:: 1/out/2022 . 9:13
Covas, Maluf e a lição de honestidade
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Anos 80 do século passado, quando o povo decidia em quem votar sem a avalanche de fake news e as ameaças veladas (ou nem tanto) de melar as eleições.
Debate entre os candidatos a governador de São Paulo. Lá pelas tantas, Paulo Maluf, ele mesmo!, decide fazer uma pergunta a Mário Covas, sobre um possível ato de corrupção do tucano.
Covas, com seu vozeirão de radialista do interior, não precisou nem de réplica, nem de tréplica:
-Ô Maluf, eu não vou discutir honestidade logo com você…
Assunto encerrado.
PS- Atualíssimo, diante de tantos “onestos” que bradam Deus, Pátria e Família e terão mais dificuldades de entrar no reino dos céus do que uma manada de elefantes passar pelo buraco de uma agulha.
Leléu, figura irreverente do Beco do Fuxico
Walmir Rosário
Assim era Leléu: irreverente, contagiante, apaixonado pelo futebol e pelo Flamengo, das bebidas, do Carnaval. Esse comportamento não chamaria a atenção, não fosse pelo seu modo extravagante de viver a mil por hora. Menos quando estava sóbrio, ocasião em que se dedicava ao afazeres domésticos e o trabalho, com muita responsabilidade para quem cuidava das contas a pagar de outras pessoas.
De longe era fácil conhecer o seu estado físico e emocional. Se abstêmio, calmo, cumprimentando todos que passavam com muita distinção, conversando em voz baixa e pasta na mão para cumprir sua tarefa profissional. Foi por muito tempo o homem de confiança do ilustre advogado Victor Midlej, responsável pelo recebimento das contas e os pagamentos em banco, mesmo em tempos de internet.
Se chumbado, envernizado, o seu cumprimento era excêntrico, mirabolante. Assim que avistava um conhecido, um amigo, de longe gritava: “Olha aí que ruma de pesos mortos”. Destilava mais alguns impropérios do seu refinado vocabulário e contava a todos os motivos da euforia, que iria desde a vitória do Flamengo, até o mais simples motivo para uma comemoração em alto estilo.
Para tanto não importava a data, bastava não ter compromissos profissionais. E o seu local de chegada era sempre o Beco do Fuxico, nas três dimensões: Baixo, médio e alto, visitando todos os bares, barbearias, alfaiatarias e lojas. Antes de entrar, em alto som se anunciava: “Pesos mortos”. Alguns o convidavam para tomar mais uma cachaça e ele prontamente aceitava e também se servia da cerveja, sem a menor cerimônia.
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