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Recebidas como verdadeiras princesas, a norte-americana Meg Cabot e a brasileira Paula Pimenta coroaram a última mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), neste domingo (18). Com filas na porta do Claustro do Convento do Carmo, dezenas de fãs disputaram um espaço perto das escritoras pop stars da literatura juvenil. Em destaque, a leitura de entretenimento sob mediação do jornalista Mário Mendes.

“Eu acho que a pessoa tem que começar de algum lugar. Crescer com essa crença de que ler é não ajuda. Leitura de entretenimento tem um papel muito grande nesse sentido de despertar o prazer pela leitura. Depois, naturalmente vai procurar coisas mais profundas. A leitura tem esse papel. Eu acho ridículo quem diz: eu acho que você não deveria estar lendo isso, é uma porcaria”. A fala de Paula Pimenta, autora das séries “Fazendo Meu Filme” e “Minha Vida Fora de Série”, constata a importância do incentivo à leitura entre adolescentes dialogando com o universo vivido por eles.

flica 2finalPara Meg Cabot, dona do best seller “O Diário da Princesa”, todo tipo de leitura é importante e contribui para o desenvolvimento pessoal do leitor, principalmente o jovem. “Eu não gosto de julgamentos. Tudo que você lê você absorve e não sabe o que pode render daquela experiência. Se a leitura toca você, já é algo relevante”, afirmou. Com simplicidade e simpatia, a norte-americana e Paula Pimenta encantaram o público atento às colocações a respeito do processo criativo de cada uma, preferências literárias, literatura juvenil e o universo da ficção a partir de fatos cotidianos.

Como conselho para futuros escritores, Cabot disse que é preciso observar o mundo ao redor. “Não se pressione tanto em relação à leitura. Meu conselho principal é não fique todo o seu tempo ouvindo música, ouça seus amigos, eles vão fazer parte do seu livro. As vozes que você ouve ao seu redor são importantes. Os personagens vêm disso”, contou. “Escrever sobre o que você gosta também é importante porque os leitores sentem isso durante a leitura. Você gosta de ler romances? Ficção? Escreva sobre o que você gosta, sobretudo o que você conhece”, orientou Paula Pimenta.

Entre tantos momentos “cor de rosa” da mesa, a autora brasileira surpreendeu Meg Cabot ao ser questionada sobre o livro que gostaria de ter escrito. “O Diário da Princesa me marcou profundamente. Quando eu li esse livro, eu vi que os meus diários tinham muita história para contar. Poderia ser um livro que eu teria escrito. O diário da Mia é muito parecido comigo”, revelou durante o encontro.

Visivelmente emocionada com a declaração, Cabot retribuiu a gentileza afirmando que se fosse recomendar um livro, seria algum de Paula Pimenta. Em seguida, a norte-americana declarou que gostaria ter escrito a Bíblia. “O novo e o velho testamento. Todo mundo deveria ler um dia”, aconselha.

Sob aplausos e histeria do espaço lotado de adolescentes, o encontro das escritoras da literatura juvenil contou ainda com uma sessão de autógrafos. Com livros nas mãos, o sucesso da mesa “Entre Palavras e Princesas” desconstrói o preconceito com a leitura de entretenimento. (do G1 Bahia)