Cena  no bairro do Malhado

Cena no bairro do Malhado

Mauricio Maron

Cresce o debate e na mesma proporção cai o nível nas redes sociais sobre os caminhos que o País deve tomar a partir deste momento difícil que atravessa. Os lados discutem. A maior parte não mais debate civilizadamente. Muito provavelmente por conta do isolamento social, o tom tenha passado dos decibéis permitidos pelo bom senso. Ou até mesmo o raciocínio tenha saído do tom.

É certo que o virtual entre os eleitores termina sendo o reflexo do real entre os políticos.

Mas é preciso lembrar que enquanto promovemos isso do conforto de casa, de barriga cheia e de frente para o nosso computador, acomodado numa confortável cadeira, centenas de pessoas ainda hoje perambulam pelas ruas de Ilhéus sem destino, sem um olhar cuidadoso, sem um amparo legal.

Expostos, frágeis e à margem da dignidade humana.

Que na briga virtual entre um lado e outro, possamos lembrar que no meio desta disputa há esta realidade triste e desoladora.

Debatam, tenham lado – é sadio até – mas não esqueçam que no meio dedsta guerra há aquele que não tem vez nem voz. E precisa desesperadamente do afago e da força de nossas mãos.