:: ‘Julio Gomes’
O aniversário de Lula e o que sobrou das instituições
Julio Gomes
Diversas cidades do Brasil e em várias das principais cidades do mundo se comemorou, publicamente, o aniversário de 74 anos de Lula, que se encontra preso há mais de 570 dias no distante estado do Paraná.
Longe de tornar-se uma manifestação de culto à persona do líder, como é comum vermos na política, sobretudo quando o líder se encontra exercendo o poder – tal como ocorre tanto nas ditaduras totalitárias quanto em pequenas cidades do interior, onde os poderosos do dia são bajulados em busca de uma retribuição em forma de cargo remunerado – os atos em torno do aniversário do ex-Presidente assumiram um caráter bem diverso, que vai muito além da sua pessoa.
De fato, Lula foi brilhante quando, ao discursar em um dos mais significativos momentos da vida política brasileira, antes de entregar-se às forças policiais que o levariam para a carceragem em Curitiba, afirmou ipisis literis que “Eu não sou um ser humano, sou uma ideia. E não adianta tentar acabar com as ideias”. As comemorações do dia de ontem mostraram exatamente isso.
Jesus, o homem
Julio Gomes
Sempre me impressionou a dimensão humana de Cristo, sua presença como pessoa de seu tempo e lugar, sua atuação como homem de carne e ossos, sujeito às vicissitudes de sua época.
Nada tenho contra o Jesus Deus, propalado pelas Igrejas. Mas para mim Jesus foi um ser de existência concreta, real, humana, que nasceu na Palestina, em um reino governado por Herodes, submetido à lógica da dominação romana, este sim o grande império daqueles tempos.
Sem ser o mais pobre entre os pobres, pois sua família não estava submetida à escravidão e seu pai tinha uma profissão, a família de Jesus era, sem dúvida, bastante humilde, tendo que forjar a cada dia, com o suor do próprio rosto, a subsistência de seus membros.