A conclusão de um curso em nível superior já é, por si só, uma grande conquista. Significa, entre outras coisas, atingir um estágio educacional elevado, romper uma barreira que, infelizmente, apenas uma pequena parcela da população consegue transpor, nesse funil que ainda é o ensino universitário.

Concluir um curso de Direito, uma das mais prestigiadas e concorridas profissões, amplifica ainda mais essa conquista. Ao lado de Medicina, o Direito é o curso mais disputado em todos os vestibulares, sejam eles em instituições públicas ou privadas.

E o que dizer então, de um grupo de pessoas para quem, tempos atrás, cursar Direito numa faculdade privada era um sonho inatingível?

Nesse sentido, a formatura da 3ª. Turma de Direito de Faculdade de Ciência e Tecnologia (FTC/Itabuna), torna-se ainda mais significativa. Foi a primeira em que alunos do Sul da Bahia se formaram em Direito graças ao ProUni, o programa do Governo Federal que abriu as portas do ensino superior para estudantes de escolas públicas.

São pessoas que, apesar do esforço elogiável e da dedicação aos estudos, dificilmente teriam condições de acesso as universidades públicas, visto que iniciaram o curso antes da implantação do sistema de cotas.

E que, em nenhuma hipótese, teriam condições de arcar com os custos de uma faculdade privada, num dos cursos com a mensalidade mais cara. O ProUni foi, para eles, a ferramenta imprescindível abraçar a carreira que escolheram.

E a Turma de Direito da FTC não teve um ou dois alunos do ProUni, o que já seria digno de registro, mas nove novos bacharéis.

Nove novos profissionais aptos a exercer uma profissão que é fundamental para a plenitude da cidadania e a manutenção da democracia.

Maria Janice Brito Lacerda, Rodrigo Eduardo Rocha Cardoso, Ramon Amaral de Deus, Daniel dos Santos de Oliveira, Joventino Sampaio Santana, Marcio Luiz Cardoso Fernandes, Liomarques Barbosa dos Santos, Rita de Cássia Rocha Moreira e Tony Coelho Santos.

Esses são os bacharéis em Direito formados pela FTC através do ProUni.

Verdadeiros doutores do povo, que por suas origens e suas histórias, certamente não serão apenas profissionais bem sucedidos na área do Direito, mas pessoas comprometidas com a Justiça Social.

Por uma questão de princípios e, porque não, de gratidão pela monumental oportunidade que tiveram e souberam aproveitar.