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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

dezembro 2009
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:: dez/2009

Paz-2010-Amor


A imagem acima mostra um menino palestino enfrentando um tanque israelense com uma pedra.

Poeticamente, nos remete a um frágil e destemido Davi encarando um poderoso e truculento Golias.

E nos remete também à possibilidade bíblica de que o pequeno Davi derrote o gigante Golias.

Deixemos a poesia e a Bíblia de lado.

No mundo real, Golias sempre massacra Davi. Pela força econômica, pelo poderio bélico, pelo domínio tecnológico.

Com seus canhões de verdade e de simbologia.
Todos eles capazes de provocar destruição e/ou exclusão.

Entra ano, sai ano, as esperanças se renovam, mas os Golias continuam massacrando os Davis.

A imagem captada em 2009 é tudo aquilo que não queremos em 2010.

Parece utopia sonhar com um mundo sem pedras e sem canhões.

Um mundo em que Davis não tenham que enfrentar Golias. Um mundo em que não ajam nem Davis nem Golias.

Um mundo que, ainda nesta primeira década do século XXI ainda parece sonho, mas que precisa se tornar realidade, a partir do momento em que se perceba a inutilidade das guerras, a brutalidade das desigualdades.

Que se descubra e se valorize quão importante é viver em paz, cultivar o amor e a solidariedade.

É pouco provável, quase impossível, que num único ano, ocorra uma transformação que ainda não se deu em milênios.

Mas, na medida em que cada um começar fazer a sua parte nesse processo teremos um mundo pouquinha coisa melhor, até que se chegue, não importa quanto tempo, a um mundo muito melhor.

2010, com certeza, não será o ponto de chegada deste mundo de paz e de amor.
Mas pode ser o ponto de partida.

Depende de cada um de nós

Depende de todos nós.

E quem nunca teve essa vontade de mudar, talvez não o mundo, mas a própria vida e a
vida das pessoas que estão próximas, para melhor, que atire a primeira pedra.

Melhor dizendo, que use a pedra para construir essa nova realidade.

VIDAS SECAS


Rios que viram riachos. Riachos que viram uma réstia de terra seca.

Centenas de cabeças de gado esquelético, disputando porções de água lamacenta no que restou dos açudes.

Pessoas percorrendo distâncias imensas com latas d´água na cabeça.

Nos céus, nenhuma nuvem.

E quando elas se formam, anunciando o que todos esperam, vem a decepção. Nada cai do céu.

Parece o retrato de uma das muitas regiões do sertão nordestino, onde a seca é um flagelo.

Mas é o retrato do Sul da Bahia, uma região onde tempos atrás a seca era uma coisa distante, abstrata.

A imensidão de Mata Atlântica e a exuberância das florestas garantiam um clima ameno e as chuvas providenciais.

Tempos que ficaram para trás na maior parte das terras que, de tão férteis, geravam duas safras de cacau por ano.

As cenas podem típicas dos rincões sertanejos podem ser observadas bem de perto por quem trafega pela rodovia BR 415, já a partir de Itapé, em áreas onde a lavoura de cacau, após a decadência provocada pela vassoura de bruxa foi progressivamente sendo substituída pela pecuária, uma atividade mais rentável.

A viagem prossegue por Ibicaraí, Floresta Azul, Santa Cruz da Vitória, Firmino Alves, Itororó, sai da BR 415 e entra na direção de Potiraguá. Cenários idênticos, pouco mato, muito pasto.

E, nessa época, muita, muita seca, com seus efeitos devastadores sobre a população que sofre com a falta de chuvas, que pena com a escassez de água.

Não há nada a fazer, senão olhar para o céu e apelar para a providência divina, rezar para que as nuvens, quando surgem, se transformem em chuva abundante.

Que faça encher os rios, renascer os riachos, devolver o verde e brotar a vida do chão seco.

O que ocorre no Sul da Bahia não é algo isolado.

Está inserido num contexto planetário de intermináveis agressões ao meio-ambiente, da destruição das matas e da exploração quase irracional dos recursos naturais.

Uma relação de causa e efeito onde o agressor um dia fatalmente será o agredido.

Não seria o cedo, em vez de esperar pelo imponderável, fazer alguma coisa para reverter esse quadro.

Enquanto ele ainda for reversível…

É Natal! E daí?

Um menino chamado Jesus passou pelo centro da cidade, entre calçadas, lojas e gente, muita gente.

Olhou vitrines, sonhou com brinquedos que provavelmente nunca terá.

Disputou restos de comida com cachorros em latas de lixo espalhadas pelas esquinas.

Dormiu sob marquises de lojas recém-inauguradas, com o luxo refletindo em seu corpo coberto com pedaços de jornais que anunciam escândalos políticos que não vão dar em nada, violência e mais violência e veleidades nas colunas sociais,

Um menino chamado Jesus pediu esmolas nas sinaleiras, uma camisa velha nas casas de família.

Não pediu, porque já não espera receber, gestos de carinho e atenção.

O menino chamado Jesus se contenta com uma roupa velha, um prato de comida.

Mas, quem é que tem tempo para esse menino chamado Jesus quando o Natal se aproxima?

É tempo de fazer compras, mesmo que comprometendo boa parte do salário no cartão de crédito.

De trocar de carro, escolher a roupa da moda, se programar para as inúmeras festas de reveillon.

De preparar a ceia de Natal, farta, alegre, muitas vezes esbanjadora.

Tempo dos amigos secretos, das festinhas de confraternização, de exibir aquele companheirismo de fachada de apenas um dia, quando a regra é o individualismo de todos os dias do ano.

Não há mesmo tempo para dar atenção a um menino, mesmo que ele se chame Jesus.

Que ele se chamasse João, Paulo, Pedro, José. Pouco importa.

É apenas mais um menino perambulando pelas ruas, sem passado, sem presente.

Provavelmente sem futuro.

É Natal.

Entre tantos compromissos sociais, presentes, projetos que nunca se concretizam para o ano que está chegando, não há tempo nem para um outro Menino, hoje não necessariamente a razão, mas apenas o pretexto para essa festança.

Um menino igualmente chamado Jesus, menos Divino e mais Humano, que viveu e morreu em nome de valores como igualdade, solidariedade, fraternidade, simplicidade.

O Jesus Menino e o menino chamado Jesus estão separados por quase dois milênios.

Ignorar as lições de do Jesus Menino explica a existência do menino chamado Jesus e de tantos e tantos outros meninos e meninas que perambulam pelas ruas.

Meninos e meninas, de todas os nomes, para quem não apenas Papai Noel mas também o Natal é apenas uma abstração em meio à fome e ao abandono.

As luzes de Natal lançam apenas sombras sobre uma realidade que fingimos não ver, cegos que estamos pelo egoísmo.

É Natal.

E daí?

ORA VEJA


Na mesma semana em que uma pesquisa do respeitado Instituto DataFolha apontava um novo recorde de aprovação do presidente Lula e revelava que a ministra Dilma Roussef, pré-candidata do PT à presidência da República diminuía em um terço a diferença para o pré-candidato do PSDB, José Serra; a revista Veja dava (mais) uma demonstração de como abandonou de vez aquilo que se convencionou chamar de jornalismo.

A revista da Editora Abril mostra um favoritismo inabalável de Serra e praticamente determina que o governador mineiro Aécio Neves seja o candidato a vice. Isso, mesmo com Aécio garantindo que não aceitará tal, digamos, intimação. Para Veja, o ano de 2009 termina com um cenário de sonho para Serra e de possível pesadelo para Dilma. As pesquisas? Ora as pesquisas que se danem. Se Veja já decidiu que Serra é o futuro presidente da República, aproveitemos o Carnaval, o São João, a Copa do Mundo e esqueçamos essa bobagem de eleição.

Na mesma “reportagem” (no caso de Veja, “reportagem” tem que ser entra aspas mesmo), a publicação dá o tom de como interpreta certas palavras, como se elas permitissem interpretações. Veja diz que Serra “representa a esperança de alternância de poder no Brasil. É a melhor aposta para romper com a hegemonia alcançada pelo PT na política brasileira nos últimos sete anos”.

Não se tem notícia de que Veja tenha defendido tal alternância em 2002, quando FHC e o PSDB completavam oito anos de hegemonia na política brasileira. Apoiou Serra, no que poderia significar uma hegemonia de 16 anos. Verdade que em 2006, Veja e boa parte da mídia, lastreadas num inofensivo dossiê, tentaram forçar a alternância na marra. O resultado da eleição, Lula reeleito com a maior votação da história, dá bem a dimensão da influência da revista.

Em outra “reportagem” a revista exercita uma das suas diatribes prediletas: desancar o MST, desta feita com base numa pesquisa do Ibope. Verdade que o MST possui alguns destrambelhados que cometem atos de extrema irresponsabilidade, mas não é o caso de, como a revista faz frequentemente, generalizar a ponto de caracterizar o movimento como um antro de bandidos.

O mais recente ataque ao MST produziu uma pérola. A revista afirma que em 1996 o movimento “sacrificou dezenove de seus membros em um confronto com a polícia paraense em Eldorado dos Carajás”. Atenção, historiadores: apaguem o Massacre de Eldorado de Carajás, uma das maiores atrocidades cometidas no final do século passado. O que houve, na verdade, foi um bando de sem-terras dançando na frente das balas disparadas pela polícia. Balas que, por culpa exclusiva do MST, mataram 19 pessoas.

O espírito de Goebbels não deve apenas dar plantão na redação de Veja. Há muito que fixou residência por lá.

Coroando a edição da semana, a pretexto de criticar algumas propostas cerceadoras da liberdade de imprensa durante a Conferência Nacional de Comunicação, no que tem lá suas razões já que é melhor ter publicações tipo Veja circulando do que a supressão do direito à opinião e à informação; a revista comete, pela segunda vez em seis meses, uma grosseria com o jornal Granma, órgão oficial do governo cubano.

Veja reitera a tese de quem um jornal como o Granma só é útil para os cubanos porque diante da escassez de papel higiênico na ilha caribenha, a publicação serve para… bem, o leitor pode muito bem ser privado da conclusão da frase, de tão óbvia ela é.

Pelo que Veja se transformou nos últimos anos, ainda bem que no Brasil não há nenhum risco de escassez de papel higiênico.

O risco de utilizar a revista para os mesmos fins que ela sugere ao Granma seria o de obter efeito contrário ao desejado.

FELIZ NATAL E O NINHO DO PÁSSARO


Dois meninos decidiram testar o velho sábio.
-Vamos levar um pássaro na mão e perguntar se está vivo ou morto. Se o sábio disser que está vivo, a gente esmaga o pássaro na mão e mata. Se ele disser que está morto, a gente abre a mão e solta o pássaro, vivo.

Foram ao sábio e ao fazer a indagação, este respondeu:

-Ele está do jeito que vocês querem que ele esteja.

____________________________________

Que 2010 seja do jeito que a gente quer que ele seja.

Do planeta Fome ao planeta Sexo


Com a chegada do verão, que resulta na presença de milhares de turistas no belíssimo litoral sulbaiano, está sendo intensificada a campanha de combate à exploração sexual infanto-juvenil. Uma campanha mais do que necessária, já que é impossível fechar os olhos e é inaceitável permanecer omisso diante de uma prática condenável, mas que está aí, como uma triste realidade.

No posto da Policia Rodoviária, na rodovia Jorge Amado (Ilhéus-Itabuna) voluntários estão distribuindo material informativo para motoristas e passageiros de motos, carros e caminhões e também para as pessoas que viajam de ônibus.

A mobilização envolve organizações não governamentais e entidades como os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Polícia Rodoviária, OAB, Associações Comerciais, CDLs, Rotary, Lions, sindicatos, etc.

A questão da exploração sexual de crianças e adolescentes não é nova na Região Sul da Bahia e se amplia nos períodos em que o fluxo de visitantes aumenta, numa relação de causa e efeito.

Não são apenas as cidade turísticas que sofrem com a prostituição infanto-juvenil. Localizada às margens da rodovia BR 101, principal via de ligação entre o Sul/Sudeste e o Norte/Nordeste, Itabuna tem um grande fluxo de caminhoneiros, que se constituem no público potencial desse tipo de atividade.

Nos postos de gasolina, é comum ver crianças se prostituindo por qualquer quantia que lhes permita matar a fome. O mesmo problema ocorre, ainda que de forma mais discreta, nas barracas de praia na faixa litorânea.

São centenas de crianças e adolescentes que desde cedo convivem com o lado perverso e sombrio da vida e que além da exploração sexual não raro sofrem com a violência física e moral.

A campanha deve se concentrar em dois focos: a conscientização e a punição.

É importante conscientizar as pessoas para o crime que é explorar sexualmente crianças e adolescentes.

Mas é importante também punir com rigor os aliciadores e as pessoas que abusam sexualmente desses meninos e meninas.

Com imensas belezas naturais, um belo patrimônio arquitetônico e uma história fascinante, tudo o que o Sul da Bahia não precisa é ver prosperar o turismo sexual, que afasta os turistas que buscam lazer e entretenimento nas cidades litorâneas.

Dizer não e combater a exploração sexual de crianças e adolescentes é um dever de toda a sociedade organizada.

Os meninos e meninas que correm risco de serem vítimas dessa monstruosidade agradecem.

PLANETA FOME

Nunca é demais lembrar que a esmagadora maioria das crianças e adolescentes submetidos à exploração sexual habita o Planeta Fome.

E que a solução do problema passa necessariamente pela inclusão social.

Eterno e infinito. Até que acabe!


Os olhos do planeta Terra, essa bolinha perdida na complexidade do Universo composto de galáxias, constelações e sistemas solares, e em que por obra do acaso ou por ação divina, brotou a vida em forma exuberante; estão voltados para Copenhague, a capital da gelada Dinamarca.

É lá que líderes e negociadores de mais de 190 países estão reunidos para discutir o futuro de um planeta cujos recursos naturais estão sendo sugados à exaustão.

Melhor seria dizer que eles estão decidindo se haverá futuro para a Terra e seus bilhões de habitantes. Um futuro que só será viável caso haja um freio na devastação, na emissão de gases poluentes, na exploração irracional dos recursos naturais e na explosão demográfica.

Especialmente nos últimos dois séculos e acentuadamente após a revolução industrial, os recursos naturais, que embora pareçam eternos e infinitos um dia irão se exaurir, passaram a ser “sugados” num ritmo maior do que poderiam suportar.

O chamado aquecimento global, que muitos insistem em qualificar como lenda ou alarmismo, é um fato concreto e suas conseqüências estão aí, com as mudanças abruptas de clima que resultam em inundações e secas prolongadas e que provocam tragédias de proporções bíblicas.

A oferta de alimentos já é menor do que a demanda. Milhões de pessoas em várias partes do mundo sofrem com a fome e a sede.

Fome e sede que atingem majoritariamente os países mais pobres, que foram os que menos contribuíram para a devastação e o aquecimento global, mas são os que estão pagando a conta.

Os chamados países desenvolvidos e/ou em desenvolvimento, exemplos notórios dos Estados Unidos e da China, simplesmente se recusam a frear o ritmo de exploração, como se o problema não fosse com eles.

É com eles e com todo mundo, porque embora divididos por fronteiras e barreiras, somos todos passageiros de uma mesma nave e sofreremos juntos as conseqüências de sua deterioração. Aliás, já estamos sofrendo.

A devastação do planeta e seus impactos não são algo subjetivo, distante. A gente sente no dia a dia.

No Sul da Bahia, a destruição de extensas áreas de Mata Atlântica provocou mudanças sensíveis no clima. Os períodos de estiagem estão cada vez mais longos, afetando a produção de alimentos e a oferta de água. Itabuna, por exemplo, caminha para mais um verão com racionamento do (cada vez mais) precioso líquido.

Trata-se, portanto, de um problema global, que não pode ser enfrentado apenas com discursos bonitos e propostas mirabolantes, mas com ações concretas e imediatas.

Não é apenas o planeta que pede socorro, mas também a vida.

Não há, pelo menos num futuro próximo, condições de mudar de nave e migrar para outro planeta. Isso, por enquanto, é coisa de ficção.

Se a Terra morrer por exaustão, morremos todos juntos, numa espécie de suicídio em escala planetária.

O mais irônico disso tudo, se é que ainda se pode embutir ironia nessa espécie de tragédia anunciada, é que é o ser humano, em tese a mais perfeita obra da criação da vida na Terra, dotado de Inteligência e livre arbítrio, a maior ameaça à existência do planeta.

Lobo a devorar não apenas a própria casa, mas a própria carne.

TV CABRÁLIA, 22 ANOS


Na correria, deixei passar batido.

Mas não posso deixar de registrar aqui os 22 anos da TV Cabrália, hoje integrada à Record News e prestes a se tornar cabeça de rede em todo o Nordeste.

A Cabrália entrou no ar no dia 12 de dezembro 1987, fruto do empreendedorismo de Luis Viana Neto e Enrique Marquez e da ousadia de Nestor Amazonas. Foi a primeira emissora regional de televisão do Norte/Nordeste, antecipando-se a uma tendência que se tornaria comum duas décadas depois, valorizando o noticiário local e a integração com a comunidade.

Este blogueiro e quase “ex-jornalista em atividade” se orgulha de, durante 13 anos, ter feito parte dessa história, hoje escrita por profissionais como Tom Ribeiro, Delza Schaun, Carlos Barbosa e tantos outros.

A Cabralia vive uma nova e promissora fase,com um jornalismo dinâmico e ágil, que dá gosto a gente ver.

O primeiro amor a gente nunca esquece. E quando esquece se lembra a tempo de parabenizar e abraçar a nossa família Cabrália/Record News por mais um ano dessa gloriosa existência.

Uma obra pra ser admirada

Boa notícia: o belíssimo painel de Genaro de Carvalho, que retrata a produção de cacau, localizado na esquina da praça Adami com a avenida do Cinqüentenário, em Itabuna, está sendo restaurado.

Cinco técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) estão chegando à cidade para coordenar a restauração. Durante vários anos, o painel ficou praticamente escondido por uma banca de jornal e pela colocação de cartazes de propaganda.

A iniciativa, elogiável, é da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania.

Eu bebo sim…e vou matando


Espécie de hino informal dos bebuns empedernidos, a música que tem como refrão “eu bebo sim e vou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo”, precisa ser readaptada para “eu bebo sim e vou matando, tem gente que não bebe e está morrendo”.

Pelo menos essa e a versão, trágica, que impera quando o tema é trânsito.

Por mais que se fale, por mais que se oriente, por mais que as televisões intensifiquem as campanhas educativas, algumas pessoas não se conscientizam de uma obviedade ululante: bebida alcoólica e direção não combinam.

Os exemplos estão aí, aos montes.

O mais recente deles ocorreu na tarde de domingo, na rodovia que liga Coaraci a Almadina, no Sul da Bahia. José Renato Rodrigues Cursiano pilotava uma moto Honda e levava como carona Erverson Bonfim de Souza. Com eles, outras quatro motos, numa viagem tranqüila e feita em segurança.

Até que, numa curva, surgiu Valdir Machado de Souza, funcionário de uma construtora, que dirigia um Corsa em alta velocidade. Valdir perdeu o controle do carro, foi para a contramão e colidiu com três das cinco motos.

O impacto foi maior na moto de José Renato, que morreu na hora. Erverson chegou a ser socorrido com vida e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.

Abordado por policiais, Valdir apresentava visíveis sinais de embriaguez. Foi submetido ao teste do bafômetro e imediatamente encaminhado ao Complexo Policial de Itabuna, onde ficou detido.

Mais duas vidas perdidas para esse misto de insanidade e irresponsabilidade.

Um sujeito que consome bebida alcoólica e depois assume o volante de um veículo, pode não tem consciência disso, mas é um assassino em potencial, porque transforma o carro numa arma.

Um assassino potencial que quase sempre mata gente inocente, como é o caso do acidente na rodovia Coaraci-Almadina. E como é o caso de tantos outros acidentes que tem o consumo de bebida alcoólica como matriz.

Quando as campanhas educativas já não funcionam, a única alternativa é a punição rigorosa do motorista que, bêbado, provoca acidentes com vítimas fatais.

Punição rigorosa que, por sinal, serviria de exemplo para reduzia as atrocidades cometidas nas estradas brasileiras, onde se bebe sem moderação e se dirige sem atenção.

Punição rigorosa que, infelizmente, quase nunca ocorre.

A temporada atrás das grades é curta e invariavelmente esses facínoras travestidos de motorista voltam às ruas. Quem sabe, para provocar novos acidentes.

Uma lei de trânsito rigorosa, com punições pesadas, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e em países da Europa certamente reduziria a extensa lista de mortes que a cada dia cobrem de sangue e de dor as estradas brasileiras.





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