obama e raulApós mais de meio século de relações cortadas e embargo comercial, iniciado em 1962, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimentou nesta terça-feira o presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cerimônia em homenagem ao pacificador Nelson Mandela, no estádio Soccer City, em Johanesburgo, África do Sul.

Desde então, os dois chefes de Estado só tinham se encontrado na Assembleia-Geral da ONU, onde não têm o hábito de se cumprimentar. O simbolismo do gesto, presenciado pela presidente Dilma Rousseff, significa a compreensão entre contrários. O lutador e líder sul-africano foi grande admirador da revolução cubana, sem nutrir ódio pelos norte-americanos.

O novo momento na relação entre os dois países pode ter sido iniciado no cumprimento entre Barack Obama e Raúl Castro e sob a bênção de Nelson Mandela. Hoje, Obama, primeiro presidente negro dos EUA, foi ovacionado pelos sul-africanos ao se levantar para discursar, assim como Raúl Castro, cujo irmão, Fidel, foi grande amigo de Mandela.

No início dos anos 1970, Cuba, sob o comando de Fidel Castro, enviou soldados e tanques para apoiar o exército de Angola na luta contra rebeldes. A revolução angolana venceu e, da prisão, Mandela escreveu carta registrando que, a partir daquele momento, a luta na África do Sul havia obtido as condições para ser vitoriosa.