:: ‘Valter Luis de Oliveira Moraes’
Itabuna, 114 anos
Valter Luis de Oliveira Moraes
Minha bela e sofrida Itabuna, terra dos famosos cacaueiros, das aves que cantam nas florestas, dos povos indígenas resistentes, na luta contra a sanha dos coronéis.
Itabuna é a pedra preta dos grapiúnas, do rio cachoeira, belo e sorridente, onde gritam às vozes solidárias da beleza imponente, nas terras dos frutos de ouro escravizantes, presentes no mundo das mesas fartas e ausentes na miséria dos trabalhadores.
É à terra chorando suas dores: sangue e suor. É à terra dos contos de fadas, na certeza do que acontecerá com os trabalhadores: escravidão, fome, doenças, abandono, desgraça!
Terra promissora para alguns.
Chama S. José para fazer chover, molhar as terras sem letras dos coronéis, chove, chuva, para ver a miséria que ninguém vê.
Terra fértil, fruto rico, povo pobre, sem saber, sem cultura e abc, numa luta desigual, tiro, morte, vidas secas, cascavel, cobra-coral, tem também urubu e a carniça social.
Itabuna, conheça sua história!
Um mundo nosso
Valter Luis de Oliveira Moraes
Como poderíamos vislumbrar um mundo em que sua origem escravocrata perdura, estampada na pele da elite do atraso, da formação desumanizada, dos instintos primários, atropelado pela aparente civilização da hipocrisia oportunista e da ausência empática, oportunizando a estrutura arcaica, marginal preconceituosa, classificando os seres humanos em classes a, b, c, estratificando a sociedade, tornando-se dependente da dominação de quem utiliza o poder do Estado para sua locupletação, instituindo o Estado da burguesia corrupta.
O conservadorismo moralista da sociedade imoral, é peremptório contra os interesses dos trabalhadores, pois traz em si, um passado de escravidão e ditadura, de educação alienante, que reproduz os pensamentos reacionários da burguesia perversa e marginal.
Para se desvincular das proposições do atraso desse burguesia catastrófica, mal-educada, individualista e arrogante, proporcionadoras de desajustes sociais, como: guerras, desemprego, devastadoras da paz, do progressivo avanço dos trabalhadores e de suas instituições classistas (sindicatos, partidos de esquerda, etc.) tendo como princípio a construção do mundo salutar socializado para a homogeneidade convenientemente livre disposto ao fortalecimento e desenvolvimento da unidade da civilização empática de preservação e respeito com a humanidade.
Estamos sobrevivendo no século XXI, em que o mundo serviu de palco para as maiores e diversas aberrações proporcionados pelos homens acumuladores das riquezas produzidas socialmente e apropriada individualmente pelo capitalismo selvagem, insaciável, movido pelo sentimento da ambição, do ódio de classe medievalística, distribuindo as migalhas para a maioria a margem, propenso a todo tipo de miséria, como: fome, doenças, habitações insalubres, desemprego, fator preponderante para a sobrevivência da humanidade com suas vidas precarizadas devido à ausência de distribuição de renda e de projetos sociais de inclusão.
2 de Julho da Bahia, a Independência do Brasil
Valter Luis de Oliveira Moraes
A história do 2 de julho na Bahia se confunde com todas as histórias pela sua vitalidade heroica de coragem e luta pela liberdade, do brio baiano pela soberania e justiça, sentimento impregnado na personalidade cada vez mais polida dos heróis e heroínas engajados com um só objetivo: libertar a Bahia dos tiranos e consequentemente libertar o Brasil das garras inóspitas assassinas.
A tríade heroica da batalha vitoriosa chama-se povo, povo, povo – índios, negros livres e escravizados – africanos e brasileiros – o povo baiano comandado por belígeros gigantes da guerra e amantes do arbítrio – Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa.
Os caboclos se desdobram – com as suas estratégias e táticas – fazendo libertar o grito ao som das correntes quebradas com a força dos guerreiros patriotas para devolver a alegria e o sorriso do estado dominado pelos ditames dos portugueses.
As mulheres e os homens destemidos da Bahia, libertaram o Brasil e entregaram a baianidade e o exemplo de patriotismo ao mundo, verdadeira aula didática e pedagógica dialética nos campos de batalha, escrita com sangue, suor e lágrimas, pelo amor e pelo desejo de voar com os ventos, morar nas estrelas e viver do labor com o sol, na benevolência incomensurável.
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