Por Roberto José da Silva*

roberto joséNesta matéria minha pretensão, com uma linguagem de fácil acesso, transmitir informações a população sobre os mais usuais golpes e estelionatos praticados por meio eletrônico, na internet, no , por meio da telefonia móvel ou fixo, dentre outros meios, para que a população tenha informações e possa se precaver desses usuais golpes. Para tanto, utilizo informações da SERASA e CERTI.BR – Centro de Estudos, respostas e tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil.

Segundo a Serasa Experian, somente no Brasil, ocorrem em média 17 tentativas de fraude por segundo contra o consumidor todos os dias. Os mais variados golpes são aplicados contra os mais diversos setores da economia. Empresas de telefonia, setor de serviços, seguradoras, bancos e financeiras são os alvos preferidos dos fraudadores. Assim, não é uma tarefa simples atacar e fraudar dados em um servidor de uma instituição bancária ou comercial e, por este motivo, golpistas vêm concentrando esforços na exploração de fragilidades dos usuários. Utilizando técnicas de engenharia social e por diferentes meios e discursos, os golpistas procuram enganar e persuadir as potenciais vítimas a fornecerem informações sensíveis ou a realizarem ações, como executar códigos maliciosos e acessar páginas falsas. Uma vez de posse dos dados das vítimas, os golpistas costumam efetuar transações financeiras, acessar sites, enviar mensagens eletrônicas, abrir empresas fantasmas e criar contas bancárias ilegítimas, entre outras atividades maliciosas. Dessa forma, muitos dos golpes aplicados na Internet podem ser considerados crimes contra o patrimônio, tipificados como estelionato.

Entretanto, nesta matéria chamo a atenção para os golpes e estelionatos mais praticados em todos Brasil, em especial nas cidades de Ilhéus/Itabuna, através de supostas venda de veículos automotores em sites conhecidos como OLX, ICARROS, dentre outros.: nesses casos, eles criam um perfil falso de vendedor, clonando imagens de vendedores efetivos, postam anúncios, via de regra com preço abaixo de mercado, bem conservados. Fazem toda a transação dizem que vão encaminhar o carro para qualquer lugar do Brasil e Bahia, via guincho/cegonha, sempre com uma oferta tentadora, mas que para concretizar a transação faz-se necessário um deposito antecipado entre 10 a 40% do valor do bem ou pagar um seguro, aí a vítima seduzida pelo valor baixo daquele veículo, faz o depósito pretendido e fica “a ver navios”, cai no golpe.

Além disso, o estelionatário pode alinhar conversas entre um vendedor e o comprador, enganando a ambos, tudo através de telefones, criando uma “estória” bem elaborada, conseguindo que o comprador faça depósitos em contas de terceiros, mas que o estelionatário, via de regra, diz ser de esposa ou parentes.

Esses estelionatários utilizam contas de laranjas para efetuar o saque para fazer transferências bancárias imediatamente assim que o dinheiro cai na conta. Dificultando as investigações e persecução criminal.

Para evitar cair nesse tipo de gole, o aconselhável é negociar presencialmente com proprietário do carro, aquele em que o CRLV (certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) esteja em seu nome, e este deve estar de posse do documento de transferência (DUT), então verifique se a documentação está tudo ok, se têm multa, se tem alguma restrição administrativa ou até na esfera policial de furto ou roubo, verifique também a data da emissão daquele DUT, pois o estelionatário pode ter feito há poucos dias uma transferência fraudulenta para o nome dele, ou da pessoa que ele diz ser.

Dessa forma, todo cuidado é pouco para evitar tomar prejuízos financeiros grandes, por fim, a questão é: Como se prevenir desses golpes?

– Não existe almoço de graça!!! Desconfie das Ofertas demasiadamente baratas, das ofertas de crédito fácil, das promessas que parecem um sonha!! Cuidado, pois pode se tornar um pesadelo em sua vida!

– Não tenha sede de dinheiro fácil!!!

– Fique atento a mensagens, recebidas em nome de alguma instituição, que tentem induzi-lo a fornecer informações, instalar/executar programas ou clicar em links;

– Questione-se por que instituições com as quais você não tem contato estão lhe enviando mensagens, como se houvesse alguma relação prévia entre vocês (por exemplo, se você não tem conta em um determinado banco, não há porque recadastrar dados ou atualizar módulos de segurança).

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*Roberto José é Geógrafo, Mestre em Geografia com ênfase em criminologia de Ambientes, Tutor da Rede de Ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Policial Civil da Bahia lotado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos e Itabuna; Graduando em Direito. Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública –FBSP.