:: ‘Projeto Baleias na Serra’
Ilhéus recebe orientações sobre aparecimento de peixe-boi marinho
Visando garantir a preservação das espécies marinhas, a Prefeitura de Ilhéus recebeu orientações do Projeto Baleias na Serra (PBS), após notificação pela população de que um peixe-boi foi avistado no litoral norte do município na última semana. Conforme o PBS, este registro inédito é importante, porque atualmente a região não é mais área de ocorrência, sendo esta espécie ameaçada de extinção devido a diversas pressões antrópicas.
A espécie pode ser observada tanto no mar quanto nos rios e estuários. O Município e o PBS contam com a colaboração da população, que deve seguir as seguintes orientações.
Canal de comunicação permite que público notifique a presença de animais encalhados no litoral de Ilhéus
A população de Ilhéus agora possui mais um canal de comunicação direta para informar a presença de animais marinhos encalhados, e que precisem de atendimento médico-veterinário. No número (73) 9-9977-3948, o público poderá avisar, via ligação ou mensagem no Whatsapp, sobre a presença de golfinhos, baleias, tartarugas ou aves marinhas, vivos ou mortos, na faixa de praia. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações de supervisão do litoral de Ilhéus, realizado pela BAMIN.
Caroline Azevedo, Gerente Geral de Meio Ambiente e Relacionamento com Comunidades do Porto Sul, comenta que o projeto “Baleias na Serra” monitora o município litorâneo de Ilhéus, ao longo de 36 quilômetros de extensão, contemplando todo o litoral norte até as proximidades do Aeroporto Jorge Amado (IOS). “Os ninhos de tartarugas marinhas também são acompanhados e preservados na região”, completa.
Ananda Silva, coordenadora de meio ambiente do Porto Sul, explica que, na observação dessa faixa litorânea de Ilhéus, os monitores locais utilizam quadriciclos e bicicletas. “Todas as pessoas das equipes foram treinadas especialmente para localizar animais encalhados e identificar ninhos de tartarugas marinhas. Além disso, uma equipe de médicos veterinários permanece mobilizada para qualquer emergência”, completa.
A execução das ações é do Parque Científico e Tecnológico Sul da Bahia (PCTSul). O “Baleias na Serra” integra o Subprograma de Monitoramento de Cetáceos (baleias, golfinhos, etc.) e Quelônios (tartarugas marinhas). Também vale destacar que equipes do Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) estão no território de Ilhéus, implantando um centro de estabilização para recepcionar os animais resgatados nesta iniciativa e que necessitem também de maiores cuidados.
Projeto promove disseminação do conhecimento científico e valorização das baleias jubarte em Serra Grande
Presentes ao longo de nossa costa entre o inverno e a primavera, quando vêm da região antártica para acasalar, parir e amamentar seus filhotes, as baleias jubartes já estiveram à beira da extinção por causa da caça indiscriminada praticada desde o período do Brasil-Colônia até a segunda metade do século passado.
A baleia jubarte, com a sua graciosidade, grandiosidade e carisma, é um ícone para abordar questões que ocorrem nos ecossistemas marinhos. Através do Projeto Baleias na Serra, professores/pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) se empenham para que todos percebam o privilégio que é compartilhar o ambiente com uma espécie magnífica e que compreendam a responsabilidade e o papel de cada um de nós decorrente desta vantagem.
O Projeto Baleias na Serra teve início em 2013, com o desenvolvimento de uma tese de doutorado da pesquisadora Maria Isabel Gonçalves no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (PPGECB) da Uesc, que teve a orientação do professor Julio Baumgarten (Uesc) e da professora Renata Sousa-Lima da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Esse trabalho confirmou que a região de Serra Grande é usada como área reprodutiva das baleias jubarte. Também observamos que o uso do habitat se modifica ao longo da temporada, uma vez que as baleias vão se aproximando da costa com o passar dos meses, principalmente devido ao nascimento dos filhotes que normalmente ocorre a partir de agosto e que precisam de águas mais tranquilas para crescerem nos primeiros meses da sua vida,” explica Isabel.
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