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Efson Lima

 

efson limaA Academia de Letras de Itabuna alcança hoje, dia 19 de abril,  10 anos de fundação. Para alguns pode ser  uma data qualquer, mas é um momento grandioso para os membros da ALITA e de mesma importância para a nação grapiúna. Triste de um povo que não tem memória, consequentemente, perde-se na sua História e não sem razão fica perdido na travessia dos acontecimentos.

 

As academias de letras mundo afora são ecléticas e heterogêneas. São compostas de escritores, professores, profissionais liberais e artistas. No Brasil, como o bacharelismo insiste em dar tônica, verifica-se constantemente a presença de juristas, médicos e jornalistas nesses sodalícios.   O importante é que  as academias são espaços que cultuam as letras, as artes, a cultura. Não por acaso são também adjetivadas como academia de letras, arte e cultura.  As academias colaboram para a perpetuidade da memória de um povo. É espaço de discussão, diálogo, é lugar de se retroalimentar. E em tempos difíceis são esses recintos que nos conduzem para momentos de luz. Aliviam nossas almas e nos levam à lua quando a Terra parece estar insuportável.

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Assim, é a ALITA, que por mentes idealistas, entre elas de: Antônio Laranjeiras, Marcos Bandeira,  Cyro de Mattos e Eduardo Passos fizeram surgir esse patrimônio regional.    A ALITA tem a cidade de Itabuna no seu nome, mas congrega pessoas dos mais diferentes lugares do sul da Bahia. Assim como a cidade, a Academia apresenta em sua gênese a capacidade de juntar e de somar. Ela se estrutura a partir do modelo francês: 40 cadeiras, 40 patronos, quarenta fundadores e sucessores em decorrência da morte dos membros. Além dos quatro mentores iniciais, outras mentes brilhantes se somaram, entre elas: Aleilton Fonseca, Antônio Lopes,  Carlos Válder Nascimento, Celina Santos, Ceres Marylise, Dinalva Melo, Gideon Rosa, Gustavo Menezes, Janete Macedo, Jorge Batista, Lurdes Bertol Rocha, Margarida Fahel, Tica Simões, Maria Luiza Nora de Andrade, Naomar Almeida Filho, Rilvan Batista de Santana, Sione Maria Porto e Sônia Maron.

 

A ALITA valoriza os escritores regionais e tem colaborado fortemente nas atividades da região. O Festival Literário Sul-Bahia, por exemplo,  teve a participação efetiva de três alitanos na organização: Silmara Oliveira, Raquel Rocha e  Ruy Póvoas.  Membros da academia que se somaram a outras pessoas para fazer um festival literário de cunho regional e que constroem tantas outras atividades. A ALITA tem publicado a revista “Guriatã”, que alcançou o terceiro número. Por meio dela, poemas e os mais diferentes textos são publicados. Assim, conhecemos a produção literária do sul da Bahia. Sem dúvida, o exercício da presidência da Academia por  Silmara Oliveira conferiu uma visibilidade para a instituição. A voz marcante da professora vai cativando todos por onde passa. Estudiosa da obra de Adonias Filho arrasta todos aqueles que acreditam na educação como instrumento de transformação. A ALITA teve nas suas presidências, inclusive, de Sônia Maron, a capacidade de juntar e superar os desafios.

 

A ALITA vai continuar viva e pulsante em Itabuna e em todo o sul da Bahia, pois, não faltam membros dispostos a oferecerem os melhores trajetos. Somam-se à imortalidade alitana, no dia de hoje: os reitores Alessandro Fernandes de Santana, da UESC e Joana Angélica Guimarães da Luz, da UFSB; o neurologista Sílvio Porto de Oliveira; e os professores Charles Nascimento Sá; Reheniglei Hehem e Wilson Caitano de Jesus Filho.

Torço para que nos próximos anos a Academia consiga ter sede própria, que continue a fomentar os festivais literários e que consiga promover prêmios literários. Certamente, todos ganham com esses espaços literários. Ganha a sociedade regional.

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Efson Lima é advogado e professor universitário. Doutor, mestre e bacharel em Direito/UFBA. Um dos organizadores do Festival Literário Sul-Bahia (FLISBA). Coordenador do Bardos Baianos – Litoral Sul.