de lazer.

 

A força dos quatros elementos moldais da Região Sul, representa uma oportunidade gigante de capacidade competitiva, inclusiva e sistêmica, transformando a economia regional, abrindo espaço para um novo tempo e lugar. Entretanto, urge a necessidade de antecipar, planejar, agir e garantir o desenvolvimento socioeconômico e ambiental, como elementos impositivos ao desenvolvimento que está por vim.

 

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Luciano Robson Rodrigues Veiga é advogado, administrador, especialista em Planejamento de Cidades (UESC), especialista em Gestão do Desenvolvimento Territorial – MSA (UFBA), e atualmente exerce a função de secretário executivo do CDS-LS.