:: 17/jun/2017 . 17:30
Analfabetismo funcional, uma praga
João Palma
Na estreia dessa coluna aqui no blog, sábado, dia 3 de junho, comecei chutando a pilastra ao acusar o Brasil de não estar formando leitores em larga escala. Alguém poderia buscar informações na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e me mandar às favas mostrando que no intervalo de duas pesquisas – 2012/2016 – saltara de 50% para 56% o percentual de leitores no país.
Aumentou, é verdade, mas vale uma observação: o que anda lendo o brasileiro? Há dados assustadores que deveriam, verdadeiramente, preocupar nossas autoridades por relevarem que mesmo lendo pouco o brasileiro lê mal e mal compreende o que lê e isso faz dele um analfabeto funcional.
Para demonstrar a gravidade do que escrevo vale verificar os dados do Instituto Nacional de Alfabetismo Funcional, com resultados de 2012: 38% dos universitários têm dificuldades para compreender textos de média complexidade e de utilizar a leitura e a escrita no cotidiano. Escrevi universitários, prestou atenção?
Em favor da leitura podemos dizer que ela facilita a alfabetização, desenvolve o repertório, estabelece o senso crítico, estimula a criatividade, melhora a autoestima, facilita a escrita, reduz o estresse, previne o Alzheimer, humaniza as pessoas, melhora o salário, aumenta a renda.
Precisamos muito de tudo isso!
*João Palma,61, é o idealizador da mobilização nacional pela leitura diadelertododia
Bola de Cristal
Daniel Thame
Foram definidos na sede da Conmebol, sem a presença do presidente da CBF Marco Polo Del Nero (que ama por demais o Brasil a ponto de não colocar os pés fora de nossas fronteiras), os jogos do mata-mata da próximas de decisivas fases da Copa Libertadores e da Copa Sul Americana.
Inchadas com times marca-bufa nas fases classificatória (com o adendo de que um desses marca-bufa, o Defensia y Justicia eliminou nada menos do que o campeoníssimo São Paulo), as fase mata-mata estão recheadas de times brasileiros, uns bafejados pelo sorteio, outros nem tanto.
Num mero exercício de adivinhação, vamos pois à sessão `Bola de Cristal`.
Libertadores
Atlético PR x Santos: é o único confronto brasileiro das oitavas de final. O Santos de técnico novo, Levir Culpi, parece ter recuperado o bom futebol. O Atlético do Paraná tem um conjunto mais afinado e é difícil de ser batido em casa. Santos.
Palmeiras x Barcelona: trata-se do Barcelona genérico, o do Equador. Mas o milionário Palmeiras vem jogando como um genérico de si mesmo, sem despertar confiança no torcedor. Está com pinta de zebra vestida de Barcelona.
Botafogo x Nacional: dizem que tem coisas que só acontecem com o Botafogo. E nessa Libertadores as coisas só tem acontecido a favor do time carioca, o típico time bom, barato e cumpridor. O time uruguaio só tem garra e tradição. Dá Bota.
Grêmio x Godoy Cruz : o Grêmio de Renato Gaúcho vem jogando o melhor futebol do Brasil, eficiente e às vezes vistoso, algo raro por essas plagas. O time argentino é um desses cometas que surgem e somem. O Grêmio vai tratar de apaga-lo já nas oitavas.
Atlético MG x Jorge Wilstermann: tudo bem, o Galo que parecia pintar como esquadrão, está parecendo mais um pintinho inofensivo. Mas, cá pra nós, o adversário é daqueles que reabilitam qualquer Ibis da vida. Driblando a atitude, Galo sem sustos.
Sul Americana
Corinthians x Patriotas: nem o mais patriota dos Patriotas acredita que o Patriotas passe pelo Corinthians. O confronto só vale pelo trocadilho. Infame, por sinal.
Chapecoense x Defensa y Justicia: atual campeã da Sul Americana, remontada após a tragédia na Colombia, a Chape pega um adversário que ninguém sabia quem era até passar pelo São Paulo. Dureza, mas dá Chape.
Flamengo x Palestino : o time chileno já aprontou uma vez com o Flamengo. Não vai aprontar duas. Mengo.
Fluminense x Univerisad Católica: para o azar dos chilenos, o Papa Francisco anda ocupado demais rezando pelo San Lorenzo. Flu.
Sport x Arsenal de Sarandi: Jogo duro para o time de Wanderley Luxemburgo. Da Arsenal.
Ponte Preta x Sol de América. Ponte, se não se queimar muito no sol paraguaio. Doeu!
Sem perder o rumo
Gerson Marques
Em 26 de março de 2010, o presidente Lula e o governador Wagner, assinaram em Ilhéus a licitação para construção da Ferrovia Oeste/Leste – Fiol, parte de um complexo que ainda incluía a construção de um porto em parceria público privado – PPP.
Passado sete anos os projetos não se concluíram, a ferrovia com menos de cinquenta por cento de suas obras realizadas, encontra-se parada, e o porto não chegou a sair do papel.
Neste momento, o governo do estado tenta uma saída via a empresa China Railway Engeneering Group (Creg), uma gigante asiática que já vem comprando projetos parecidos na América do Sul. A situação porém não é fácil, o governo da Bahia trabalha na estruturação de uma nova modelagem do negócio e antes de assinar com os chineses, depende ainda da aprovação no Tribunal de Contas da União.
A paralisação do projeto no entanto, abriu uma janela de oportunidades para um debate mais qualificado e produtivo, sobre o modelo de desenvolvimento regional, principalmente um debate construído aqui, envolvendo as lideranças e inteligências locais.
O Sul da Bahia, como já disse, em outro artigo é uma pobre região rica, apesar de ter um cem números de possibilidades, não consegue consolidar de forma efetiva nem uma, depois de perder o cacau como fonte “infinita” de riqueza, não viu a industrialização se efetivar, não se tornou um pólo comercial para além das fronteiras, não é um destino turístico relevante e nem um centro de serviços de referencia.
Essencialmente, o Sul da Bahia sofre de uma crise estrutural, associado à ausência de projetos estruturantes, capazes de redesenhar o modelo de desenvolvimento, principalmente de projetos que se complementem e dialoguem entre si, sem perder referencias já consolidadas como o patrimônio ambiental extremamente significante, uma rede de ensino superior em franco processo de expansão, assim como uma oferta logística, razoável e já estruturada.
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