Cleide Léria Rodrigues

 

cleide leriaQuando alguém diz que a pessoa que está em um relacionamento abusivo simplesmente GOSTA de sofrer , ela desconsidera aspectos psíquicos e sistêmicos muito importantes.  É ignorante e superficial acreditar que está em um relacionamento abusivo é uma questão de GOSTO!

As primeiras experiências de infância, nossa maneira de interpretar a vida , e os emaranhados familiares que atuam no inconsciente, na grande maioria das vezes ( pra não dizer TODAS) são fatores que influênciam direta e indiretamente na maneira como colocamos nos relacionamentos. Algumas pessoas que sofreram privação afetiva quando criança, ou que transferem de forma exigente para o outro um papel que não é do outro , e que hoje, como adultos, ainda não se conectaram com a força da sua própria existência , tendem a se “esticar” para não perder um(a) parceiro (a). Para não perder o “pouquinho “ ou o “quase nada” de afeto ou atenção que o outro dá, ou que na interpretação distorcida daquele que sofre abuso, ele está recebendo.

No meu trabalho enquanto psicóloga, é comum perceber ganhos secundários nessas relações difíceis . Algumas vezes a pessoa que sofre abusos nos relacionamentos até justificam suas permanecias pontuando estes ganhos secundários. Outras vezes, a pessoa nega que exista ganho secundário, mas mesmo em todo discurso sobre o longo período de abuso que sofrem, permanecem. Logo, logo é possível perceber que na interpretação da pessoa internamente e até inconscientemente, ela também está presa em um ganho secundário, em emaranhais familiares ou na interpretação de que ali existe uma compensação.

Um pouquinho de afeto, respeito um pouquinho de atenção podem parecer um montão de afeto ou um montão de atenção para quem ainda não se conectou com sua força pessoal, com o seu EU ADULTO.

Adultos conectados podem lidar com uma dificuldade ou outra na relação,porque no todo é confortável,é bom. No todo pós é haver respeito,responsabilidade,no todo cada um sabe seu lugar , no todo eles conseguem equilíbrio no Dar e Receber.

Já nos relacionamentos doentios,infantilizados e funcionados existem apegos em justificativas que valorizam o ganho secundário, esquecendo de essencial, do ganho primário!

A questão é que tem coisa que não vale o tanto que custa,e como diz Bert Hellinger. “A RENÚNCIA É O PREÇO DE UM GANHO”.

CLEIDE LÉRIA. PSICÓLOGA CRP03/18383

Clínica Mente Saudável.

Itabuna Bahia Brasil.

(73)988182419.