Dra. Hannah Thame

 hannah-thameUma das maiores preocupações ortopédicas na Medicina Veterinária é a displasia coxofemoral, uma alteração no desenvolvimento da articulação do quadril. Essa doença causa muita dor e dificuldade na locomoção, e por essa razão é necessário realizar um diagnóstico precoce para um tratamento adequado que garanta uma melhor qualidade de vida do animal.

A articulação coxofemoral localiza-se no quadril, sendo composta pelo encaixe da cabeça do fêmur na superfície articular, chamada de acetábulo. No caso da displasia coxofemoral, ocorre um desequilíbrio no desenvolvimento dessa articulação, que afeta as estruturas envolvidas no processo do movimento, causando um desequilíbrio ou instabilidade.

A displasia coxofemoral é uma doença na maioria das vezes hereditária, mas que também pode ser adquirida. Por ser uma complicação genética, essa alteração nas junções ósseas e articulares dos animais pode ocorrer em todos os tipos de raça e porte de cães, sendo mais comuns em cachorros grandes, como os da raça Golden Retriever, Labrador e Pastor Alemão.

caoAlém da questão genética, fatores externos que incluem nutrição, ambiente e determinadas posições em que o pet pode ficar por muito tempo também podem acelerar o desencadeamento da displasia coxofemoral, que pode ser percebida através dos principais sinais clínicos, que incluem dificuldade do animal em caminhar, estalos audíveis na articulação, andar visivelmente manco nas patas traseiras e sinais de dor ao realizar movimentos comuns. Com o passar do tempo, os sintomas podem se agravar e o animal passa a evitar diversas atividades rotineiras e pode-se perceber uma atrofia dos músculos da parte traseira em função disso.

A depender do grau que a displasia se enquadre, o tratamento pode ser cirúrgico ou conservativo, que inclui repouso absoluto e uso de medicamentos que auxiliam no controle da dor. Além disso, a fisioterapia tem sido bastante empregada nesses casos, resultando em evidente melhora, muitas vezes evitando que o animal precise passar pelo procedimento cirúrgico. È necessário que um profissional faça a avaliação e diagnóstico preciso para que a terapia instituída possa ser eficaz para cada caso.

 

(*) A Dra. Hannah Thame é Médica Veterinária e Mestre em Ciência Animal com ênfase em Sanidade Animal pela Universidade Estadual de Santa Cruz