HOMENAGEM ABAPA

“Nós, todos juntos, temos que mudar esse cenário. Não é possível que se leve até 12 anos para se registrar um produto. Não possível que o governo federal corte R$ 150 milhões da defesa agropecuária e deixe o País com as portas escancaradas para a entrada de pragas que podem dizimar a agricultura brasileira e causar estragos irreparáveis à pecuária”. A afirmação foi feita na noite desta segunda-feira pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao ser homenageado pelas associações brasileira e baiana (Abrapa e Abapa) de produtores de algodão, por suas ações para combater a lagarta Helicoverpa Armigera, que surgiu de repente e estranhamente na Bahia e em cinco outros estados ao mesmo tempo, e que já causou mais de R$ 11 bilhões de prejuízos.

Salles lembrou que na última reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura, (Conseagri), durante a Fenagro em Salvador, os secretários aprovaram o envio de uma Carta da Bahia à presidente Dilma e aos ministros da Agricultura, Fazenda e Planejamento, alertando para o perigo que o Brasil está correndo com o cancelamento dos convênios plurianuais com os Estados, que ficaram com o encargo de fazer a defesa agropecuária, e reivindicando mudanças profundas nessa área. Nesse documento, o Conseagri reiterou solicitação de audiência com a presidente Dilma Rousseff, para discutir esta questão vital para o País.

No lotado Auditório Ruy Barbosa, do Hotel Saint Louis, onde aconteceu o evento, o vice-presidente da Abrapa, Paulo Kenji Shimohira, que representou o presidente Gilson Pinesso, e a presidente da Abapa, Isabel da Cunha, destacaram que “sempre contamos com o apoio do secretário na luta pelo desenvolvimento e fortalecimento do algodão da Bahia e pelo crescimento do Oeste, e sua atuação destemida para obter o registro do Benzoato de Emamectina, único produto capaz de combater a Helicoverpa Armigera, enfrentando até problemas com a Justiça”. O Ministério da Agricultura não autorizou o registro da Emamectina, mas o governo federal emitiu decreto autorizando o uso de substâncias não registrada, impondo contudo inúmeras condições que ainda dificultam o combate a esta praga.

Salles agradeceu a homenagem e afirmou que estar secretário da Agricultura tem sido o melhor momento de sua vida profissional, “por ter a oportunidade de mudar para melhor a vida de milhares de baianos que vivem no campo”.

O secretário agradeceu também o apoio de recebeu dos produtores do Oeste na Campanha SOS Seca, através da qual foram doados mais de dois milhões de quilos de milho, farelo de soja, feno e caroço de algodão para ajudar os pequenos criadores do nordeste baiano que estavam perdendo seus rebanhos por falta de alimento em consequência da seca”. Foi uma lição de solidariedade pela qual somos gratos”, disse Salles, entregando aos produtores certificados de responsabilidade social.