Eduardo Salles: terras para a produção de alimentos

“Sou radicalmente contra a especulação imobiliária, e a favor da geração de empregos”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, defendendo a tese de que empresários estrangeiros que queiram investir na agroindustrialização da Bahia tenham o direito de comprar terras suficientes para produzir 50% da capacidade instalada de processamento. Diante de mais de 500 fiscais agropecuários de todo o País, que participam do II Congresso Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (II CONAFFA) no hotel Bahia Othon Palace, em Salvador, Salles destacou que todos os dias o País perde milhões de dólares em investimentos e a possibilidade de gerar milhares de empregos por causa da proibição de compra de terras por estrangeiros, em decorrência de parecer da Advocacia Geral da União.

As declarações do secretário foram feitas, ao participar da mesa-redonda sobre “As tendências do agronegócio brasileiro e sua inserção no cenário global”, parte da programação do II CONAFFA. Na noite de segunda-feira o secretário participou do evento, representando o governador Jaques Wagner.

Nos próximos 15 anos, a demanda por alimentos no mundo deverá crescer cerca de 20%, e o Brasil terá que aumentar sua produção em 40%. Para tanto, analisa o secretário, o País, que carece de infraestrutura, precisa dos investimentos estrangeiros que estão deixando de chegar porque os investidores não se sentem seguros. O secretário entende que um grupo estrangeiro que deseja investir em agroindústrias, precisa ter a garantia de que terá a matéria-prima para processar, tendo terras para produzir 50% do que poderá industrializar. Para aumentar a produção de alimentos, o Brasil terá de investir em estradas, armazenamento, logística de uma maneira geral e na agroindustrialização, setores que são alguns dos principais focos de investimento dos grupos estrangeiros.