:: 7/set/2018 . 10:37
Artes & Artistas
Juraci Masiero Pozzobon
Humberto Espindola, bois e talentos
Humberto Espindola, artista plástico desde 1964. Bacharel em jornalismo pela faculdade de Filosofia, ciência e letras da Universidade Católica de Curitiba PR, em 1965. Tem ateliê em Campo Grande, MS e Cuiabá, MT. Humberto tem desenvolvido grandes estudos do boi, seu tema é bovinocultura desde 1967, conquistou um destaque histórico no capitulo de descentralização da arte brasileira e tem seus trabalhos registrados em bibliográficas de referências e livros de arte contemporânea.
Sua produção do boi é visto como símbolo da riqueza de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul onde realiza um retrato sarcástico da sociedade do boi, que é a moeda e símbolo de poder.
Pintor desenhista e objetista, com um trabalho nascido ao meio turbilhão militar brasileira na década de 60, sem perder seu senso critico e provocativo as obras de Humberto, continuam nos envolvendo em reflexões existenciais. Mais de 50 anos depois da primeira critica do seu trabalho, ele traz consigo importantes exposições e prêmios nacionais e internacionais. Segunda a crítica de arte Aline Figueiredo em seu livro “A Propósito do Boi”, Humberto transmitiu, também, com a imagem do boi a capacidade dual que o homem lhe impõe, isto é o termo animal dos pastos também será besta satânica. Com as patas expressa o massacre, com os chifres a opressão e como corpo o poder humaniza o boi para traduzir a força sócio política e econômica. Associa-o ao minotauro, símbolo da dualidade no qual o homem e o animal se confundem. Assim, minotauros de hoje, famélicos senhores bovinos transmitam engalanados de uniformes, estrela, dragonas e esporas, enquanto devoram uma sociedade marginalizada em seus mordazes labirintos.
Ainda diz Aline que vale ressaltar que Humberto ampliou o seu fazer artístico ate ao astista-ação. Aline e Humberto fundaram “AMA” Associação Mato-grossense de Artes, (1966), o MACP-Museu de Arte w Cultura Popular UFMT, (1973).
É de grande importância que haja interesse e sensibilidade por parte do expectador, para entender que a obra de Humberto vai mito além de o boi interagir através desse trabalho uma verdade geopolítica e econômica, desde os primórdios da civilização da humanidade.
Humberto, que geralmente trabalha com pintura sobre tela explica que teve que pensar de forma diferente para criar a escultura em homenagem ao aniversario de Cuiabá, um grande desafio. “Um boi ancestral, uma iconografia para deixar a arte da visualidade, de como vê a historia de Cuiabá dentro da minha vida”. Um brilhante mestre, sensível e atento as nossas necessidades sociais e intelectuais.
————–
Juraci Masiero Pozzobon, Bacharel em Artes plásticas na UNIC – Cuiabá, Graduada em Ensino da Arte pela FASIPE e Arte Terapia pela Cândido Mendes, RJ. Doutora em Epistemologia e História da Ciência pela Instituição Iesla/UNTREF – Buenos Aires, Argentina.
Tarzan vence Galinho e acaba com uma carreira nem tão promissora
De início, um aviso aos navegantes: Dessa história, eu somente conhecia uma pequena parte, que assisti e presenciei com atenção. O restante me foi passado pelo memorialista Raimundo Antônio Tedesco, que conhece, de cor e salteado, fatos pretéritos e atuais passados e acontecidos tanto em Buerarema (desde que ainda atendia pelo nome Macuco) como em Canavieiras, já devidamente corrigidos e melhorados.
Estando eu em Eunápolis lá pelo começo década de 1970, num dia desses de folga, fui convidado por um amigo a assistir a uma contenda que prometia ser a do século, pelo alto grau e patente dos lutadores. De um lado, Tarzan, o sanguinário dos ringues, um itabunense que também atendia como Dal Broa, consagrado goleiro do Botafogo do bairro Conceição, que abandonou o gol e assumiu a luta livre.
Do outro lado do córner, um atleta, se é que poderia assim ser chamado, baixinho, magro, porém esbelto e com músculos aparente, apresentado como uma das revelações para a renovação do boxe sulbaiano. Embora amador, e sem um histórico de lutas (cartel) que metesse medo nos adversários, diziam que fora formado nas academias de boxe de Canavieiras, e que prometia galgar a carreira rivalizando com o galinho Éder Jofre.
À época, Eunápolis não se parecia nada com a metrópole de hoje, embora já fosse um próspero centro comercial e de serviços, sem contar com o grande número de indústrias madeireiras. Corria muito dinheiro, mas era pobre na área de diversões, o que fazia com que uma contenda de luta livre se tornasse, realmente, o evento do século para diante do escasso calendário de diversões.
Era só o que se falava em toda a cidade, com discussões e apostas, sempre com uma margem favorável a Tarzan, o sanguinário dos ringues, que reinava sozinho no próspero povoado, o maior do mundo, como se orgulhavam. Tarzan, todos conheciam, e seus feitos já ultrapassavam “as fronteiras”, principalmente após derrotar, nos primeiros rounds, dois lutadores de Itamaraju, vencedores nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais.
Do outro lado, os que torciam contra Tarzan queriam vê-lo derrotado, justamente por um atleta iniciante, boxista, peso-leve, como o ídolo Éder Jofre, que poderia se mover de forma incessante no ringue, até cansar o adversário. Nas constantes discussões, o lutador canavieirense era ressaltado pela sua jovialidade, e que desbancaria um lutador gordo, fora de forma e ultrapassado. Seria questão de minutos, diziam.
Governador participa do desfile cívico-militar em comemoração à Independência do Brasil
Os 196 anos da Independência do Brasil serão comemorados com o desfile cívico-militar, nesta sexta-feira (7), no Campo Grande, com a participação do governador Rui Costa. A cerimônia será iniciada às 9h com o hasteamento das bandeiras do Brasil, da Bahia e de Salvador. Logo em seguida, às 9h05, Rui concede entrevista à imprensa, e, a partir das 9h15, será iniciado o desfile cívico-militar, com encerramento previsto para as 12h.
- 1