:: jan/2011
Assim na terra como no céu

É lamentável sob todos os aspectos a tragédia que se abateu sobre o Sudeste do Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, com milhares de desabrigados, centenas de mortos e prejuízos incalculáveis, provocados pelas chuvas deste início de ano.
As imagens de cidades inteiras sob as águas, pessoas chorando a perda daquilo que conseguiram com tanto sacrifício e corpos sendo retirados dos deslizamentos de terra, chocam e assustam, pela dimensão dos impactos da chuva.
É mais lamentável ainda na medida em que se trata de uma tragédia prevista, anunciada, que se agrava ano a ano.
É a repetição das mesmas imagens, quase sempre nos mesmos lugares e, à exceção dos mortos, das mesmas vítimas, pessoas que por absoluta de opção constroem suas casas em áreas de risco, como morros, várzeas e margens de rios e córregos.
E que, entra verão, sai verão, quando a chuva chega tem que orar para os céus para que ela não tenha poder de destruição.
Quando as chuvas caem com a força de um dilúvio, as conseqüência são por demais conhecidas e estão aí, de novo, provocando dor em quem sofre com a fúria das água e consternação em todo o país. Afinal, são os nossos irmãos que perdem tudo, quando não perdem a própria vida.
Por mais que não se possa lutar contra as forças da natureza é imperioso ressaltar que muito do efeito da chuva poderia ser evitado, primeiro se houvesse planejamento, evitando ocupações desordenadas, e, quando elas já ocorreram e não tem mais como reverter, investir em obras que minimizem os impactos das chuvas torrenciais.
O que não se pode é, diante do tamanho da tragédia e das inevitáveis cobranças, governadores e prefeitos colocarem a culpa na natureza, alegando, por exemplo, que choveu em dois dias o que era previsto para chover em um mês.
A natureza é sim, imprevisível, embora de certa maneira venha respondendo às inúmeras agressões que vem sofrendo ao longo das últimas décadas.
Mas na situação de degradação em que se encontram as grandes metrópoles e as cidades médias do Brasil, a dúvida é saber o tamanho da catástrofe provocada pelas chuvas, a escala de mortos e de desabrigados.
A culpa não está no que vem do céu, mas no que é feito aqui no chão.
Ou, no caso da prevenção, o que não é feito.
R10 FAZ PONTO NO MENGO

Ponto 1- Depois de fracassar no Milan, Ronaldinho Gaúcho estava sem mercado nos grandes clubes europeus. A única proposta pra valer que recebeu foi de um timeco inglês chamado Blackburn Rovers (quem?).
Ponto 2- Ronaldinho Gaúcho poderia ter ido para o futebol árabe, mas lá a grana é boa e a noite nem tanto. Chance zero, portanto. Ou para os EUA, mas o soccer é circo demais até para o seu gosto pelo espetáculo.
Ponto 3- Restou o futebol brasileiro. Flamengo, Grêmio e Palmeiras se engalfinharam por sua contratação. Durante o leilão, deu tempo para Ronaldinho refletir. No Sul o futebol é duro, pegado; em São Paulo, competitivo, com equipes pequenas que não amaciam. No Rio, é aquela festa.
Ponto 4- Jogando contra madureiras, olarias, friburguenses e outros times marca bufa, Ronaldinho Gaúcho será rei no Campeonato Carioca e vai contar com o apoio de uma imprensa que, diferente do RS e SP, pega leve com os craques.
Ponto 5- Seu xará Ronaldo foi contratado pelo Corinthians apenas como jogada de marketing e deu ao Timão um Campeonato Paulista e uma Copa do Brasil. No futebol brasileiro atual, basta que resgate um pouco daquela classe que exibiu no Barcelona para fazer a diferença. E depois correr pra galera, ou pra mundialmente famosa noite carioca.
Ponto 6- A torcida do Flamengo tem mesmo é que comemorar a contratação de Ronaldinho Gaúcho. Vai ser bom enquanto durar.
TIO DANI RECOMENDA
Esse é um daqueles filmes que dá pra qualificar como IMPERDÍVEL
“Sempre ao seu lado”, com Richard Gere, conta a história da comovente lealdade
de um cachorro por seu dono, uma daquelas coisas cada vez mais raras nos seres dito humanos.
Assista e prepare-se para chorar, mesmo que você tenha pedra no lugar de coração.
PS- Como Itabuna não tem cinema, olhe para os lados pra ver se não tem fiscal por perto(quase nunca tem) e compre no seu camelô preferido.
Jaca, caranguejo e mosquito

Nos tempos de antanho a rivalidade entre Itabuna e Ilhéus tinha como ponto forte o futebol, além de outros tipos de disputa, como o fato de que se uma cidade tinha aeroporto a outra também deveria ter e a constatação de que, para evitar ciumeiras, instituições como a Ceplac e a Uesc foram estrategicamente implantadas entre os dois municípios.
Hoje o futebol praticado por essas plagas não é nem uma pálida sombra do passado. O Colo Colo luta para se manter na 1ª. Divisão e o Itabuna nem isso, mergulhado que está no pântano da 2ª. Divisão. A situação chegou a um ponto em que o Itabuna cedeu o seu nome e sua camisa para que um time mulambento dos confins do Maranhão disputasse a Copa São Paulo de Futebol Junior.
A crise na lavoura cacaueira, que afetou diretamente as duas cidades, jogou eventuais rivalidades para a categoria lenda e reforçou a necessidade de que eles interajam, dentro das potencialidades econômicas de cada uma.
Ilhéus com o turismo, o pólo de informática e brevemente os negócios alavancados pelo Porto Sul e pela Ferrovia Oeste Leste. Itabuna com o comercia, a prestação de serviços e lazer e o pólo educacional.
Há em curso, entretanto, uma disputa inglória.
Ilhéus e Itabuna estão disputando um hipotético campeonato brasileiro de incidência de dengue. No quesito infestação, ambas estão entre os 20 municípios brasileiros com os índices mais elevados. Itabuna, por sinal, ostenta o vergonhoso título de tri-campeã nacional de casos de dengue, em 2008, 2009 e 2010. A julgar pelos dados do Ministério da Saúde, o aedes aegypt ameaça garantir o tetra, ainda que à custa de milhares de doentes e o risco de mortes que passam das dezenas.
A falta de prevenção, tanto por parte da população quanto das autoridades, é visível em Ilhéus e Itabuna e a chegada do verão só agrava o problema.
Quando a epidemia estoura, correm-se atrás de medidas paliativas e gastam-se fortunas com o tratamento, quando o mais lógico (e o mais barato) seria investir em ações preventivas, ao longo de todo o ano e não apenas no verão.
Não seria a hora de ressuscitar a velha rivalidade, no sentido de saber qual a cidade mais competente no combate à dengue?
Dessa vez, a disputa não seria pelo título, mas para ficar bem longe dessa taça simbólica e ao mesmo tempo vergonhosa.
Mandemos, pois, para bem longe, a Taça Mosquito da Dengue!
EL MEJOR

Lionel Messi acaba de ser agraciado com o prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA.
Prêmio mais do que justo ao argentino que faz do Barcelona um time de sonhos.
É forçoso admitir que não temos hoje no futebol brasileiro um único jogador que chegue perto do talento de Messi.
Neymar e Ganso ainda são promessas, Ronaldo é cada vez mais só um fenômeno de marketing e Ronaldinho Gaúcho vai gastar seus derradeiros truques no Flamengo.
Ta bom, Marta ganhou o prêmio de melhor jogadora do mundo. Mas o futebol feminino aqui é tão popular quanto bolinha de gude.
VAI JORRAR PETRÓLEO NAS TORNEIRAS?
“A Emasa descobriu um furo em sua adutora ligada à captação de Ferradas e suspendeu o bombeamento de água na zona oeste de Itabuna. O problema, no entanto, atinge toda a cidade, principalmente as áreas mais elevadas. Segundo o presidente da Emasa, Alfredo Melo, a perfuração na adutora ocorreu durante a instalação do gasoduto da Petrobras. No local, além da tubulação de gás natural, há também o poliduto por onde passam outros combustíveis”.
Peraí: a inauguração do gasoduto foi há mais de seis meses.Meio ano para descobrir um furo na adutora!
Se ainda jorrasse petróleo nas torneiras…
IMPEACHMENT JÁ !!!

Saiu com destaque na Folha de São Paulo:
Em sua primeira semana na presidência Dilma tira o crucifixo da parede de seu gabinete, a Bíblia da mesa e, na posse, ainda usou um vestido feito por uma costureira desconhecida, num desprestígio da alta-costura brasileira.
Ah, tem ainda os passaportes diplomáticos e as férias da família de Lula numa base militar.
É caso para CPI, com direito a impeachment de Dilma e prisão perpétua de Lula.
Com uma imprensa e uma oposição dessas, nem precisa esforço pra se perpetuar no poder.
PELOTÃO DE FUZILAMENTO

Não chegamos aos primeiros dez dias de janeiro deste novo ano, desta nova década, e os números são assustadores: nove pessoas assassinadas apenas em Itabuna.
Entre as vítimas, duas jovens que se prostituíam para manter o vício no crack e que provavelmente não honraram as dívidas com traficantes, uma dona de casa que pagou com a vida pelo vício do marido em maconha e foi baleada com vários tiros, e um adolescente assassinado na porta de casa, numa das muitas rixas entre gangues que não raro atingem pessoas inocentes.
Sob qualquer ótica, é uma violência absurda, com média superior a um assassinato por dia, numa cidade que em 2010 já sofreu demais com a criminalidade.
A maior parte dessas mortes em série esta diretamente associada ao tráfico e ao consumo de drogas, o crack exponencialmente.
Sabe-se, portanto, a raiz do problema e é preciso combatê-lo, seja com a ampliação do policiamento, seja com programas de recuperação de viciados, seja com ações que impeçam que crianças e adolescentes mergulhem no mundo das drogas.
Não é possível se falar em redução de violência sem que haja um foco especial na questão do crack, essa praga que corrói por dentro a sociedade brasileira e empurra milhões de pessoas para o precipício.
Que esse início sangrento de 2011 não seja o prenuncio de um ano sangrento, porque não é possível conviver/sobreviver com uma violência desse nível.
SOLIDARIEDADE, A MELHOR PROPAGANDA
Solidariedade rima com criatividade. Por este motivo, diretores e colaboradores da agência de publicidade M21, de Ilhéus, elaboraram um calendário de ações sociais que serão desenvolvidas no Sul da Bahia durante todo o ano de 2011.
O que era sonho começou a virar realidade no último Natal, quando 40 crianças carentes, atendidas pela Associação Centro Educacional de Ação Integrada, ganharam uma festa com distribuição de doces, brinquedos, livros e roupas. A associação é localizada no bairro Nossa Senhora da Vitória, um dos mais carentes de Ilhéus.
“Entre as idéias que fervilham o ambiente criativo da M21, surgiu a vontade de fazer o Natal de algumas crianças um pouco mais feliz e o resultado foi emocionante”, comemora o diretor da M21, publicitário Marco Lessa.
Saúde é o que interessa

A mudança no comando da Secretaria Municipal de Saúde de Itabuna, ressalvada a boa intenção do prefeito Nilton Azevedo em buscar dar um novo dinamismo a um setor caótico, é mais ou menos a historinha do sujeito que pega a mulher com o amante no sofá e, para acabar com aquela situação, digamos, incômoda, atira o sofá pela janela.
O fato é que o problema da saúde pública em Itabuna não está necessariamente no secretário que saiu, com a dignidade e altivez que lhes são características, nem haverá varinha de condão que faça com que o secretário que entra, cuja competência ou não só poderá ser avaliada com o tempo, reverta essa questão do dia para a noite.
A saúde é uma das áreas mais complexas de qualquer administração, seja ela municipal, estadual ou federal. Quando a essa complexidade somam-se uma pitada de gestão ineficiente, aplicação incorreta dos recursos a apadrinhamento político no preenchimento de cargos que deveriam ser ocupados por técnicos, a situação degringola de vez.
O problema da saúde pública em Itabuna é estrutural, começa pela base, nas unidades de saúde, onde faltam de médicos e medicamentos, passa pelas clínicas onde a espera por uma consulta pode levar semanas (quando não meses) e termina no Hospital de Base, em que falta tudo e o número de mortes de pacientes está muito acima do tolerável.
O Hospital de Base, caótico sob todos os aspectos, é um exemplo desse modelo equivocado de gerir a saúde pública. Embora municipal, atende (ou deveria atender) pacientes de mais de 100 cidades do Sul e Sudoeste do Estado.
A Prefeitura de Itabuna já deu inequívocas demonstrações de que não tem condições de gerir o hospital, mas apesar das repetidas manifestações de compromisso do Governo da Bahia em assumir a gestão, o que garantiria uma injeção substancial de recursos e a adoção de um modelo que vem dando certo em Ilhéus, Santo Antonio de Jesus, Juazeiro e outras cidades, o chefe do executivo faz ouvidos moucos à proposta.
Houvesse um mínimo de racionalidade, não seria o caso do município passar a gestão do Hospital de Base para o Estado, focando os recursos que já são escassos nas unidades de saúde, nas clínicas especializadas e em programas de prevenção da dengue e outras doenças?
É importante ressaltar aqui que quando se fala de saúde pública, está se abordando uma questão que envolve vidas, muitas vidas, e não de política, no sentido mesquinho da palavra.
E, muito menos, ainda que metaforicamente, de sofás…












