POVOS DA MATA 3

A “Rede de Agroecologia Povos da Mata”, do Sul da Bahia, foi uma das vencedoras  do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social,  anunciadas em cerimônia no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília, nessa quinta-feira (23). O público de quase 700 pessoas também aplaudiu a notícia de mais investimentos em tecnologias sociais. Foi anunciado o edital inédito, de R$ 10 milhões, para reaplicação das tecnologias sociais disponíveis no acervo do Banco de Tecnologias Sociais (BTS), em parceria da Fundação BB com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com lançamento previsto para o início do próximo ano.

Durante a cerimônia, sete tecnologias sociais levaram o troféu de vencedoras. As premiadas do Brasil receberam R$ 50 mil cada, destinados à expansão, aperfeiçoamento ou reaplicação da metodologia. Nesta edição, iniciativas da América Latina e do Caribe concorreram na categoria Internacional.

A  associação sul baiana venceu na Categoria Agroecologia.

A REDE E O PROJETO VENCEDOR

POVOS DA MATA 1Seja por questões de saúde ou para a preservação do meio ambiente, os alimentos agroecológicos têm despertado cada vez mais o interesse da sociedade. No município de Ilhéus, o trabalho desenvolvido pela Associação Povos da Mata Atlântica do Sul da Bahia de Certificação Participativa, aponta o sistema agroecológico como o melhor caminho, não só para a produção de alimentos saudáveis, mas também para transformar as famílias em protagonistas da conservação ambiental e do desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

A entidade formou a “Rede de Agroecologia Povos da Mata”, com a participação de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades indígenas, quilombolas, agricultores em geral e consumidores, também chamados de coprodutores. A Rede é a primeira da Bahia a ser credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para emitir certificados e selos orgânicos de produtos agrícolas e de seus derivados.

POVOS DA MATA 2A certificação é realizada em estações distribuídas em quatro territórios baianos: Litoral Sul (Ilhéus e Itabuna); Baixo Sul (Ibirapitanga e Morro de São Paulo); Costa Descobrimento (Porto Seguro); e Caatinga (Irecê). Para obter a certificação, o agricultor tem que se comprometer com a produção de agricultura orgânica em conformidade com a legislação vigente e normas estabelecidas pela organização. Ao todo, são 700 famílias incluídas no processo – 250 já são credenciadas e o restante está em fase de certificação.

“Apoiamos e capacitamos produtores a certificarem e a comercializarem seus produtos, oferecendo aos consumidores mercadorias com garantia de origem”, declarou Tatiane Botelho da Cruz, presidente da Rede. Tatiane explica que o consumidor recebe o nome de coprodutor devido à participação dele no processo. “Quando o consumidor faz a opção de consumir alimentos sem agrotóxicos, ele está ajudando a cuidar dos rios, da mata e deixando de poluir o meio ambiente e, consequentemente, se torna nosso parceiro”.