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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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A 25ª. vítima e a luz da lua iluminando sangue


No céu, começava a surgir a lua cheia, “lua de namorados” como se chamava em tempos mais românticos.

De mãos dadas, os adolescentes Josenil Jesus dos Anjos Filho e L.J.L, ambos de 17 anos, caminhavam por uma rua da periferia de Itabuna, no idílio da paixão recém-descoberta.

Josenil acabara de apresentar a namorada ao pai, o sindicalista Josenil de Jesus, e estava visivelmente feliz.

Mas, no meio do caminho entre o casalzinho de mãos dadas, sob uma lua de namorados, a poesia do momento deu lugar à violência de todos os momentos.

Josenil Filho foi atingido com quatro tiros e morreu na hora. L.J.L. foi atingida nas costas e nas pernas, mas está fora de perigoso. Sobreviveu.

Informações obtidas pela polícia revelam que o crime foi cometido por um sujeito conhecido como Ademir, ex-namorado da adolescente. A motivação, portanto, seria o ciúme.

Motivações a parte, o dado concreto e alarmante é que Josenil Jesus dos Anjos Filho é tornou a 25ª. vítima de assassinato em Itabuna neste início de 2011, o mais sangrento que se tem notícia na história recente do município.

25 homicídios!

Verdadeiro absurdo, que deveria provocar uma ampla mobilização da sociedade organizada mas que, quando muito, provoca uma indignação passageira.

A morte, brutal e injustificada, parece estar à espreita, em cada rua, cada esquina, cada praça dessa cidade em seus 100 anos de solidão e de abandono.

Mata-se por um telefone celular, por uma dívida de droga, por ciúmes.

Mata-se por qualquer motivo e mata-se sem motivo algum.

As pessoas parecem paralisadas diante do medo e impotentes diante do avanço assustador da criminalidade.

E essa sensação de impotência só favorece a bandidagem, nessa seqüência macabra de crimes rotineiros e assassinatos em série.

A lua que deveria iluminar casais enamorados agora reflete o sangue dos que tombam, inocentes, nessa guerra cotidiana.

Não há poesia, nem cidadão, que resista a tanta brutalidade.

Basta.

Definitivamente, basta de tanta violência.

Hotel 5 estrelas


Existe coisa mais impressionante do que propaganda de banco?

Não importa o banco, é tudo de uma plasticidade espetacular, gente bonita e sorridente, serviços que parecem de graça e tecnologia de ponta, como se a felicidade e a fortuna estivessem ao alcance de um toque de mão.

Dá até vontade de sair abrindo conta em tudo quanto é banco (não fosse o detalhe de que a maioria deles não faz a mínima questão, tamanha a quantidade de exigências) e sair adquirindo cartões de crédito a torto e a direito, verdadeiras chaves que abrem as portas dos bens de consumo (não fossem as taxas e os juros extorsivos quando você atrasa o pagamento).

Saindo da propaganda encantadora para o mundo real, aquelas maravilhas de conforto, praticidade, atendimento de excelência trombam com a realidade das filas monumentais, dos caixas eletrônicos que dão pane e de um atendimento mulambento, a menos que você seja dono de uma conta bancária com saldo de vários dígitos.

Bancos, como se sabe, não apenas tem o dinheiro como força motriz, mas são, literalmente, máquinas de fazer dinheiro.

Basta, conferir, nas páginas de economia, os lucros estratosféricos das instituições bancárias, independente de quem seja o governante de plantão. E, quando eventualmente enfrentam dificuldades, há sempre um Proer para salva-los e jogar a conta para o contribuinte, que nesse caso contribui compulsoriamente.

É Bolsa Banco, versão rica do Bolsa Família.

E o que acontece quando a pujança das montanhas de dinheiro, do lucro pelo lucro, do símbolo do capitalismo, cruza com a imagem com alguém que não é igualmente símbolo, mas um subproduto desse tipo de capitalismo?

Aquele instante em que a construção de ferro, cimento, vidro e segurança que simboliza um banco, tromba com a fragilidade, o desamparo e a desesperança de alguém a quem a exclusão social reduz à condição de não-cidadão.

É o que revela a imagem, captada na Ilhéus de Jorge Amado, o escritor imortal que tão bem sobre romancear a realidade de um mundo de poucos muito ricos e muitos muito pobres.

Uma moradora de rua, sem nome nem sobrenome, que perambula pelas ruas e dorme o sono dos justos e injustiçados na porta de um banco, do qual ela nunca, jamais e em tempo algum terá conta.

O pouco que se sabe dessa mulher sem nome e sem sobrenome é que tem problemas mentais, recentemente engravidou e deu a luz a um menino que possivelmente alguém pegou para criar.

Se é possível captar ironia onde só se observa desalento, as cinco estrelas do banco estrelado remetem às cinco estrelas, classificação máxima de hotéis estrelados.

Mas a mulher em questão é apenas hóspede da rua, sem conta em banco, sem cartão de crédito, sem Bolsa Família e muito menos lenço ou documento.

Ah, a resposta para a pergunta sobre o que acontece quando o símbolo da pujança tromba com o símbolo na exclusão social:

-Não acontece nada, absolutamente nada.

Os bancos continuarão lucrando. E os desesperançados continuarão sem esperança alguma.

Código canino de fidelidade

Candidato a campeão de bilheteria e de venda de lenços nos cinemas, tamanha a choradeira que provoca nas quase duas horas de duração, o filme “Sempre ao seu lado” conta a história, baseada em fatos reais, da amizade entre um professor universitário Parker Wilson, interpretado magistralmente por Richard Gere e seu cachorro da raça akita, Hachicko, que todos chamam carinhosamente de Hachi.

Hachi, encontrado numa estação de trem, é levado para a casa de Park, onde é recebido com má vontade pela esposa dele, Cate, numa interpretação serenamente contida de Joan Allen. O que seria uma estadia provisória, acaba se transformando numa relação profunda entre o professor e o cão. Todos os dias, Hachi acompanha Park até a estação, onde ele pega o trem para a universidade em que leciona música. Na volta, lá está Hachi a espera de Park.

Um dia, Park morre fulminado por um enfarto, Hachi é levado para a casa da filha do professor, mas foge. E pelos próximos dez anos, pontualmente, sob a lua da primavera ou a neve do inverno, Hachi se posta na entrada da estação, a espera de um Park que jamais voltará. Numa cena capaz de arrancar lágrimas de uma pedra, Park “ressurge” para levar Hachi a um passeio eterno.

Hachi virou estátua na estação de trem no Japão onde a história se passou, mas parece fantasia. E o que dizer, então de histórias reais que não viraram filme, mas são igualmente comoventes?

BEETHOVEN E A SINFONIA DA TRAGÉDIA

O monumental drama humano do Rio de Janeiro, com mais de 700 mortos confirmados, produziu um resgate quase milagroso. Com o que restou de sua casa sendo carregado pelas águas, a dona de casa Ilair Pereira de Souza, de 53 anos, foi salva da morte certa graças a uma corda jogada por vizinhos. No momento em que qualquer um lutaria pela própria vida, Ilair se preocupou em salvar o cachorro Beethoven. Agarrou-se o quanto pode ao animal para levá-lo com ela rumo à segurança de um sobrado ainda intacto, mas o cachorro, assustado, mordeu o braço da dona e foi tragado pela fúria das águas.

Ao ser resgatada, as primeiras palavras de Ilair, conhecida como Pelinha, não foram “estou salva”, mas “o cachorro, eu não consegui salvar o cachorro”. “Coitadinho, ele ficou me olhando com aquele olhinho triste e se foi naquela água. Não tinha o que fazer”, disse ela, aos prantos, como se tivesse perdido um filho querido. Beethoven faz parte da sinfonia da tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro.

TAURUS NÃO ATIRA, PROTEGE

Há cerca de seis meses, Beatrice dos Santos Reis está detida na cadeia pública da Delegacia de Canavieiras, no Sul da Bahia, acusada de tráfico de drogas. Beatriz seria mais uma entre tantas mulheres envolvidas com o mundo das drogas e do crime, um número a mais na gigantesca estatística do sistema carcerário, não fosse por um detalhe: quando foi para a cadeia, seu cão, um vira-latas de três anos de idade, conhecido como Taurus foi preso com ela. Voluntariamente. “O cachorro apareceu 15 dias depois que ela foi presa, a gente tentou colocá-lo para fora, mas ele sempre voltava. Até que acabou ficando”, explica o carcereiro Salvador Myller Carmo. “Taurus não sai do lado de Beatrice, está solto, mas é como se estivesse preso junto com ela”, diz Salvador. No seu código de fidelidade canina, o cão não está preso junto com a dona, mas preso à dona.

Taurus, apesar dos protestos iniciais dos policiais, mudou-se para a delegacia e passa seus dias ao lado da cela onde Beatriz está encarcerada. À noite, o cão rosna quando alguém se aproxima, para deixar claro que sua dona está protegida. Os policiais, comovidos com tanta dedicação, se cotizam para comprar a ração para Taurus, que pode ser fiel, mas não é louco, e muitas vezes recusa a comida destinada aos presos. Depois de receber afagos da dona, o cão dorme na porta da cela.

“O cachorro é a minha alegria aqui na cadeia, um verdadeiro amigo, que me dá carinho e me faz companhia nesse momento ruim da minha vida”, afirma Beatrice, que morava na Rua do Mangue, localidade extremamente carente da periferia de Canavieiras.

O médico veterinário Daniel Lessa Pimentel explica que, “pelas suas origens, quando conviviam em matilhas, sempre com uma liderança dominante, os cães transferem esse senso de hierarquia para seus donos”. “A afetividade é uma conseqüência desse processo, que eles desenvolvem naturalmente com as pessoas com quem convivem, estabelecendo laços duradouros”, diz Daniel.

Na alegria e na tristeza, na tragédia, na dor e na morte o melhor amigo do homem eleva à condição suprema o verdadeiro conceito do que é amizade. Para sempre.

FUMARAM O BOLO…


Em Porto Seguro, o aniversário de uma jovem de 18 anos teve bebidas, doces, salgados e o tradicional “parabéns pra você”. Teve mais: distribuição de cocaína e um inusitado bolo de chocolate com recheio de maconha e com folhas da ´canabis´ decorando a iguaria.

A polícia foi acionada, mas chegou um pouco tarde: os convivas já haviam fumado o bolo…

Que droga!!!


É a droga, quase sempre a droga, quem está por trás da violência em Itabuna.

Enquanto a polícia não se estrutura para o combate efetivo e sem tréguas ao tráfico, a venda de drogas é feita quase às claras, como se os traficantes se tornassem invisíveis para os policiais.

É a droga quem está por trás dos assaltos diários no centro e na periferia da cidade, onde viciados travestidos de marginais se apoderam de telefones celulares, relógios e outros objetos para trocar por maconha, crack, cocaína.

Roubam -e roubam diariamente- para sustentar o vicio insaciável.

O problema não está no viciado, mas no traficante. É ele quem deve ser combatido, atacado, eliminado.

O viciado precisa de apoio, tratamento, diálogo.

Caso a polícia queira mesmo reduzir os índices de violência na cidade, deve atacar com firmeza o comércio de drogas, ainda que tenha que combater também a relação promíscua entre alguns policiais-bandidos e os traficantes.

Não se trata de uma tarefa fácil. O consumo de drogas se dá em todas as classes sociais, do paupérrimo morador de um barraco nas bordas da periferia ao habitante de uma mansão de luxo num bairro nobre da cidade.

Na ânsia de comprar drogas, filhos chegam a roubar e agredir os pais.

Neste sangrento início de 2011, a droga foi a motivação da esmagadora maioria dos mais de vinte assassinatos registrados em Itabuna.

Perdeu-se a noção do valor da vida. Alguém que se recuse a entregar o telefone celular pode ser morto de maneira banal. A droga fala mais alto.

Essa não á uma tarefa que cabe apenas à polícia, mas é um processo que envolve não apenas segurança, mas acesso à educação e os demais serviços básicos.

Trata-se de um problema social.

Um gravíssimo problema social que, definitivamente, precisa ser encarado de frente.

PACTO PELA VIDA

O governador Jaques Wagner está propondo um Pacto pela Vida. Iniciativa mais do que necessária, que passa pela mobilização governamental e pela a participação de toda a sociedade organizada.

Não podemos mais ficar de braços cruzados, sob pena de tornarmos irremediavelmente reféns da bandidagem escudada no tráfico de drogas.

É uma batalha árdua, mas que a união de esforços tornará vitoriosa.

O Pacto pela Vida é o Pacto pela Cidadania, por uma Bahia sem tanta violência e, em plenitude, de todos nós.

NEGÓCIO DA CHINA


Confirmado oficialmente no cargo pelo governador Jaques Wagner, o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, está em visita oficial à China.

Salles busca investimentos para o Estado e negocia a comercialização de produtos agropecuários baianos no mercado chinês.

Na viagem, o secretário sacramentou a venda do chocolate produzido na recém-inaugurada fábrica de chocolates finos da agricultura familiar, em Ibicaraí.

Um verdadeiro negócio da China.

Nem Robin Hood agüenta mais


Durante muito tempo, os campeonatos regionais alimentaram rivalidades históricas entre os grandes times, além de possibilitar a revelação de talentos surgidos nas pequenas equipes do interior.

No quesito rivalidade, podemos citar o BA-VI na Bahia, o Gre-Nal no Rio Grande do Sul, o Atle-tiba no Paraná, Remo x Paissandu no Pará, Atlético x Cruzeiro em MG, além da profusão de clássicos no Rio e em São Paulo, do tipo Fla-Flu, Vasco x Flamengo, Botafogo x Vasco, Santos x São Paulo, Corinthians x Palmeiras, etc.

Os pequenos times revelavam craques aos borbotões, que ao final dos estaduais eram contratados pelos chamados grandes. Os campeonatos estaduais, então, encantavam torcedores Brasil afora.

Nas últimas duas décadas, as rivalidades regionais foram transferidas para o Campeonato Brasileiro, onde os grandes times se encontram com freqüência. No mesmo período, os pequenos times do interior se apequenaram ainda mais. Os estaduais foram perdendo a graça.

No Rio de Janeiro, salvo uma ou outra surpresa, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo batem sem dó nem piedade em times marca bufa. Em São Paulo, onde os pequenos vez por outra surpreendem, os quatro grandes disputam o campeonato sem nenhum tipo de motivação. Nos demais estados, a disputa do titulo se limita aos dois ou três times de sempre.

Para justificar campeonatos estaduais meia-boca, optou-se por uma espécie de Robin Hood da bola, com a alegação de que esses torneios são a única chance para que cidades do interior possam assistir aos grandes times. Por essa ótica, meia torta, até que faria sentido.

Não faz. Mesmo quando os grandes enfrentam os pequenos, o público e irrisório. No ultimo final de semana, o Palmeiras enfrentou o Grêmio, em Presidente Prudente, diante de 6 mil torcedores, num estádio onde cabem 45 mil pessoas. Em Macaé 3 mil gatos pingados viram o Botafogo tascar 5×0 na Cabofriense.

Públicos mixurucas se repetem do Oiapoque ao Chuí, sinal inequívoco de que os estaduais perderam a razão de ser. O futebol deixou de ser a única opção de lazer nas pequenas e médias cidades e mesmo para que gosta do ludopédio, a tevê oferece uma gama de jogos no Brasil e no Exterior.

Se é para não matar os times pequenos, que se promovam campeonatos regionais, tipo Nordestão, Sul-Minas, Centro Oeste-Norte, com os grandes entrando nas fases decisivas.

Aos pequenos, esses torneios valeriam ainda como acesso à Copa do Brasil.

A fórmula atual é que não dá mais. Está morrendo de velha.

E quase ninguém vê.

EXPLORATION…


Os companheiros do Pimenta na Muqueca denunciam os preços abusivos cobrados nas barracas de praia em Itacarézinho.

18 reais uma batata frita, 65 reais uma isca de filé.

Esses assaltos a mão armada acontecem, em maior ou menor intensidade, em praticamente todas as praias do litoral sul da Bahia, onde as pessoas confundem explorar o turismo como explorar o turista.

Sem contar que o preço é alto e o atendimento é um horror.

E tome facada na hora de pagar a conta…

Quem bate? Não é o frio. Nem o lobo mau


Quem tem mais de quarenta anos de idade deve se lembrar, mergulhando nos recônditos da memória, de um comercial em desenho animado, ainda na televisão em preto e branco, que começava com batidas na porta de uma casa.

-Quem bate?, pergunta a dona da casa.

-É o frio!, responde o vozeirão ameaçador.

Entra uma música instrumental suave e a mulher diz, cantarolando:

-Não adianta bater, que eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar.

Dito isto, cobre o filhinho com um cobertor Parahyba (com todos os agás e ipsilones, para deixá-lo mais aquecido), naquele que é um lar borbulhando de amor, de harmonia.

E de segurança.

Hoje, qualquer criança com um mínimo de noção do que é a vida (a cada dia as crianças ´adolescem´ mais cedo), sabe que uma batida na porta pode significar nem o frio e nem o lobo mau.

Talvez um lobo mau sim, mas não o dos contos infantis, feito de bobo pelos três porquinhos, e sim o homem mau com o instinto sanguinário de um lobo feroz.

Eunápolis, Sul da Bahia, noite chuvosa de 17 de janeiro de 2011.

Uma casa simples na periferia da cidade.

Batem na porta. Uma, duas, três vezes.

Não era um vizinho pedindo um favor ou um parente distante que chegava para uma visita sem avisar.

A porta foi aberta e eles entraram, ameaçadores.

Eram os lobos. Três lobos/homens encapuzados.

Vorazes e letais.

Na casa, estavam Sirleia de Souza Santos, 38 anos, suas filhas Rosiane Souza Santos, 21 anos, Valdiele Santos Reis, 16 anos, e três crianças de 5, 4 e 3 anos; além do marido de Sirleia, Josevaldo Andrade Souza, conhecido com Solteiro.

Era ele o alvo dos três homens. Ao perceberem que escapou, atacaram as três mulheres.

Sirleia, Rosiane e Valdiele foram mortas com facadas certeiras no pescoço, sangue e vidas se esvaindo diante das crianças.

À brutalidade indescritível, soma-se à banalidade da vida (ou da morte).

Sirleia, Rosiane e Valdiele foram assassinadas por causa de uma dívida de 105 reais que Solteiro, usuário de crack, tinha com os traficantes.

105 reais! Na frieza da matemática, a vida de cada uma das três desafortunadas mulheres valeu 35 reais.

No código de (des)honra do tráfico, a vida vale umas poucas pedras de crack. Não vale coisa alguma.

-0-

Quando a polícia chegou ao local do crime, encontrou três corpos sem vida espalhados pela sala da casa e três crianças em estado de choque, como se tivessem acabado de presenciar a aparição de monstros imaginários, mas que haviam presenciado a aparição de monstros reais.

A televisão, colorida, estava ligada.

As Casas Pernambucanas faliram, os cobertores Parahyba (som seus agás e ipsilones) sumiram das lojas.

Junto com eles, parece ter desaparecido também o sentido de lar seguro.

A vida em cores nos empurra cada vez mais para as tragédias em preto e branco, manchadas com o vermelho de sangue.

Boa pra cachorro

A revista Contudo que chega às bancas neste sábado tem muita política, cultura e variedade.

E tem também uma matéria sobre fidelidade canina, com histórias pra emocionar.

Sou suspeito pra falar, mas a matéria tá boa pra cachorro. A revista também.





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