hidriA crise hídrica na Bahia esteve em pauta na manhã desta quarta-feira (01) na Secretaria de Infraestrutura Hídirca e Saneamento (Sihs). Acompanhado pelo Secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, pelo presidente do Desenbahia Otto Alencar Filho, pelo presidente da Embasa, Rogério Cedraz e pela Diretora Geral do Inema, Márcia Telles, o secretário da Sihs, Cássio Peixoto, coordenou o encontro, estabelecendo estratégias alternativas para minimizar os impactos da seca no estado junto com outras instituições como a Cerb e a Car, além da Casa Civil, Secretaria do Meio Ambiente e da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social.

“Neste momento, planejamento e parceria são imprescindíveis para a melhoria da distribuição de água e para o equilíbrio de alguns sistemas que já estão em fase de pré colapso”, avaliou o secretário da Sihs, Cássio Peixoto, acrescentando que os transtornos já não são somente pontuais. “Ao longo dos anos o nível de água vem diminuindo, ou seja, além do problema da captação existe ainda uma redução acentuada da quantidade de chuva, dificultando a disponibilidade hídrica tanto para o abastecimento humano quanto para a produção de alimentos. E essa equação precisa ser solucionada para que não fiquemos, todos os anos, discutindo o mesmo assunto”, ponderou.

Como primeiro encaminhamento, o  Desenbanhia abordou a possibilidade de abertura de linha de crédito para as prefeituras baianas atuarem na crise hídrica. “Muitas vezes as prefeituras possuem quadros técnicos, projetos de engenharia, saneamento e todas as condições para captar os recursos. E nós estamos sensíveis às necessidades dos municípios, do perfil de gestão e do momento crítico com a falta de água pelo qual a população está passando”, disse o presidente Otto Alencar Filho. Segundo ele, com a posse dos novos prefeitos, abre-se a chance de estabelecer diálogos construtivos, oferecendo as linhas de financiamento mais adequadas à cada realidade, tendo ainda o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB).

Durante o encontro, foi discutida ainda a possibilidade de incluir a abertura de poços e implementação de sistemas simplificados de abastecimento de água como objetos de convênios estabelecidos entre o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e os movimentos sociais que já possuem recursos dentro do Programa Cisternas do Governo Federal. Na avaliação do secretário Jerônimo Rodrigues, com a manutenção das cisternas e a ampliação do escopo para outras ações, tanto a população quanto os sistemas produtivos das pequenas propriedades rurais podem ser atendidos. “Nossa meta é melhorar as condições para o abastecimento humano, mantendo as condições para as famílias produzirem de forma sustentável e definitiva”, acrescentou.

Para isso, os participantes da reunião concordaram que a Bahia precisa de um novo modelo de irrigação. A proposta é criar um grupo de trabalho com a finalidade de estudar novas soluções tecnológicas e eficientes para áreas irrigadas, evitando o conflito pelo uso da água em regiões importantes a exemplo de Ponto Novo, Catolé, Pindobaçu, Utinga, entre outros. “A indisponibilidade de água e irregularidades são situações recorrentes. Não há um regramento adequado para o uso da água e essas questões dificultam a atuação do Inema de forma efetiva”, pontuou a diretora geral do órgão, Márcia Telles, sugerindo uma reunião com os irrigantes na tentativa de identificar perímetros, avaliar a situação  de cada local e construir, junto com eles, um plano emergencial para irrigação na Bahia, incluindo estudos para redução das outorgas para os próximos anos.

Antes de encerrar a reunião a Cerb e a Embasa se comprometeram a atuar em conjunto, colocando corpo técnico e equipamentos à disposição para acelerar a perfuração de poços. Hoje existem 12 perfuratrizes para esta finalidade e outras sete deverão entrar em funcionamento, totalizando 19 equipamentos alocados. “Já houve o compromisso do Governador em ampliar a oferta de água para a população, o que aumenta nossa responsabilidade. O desafio é grande, mas Rui Costa quer todo nosso empenho para encontrar a solução. Temos que ser proativos ao apresentar propostas de planos, projetos e orçamentos para que o planejamento seja transformado em ações efetivas”, finalizou Cássio Peixoto.