:: ‘Horta Urbana Solidária’
Horta Urbana Solidária: espaço de cultivo e socialização
Anna Lívia Ribeiro
Avistando o belíssimo visual da enseada do Pontal crescem pitangas, tomates cereja, pimentas, capins santos, cebolinhas, hortelãs, couves, quiabos, entre outros.
Assim é a horta urbana solidária que fica localizada no Outeiro de São Sebastião, local onde a vila de São Jorge dos Ilhéus teve início.
Esse sem-fim de cores, aromas e sabores encanta muitos turistas que chegam ao Marco Zero da nossa cidade, o Mirante do Canhão, e são convidados a conhecer esse espaço para produção de alimentos orgânicos saudáveis, que traz de volta o conceito de vizinhança, sensibiliza e aproxima as pessoas de uma mesma comunidade e do meio ambiente.
As hortas urbanas são realidade em várias cidades do mundo. Muitas são as iniciativas que transformam o entorno do lugar capaz de promover a convivência entre usuários e vizinhos enquanto espaço público ideal para o encontro comunitário, proporcionando benefícios físicos e mentais.
Pergunte a uma pessoa que já mexeu na terra, seja para cuidar de flores, plantas, árvores frutíferas ou até mesmo para produzir hortaliças, se considera essa atividade como terapêutica.
Plantar a semente, ver a planta crescer, estar perto dela aumenta o contato com o ritmo natural do universo, o ritmo natural de vibração do nosso corpo. Essa é uma das maneiras de repensar a vida, o que é essencial para nossa sobrevivência.
É com esse projeto piloto e espírito acolhedor que o coletivo GAP (Grupos de Amigos da Praia) pensa na revitalização de terrenos ociosos onde as pessoas possam interagir, produzir, consumir seu alimento – soberania alimentar – em prol de objetivos comuns, seja o próprio cultivo de alimentos ou fomento à sensibilização ambiental coletiva.
Essa intervenção coletiva no espaço público ou privado urbano é extremamente valioso, pois traz benefícios paisagísticos, ambientais, sustentáveis, educacionais, sociais e culturais.
Se faz necessário incentivar o senso de coletividade. Mas isto não é algo que se constrói do dia para a noite, não é feita com ações pontuais. O pensar coletivo requer mudanças estruturais na sociedade e na educação formal.
Arregaçar as mangas, colocar as mãos na terra e comer alimentos que você mesmo plantou, ajuda de fato a promover o senso de coletividade e de respeito às pessoas e ao planeta.
Então, o que está esperando?
Mãos a horta!
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Anna Lívia Ribeiro é Ilheense, Mãe, Avó, Pedagoga, Especialista em Educação Infantil, Mestra em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Graduanda em Gestão de Turismo, Agente de Viagens.
@viadestinoviagens
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